Do Planejamento à Ação: A Operação Rising Lion

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Imagem meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial.

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A Operação Rising Lion, marco no conflito Israel-Irã, focou em assassinatos seletivos, cibernética e guerra eletrônica contra o programa nuclear iraniano, eliminando elementos-chave via Mossad e táticas multidomínio, com vitória do planejamento.


Por falta de estratégia um exército cai, mas a vitória vem com muito planejamento” Provérbios 11:14 (Bíblia Completa Judaica)


Introdução

A Operação Rising Lion marcou um ponto de inflexão na guerra indireta entre Israel e o Irã, consolidando a estratégia de assassinatos seletivos, sabotagem cibernética e guerra eletrônica como pilares fundamentais da doutrina israelense contra o programa nuclear iraniano. No centro dessa ofensiva esteve o Mossad, cuja atuação não apenas viabilizou o sucesso da operação, mas também reafirmou seu papel como uma das mais eficientes agências de inteligência do mundo.

Desde 2022, sob a liderança de David Barnea, o Mossad conduziu um planejamento estratégico para uma campanha meticulosa, cujo objetivo principal seria o de desestruturar o programa nuclear iraniano, priorizando a eliminação de comandantes da Guarda Revolucionária e dos cientistas nucleares iranianos, e não a destruição física de instalações nucleares. Essa estratégia de decapitação segue exatamente os princípios delineados no livro Target Tehran (Bob; Evyatar, 2023) que detalha a forma como Israel tem utilizado operações secretas para impedir o avanço do programa nuclear iraniano.

O conceito de planejamento estratégico, presente na citação da Bíblia Judaica, em Provérbios 11:14: “Por falta de estratégia um exército cai, mas a vitória vem com muito planejamento”, constitui o lema do Mossad, e resume a essência da Operação Rising Lion. Cada etapa do ataque foi precedida por anos de operações de moldagem, infiltração e guerra eletrônica, garantindo que no momento exato Israel pudesse agir com máxima eficácia e mínimo risco.

Dessa forma, este artigo tem como objetivo analisar o papel do Mossad na Operação Rising Lion, explorando como suas táticas refletem princípios modernos de guerra e inteligência. Além disso, será examinado o impacto da convergência das operações multidomínio, conceito essencial para compreender o sucesso israelense ao integrar guerra cibernética, sabotagem terrestre e ataques aéreos em uma única ofensiva coordenada.

Para isso, o trabalho se dividirá em seis partes: primeiro, será abordada a doutrina do Mossad e sua tradição no planejamento estratégico de operações clandestinas; em seguida, serão apresentados os principais antecedentes da Rising Lion, destacando como Israel preparou o ambiente operacional antes da ofensiva; posteriormente, será explorada a relação entre o livro Target Tehran e as táticas reais utilizadas pelo Mossad; na quarta seção, será realizada uma análise detalhada das operações multidomínio que integraram a ofensiva israelense; depois, serão discutidas as consequências estratégicas da operação, tanto para Israel quanto para o Irã; por fim, serão feitas as considerações finais, refletindo sobre o impacto da Rising Lion e suas implicações para o futuro da segurança regional.

Com essa abordagem, busca-se demonstrar como um planejamento estratégico envolvendo inteligência e operações multidomínio foi um fator determinante para o resultado obtido por Israel na Operação Rising Lion, reafirmando a relevância das operações clandestinas e da guerra híbrida no cenário geopolítico contemporâneo.

O Mossad e a Doutrina do Planejamento Estratégico

O Mossad, a agência de inteligência israelense, sempre teve como princípio central o planejamento meticuloso e a execução precisa de suas operações secretas, aspecto que, como já vimos, é destacado no seu lema. Esse princípio tem guiado sua atuação em campanhas de assassinatos seletivos e sabotagem, especialmente na luta para conter o programa nuclear iraniano.

Desde a ascensão de David Barnea à liderança do Mossad em 2021, a agência iniciou a elaboração de um planejamento radicalmente diferente de tudo o que Israel vinha tentando até então. Ao invés de buscar uma destruição física das infraestruturas do programa nuclear iraniano, o objetivo passaria a ser a implementação de uma campanha de decapitação.

Barnea desenhou uma campanha sistemática de assassinatos seletivos contra comandantes da Guarda Revolucionária e cientistas nucleares iranianos, buscando degradar a capacidade do Irã de avançar na construção de armas nucleares. Essa abordagem foi primeiramente abordada no livro Target Tehran, publicado em 2023, que descreve como Israel tem utilizado sabotagem, guerra cibernética e diplomacia secreta para conter as ameaças do regime iraniano.

A Operação Rising Lion, lançada em junho de 2025, foi o resultado direto dessa doutrina. A estratégia não surgiu de um ataque impulsivo, mas sim de anos de planejamento estratégico, operações clandestinas de infiltração e preparação do ambiente operacional. O Mossad já havia realizado diversas operações de moldagem nos anos anteriores, incluindo assassinatos seletivos que minaram a estrutura de comando iraniana e sabotagem de instalações nucleares.

Dentre as técnicas de infiltração e sabotagem listadas no planejamento, destacam-se ações realizadas dentro do território iraniano, como ataques cibernéticos que desativaram sistemas de defesa, agentes disfarçados executando eliminações direcionadas e a infiltração de caminhões modificados transportando drones kamikaze. Esses drones foram lançados no dia do ataque para neutralizar radares e sistemas antiaéreos iranianos, criando um cenário ideal para preparar uma ofensiva israelense.

O modelo adotado pelo Mossad se encaixa na doutrina das operações em ambiente multidomínio, conceito explorado no artigo Do Guerrear Sem Limites à Convergência de Operações: Lições da Guerra Russo-Ucraniana Para a Doutrina Militar Brasileira (Coutinho, 2025).

O uso integrado de sabotagem terrestre, guerra cibernética e ataques aéreos com drones kamikaze mostra como Israel aplicou operações de moldagem para garantir o sucesso da Rising Lion. Como descrito no artigo, essas operações buscam degradar as capacidades adversárias e estabelecer condições favoráveis para ofensivas decisivas.

Assim, a Operação Rising Lion não foi apenas um ataque não convencional, mas sim o ápice de um planejamento estratégico sofisticado, baseado na doutrina operacional do Mossad e na convergência de operações multidomínio. Sua execução reforça a importância do entendimento desses conceitos para a condução de conflitos modernos.

A Conjuntura Israel-Irã Antes da Operação Rising Lion

A Operação Rising Lion ocorreu dentro de um contexto de intensificação das rivalidades entre Israel e Irã, resultado de anos de confrontos indiretos, guerra cibernética e disputas estratégicas no Oriente Médio. Desde a Revolução Islâmica de 1979, o Irã adotou uma postura agressiva contra Israel, apoiando grupos militantes como Hezbollah e Hamas, enquanto Israel implementava uma política de contenção, que incluía assassinatos seletivos e sabotagem contra o programa nuclear iraniano. Os eventos que antecederam a ofensiva israelense de junho de 2025 foram marcados por uma série de movimentações políticas e militares que moldaram o cenário para o ataque.

O Arquivo Nuclear Iraniano e a Inteligência do Mossad

Um dos momentos-chave na escalada da tensão ocorreu em janeiro de 2018, quando agentes do Mossad realizaram uma das operações de espionagem mais audaciosas da história. A agência de inteligência israelense infiltrou um depósito secreto em Teerã e conseguiu roubar o arquivo nuclear iraniano, uma coleção de documentos altamente sigilosos detalhando os esforços do Irã para se tornar uma potência nuclear. A operação revelou que Teerã vinha ocultando informações da

comunidade internacional e desmentiu sua narrativa de que seu programa nuclear era exclusivamente pacífico.

A divulgação do arquivo fortaleceu a posição israelense contra o Irã no cenário internacional e forneceu uma justificativa para a retirada dos Estados Unidos do acordo nuclear de 2015, então sob a administração de Donald Trump. Além disso, a inteligência obtida ajudou o Mossad a planejar futuros ataques contra cientistas nucleares e instalações estratégicas iranianas, acelerando a política de assassinatos seletivos e sabotagem.

Os Acordos de Abraão e a Nova Aliança Regional

A assinatura dos Acordos de Abraão em 2020, mediada pelos Estados Unidos, transformou a dinâmica geopolítica do Oriente Médio ao estabelecer relações diplomáticas entre Israel e países árabes como Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos. Esse movimento fortaleceu a posição israelense contra o Irã, reduzindo seu isolamento e ampliando a cooperação regional em inteligência e segurança.

A normalização das relações permitiu que Israel utilizasse bases e apoio dos países árabes para conduzir operações contra o programa nuclear iraniano, inclusive facilitando ataques cibernéticos e sabotagem dentro do território iraniano. O Irã, por sua vez, condenou os acordos e intensificou suas ações de fortalecimento de aliados como Hezbollah, grupos xiitas na Síria e no Iraque e milícias pró-Irã no Iêmen.

O Ataque de 7 de Outubro de 2023 e as Repercussões na Geopolítica Regional

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou uma ofensiva sem precedentes contra Israel, resultando na morte de aproximadamente 1.200 pessoas e causando uma grave crise de segurança no país. Israel respondeu com uma série de operações militares, atingindo alvos estratégicos do Hamas em Gaza e expandindo ataques contra bases iranianas na Síria e no Líbano.

O impacto desse ataque reverberou na política regional, levando Israel a fortalecer seus laços com aliados árabes e aumentar sua cooperação militar com os Estados Unidos. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu reforçou sua retórica contra o Irã, atribuindo responsabilidade indireta ao regime dos aiatolás pelo apoio logístico ao Hamas. Como consequência, o Mossad intensificou sua campanha de assassinatos seletivos contra figuras-chave do regime iraniano, preparando terreno para uma eventual operação de grande escala.

O Governo Biden e a Política Norte-Americana no Oriente Médio

Durante seu mandato, o presidente Joe Biden buscou restaurar o acordo nuclear com o Irã, mas enfrentou forte resistência do Congresso e da administração israelense. Apesar das tentativas de negociação, a escalada de ataques israelenses contra bases iranianas em outubro de 2024 minou as chances de um novo pacto, aumentando a hostilidade entre Washington e Teerã.

O governo Biden reforçou o apoio militar a Israel após os ataques de 7 de outubro de 2023, enviando armamentos e assistência estratégica, mas também tentou conter uma escalada regional. A administração norte-americana pressionou Israel para evitar uma ofensiva total contra o Irã, mas o avanço do programa nuclear iraniano manteve o risco de um confronto direto.

A Queda do Regime de Bashar al-Assad na Síria e a Perda Estratégica do Irã

A queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro de 2024 representou um duro golpe para o Irã, que utilizava a Síria como corredor logístico para abastecer o Hezbollah e o Hamas. Sem Assad no poder, Teerã perdeu um de seus principais aliados regionais e viu sua capacidade de operar na fronteira com Israel severamente reduzida.

Israel aproveitou essa oportunidade para ampliar sua presença nas Colinas de Golã e intensificar ataques contra grupos apoiados pelo Irã na Síria, enfraquecendo ainda mais a influência iraniana no Levante. O novo governo sírio, liderado por Ahmed al-Sharaa, inicialmente tentou se distanciar de Teerã, dificultando as operações de inteligência iranianas na região.

O Governo Trump II e o Retorno da Pressão Máxima Contra o Irã

Com a posse de Donald Trump em janeiro de 2025, os Estados Unidos retomaram sua política de pressão máxima contra o Irã. A administração Trump II reforçou sanções econômicas contra Teerã e retomou o apoio militar total a Israel, fornecendo armamentos avançados para conter a ameaça iraniana.

Após a ofensiva israelense contra instalações nucleares iranianas em junho de 2025, Trump declarou que os Estados Unidos não participaram diretamente dos ataques, mas garantiu que Israel teria acesso a tecnologias militares de ponta para se proteger contra possíveis retaliações. Essa mudança de postura incentivou Israel a intensificar suas operações ofensivas.

A Nova Realidade Estratégica do Irã e a Busca por Alianças Alternativas

Com a perda da Síria como aliada e a crescente pressão internacional, o Irã passou a reforçar suas alianças com Rússia e China para garantir apoio econômico e militar. Embora Moscou e Pequim tenham demonstrado alinhamento estratégico com Teerã, nenhuma das potências se comprometeu em intervir diretamente no conflito contra Israel.

A Rússia forneceu ao Irã sistemas de defesa aérea avançados e drones militares, enquanto a China garantiu acesso ao mercado asiático para driblar sanções ocidentais. No entanto, esses apoios foram limitados, e o Irã se viu cada vez mais isolado diante das ofensivas israelenses e da falta de aliados árabes dispostos a confrontar Tel Aviv diretamente.

Dessa forma, o contexto estratégico que antecedeu a Operação Rising Lion foi marcado por uma série de eventos que enfraqueceram a posição iraniana e forneceram a Israel condições favoráveis para lançar uma ofensiva de larga escala. A interligação entre diplomacia, operações de moldagem e campanhas de sabotagem moldou o ambiente geopolítico que culminou no ataque de junho de 2025.


LIVRO RECOMENDADO:

Target Tehran: How Mossad Is Using Sabotage, Cyberwarfare, Assassination – And Secret Diplomacy – To Realign the Middle East

• Yonah Jeremy Bob e Ilan Evyatar (Autores)
• Kindle, Capa dura ou Capa comum
• Edição Inglês


Antecedentes da Operação Rising Lion

A Operação Rising Lion não foi um evento isolado, mas o desfecho de uma estratégia de longo prazo conduzida pelo Mossad e pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, Israel Defense Forces). Desde 2022, Israel já vinha intensificando sua campanha de assassinatos seletivos contra comandantes da Guarda Revolucionária e cientistas nucleares iranianos, enfraquecendo a infraestrutura estratégica do Irã.

Entre 2022 e 2024, o Mossad orquestrou ataques cirúrgicos dentro do território iraniano, eliminando figuras-chave envolvidas no programa nuclear. Esse período também foi marcado por sabotagens em instalações nucleares, ataques cibernéticos contra infraestruturas militares e operações de desinformação destinadas a desestabilizar a cadeia de comando iraniana. Em julho de 2024, o assassinato de Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, em Teerã, demonstrou que Israel estava disposta a operar com profundidade dentro do território iraniano.

Paralelamente, houve uma escalada das tensões entre Israel e Irã, impulsionada por operações militares contra alvos iranianos na Síria e no Líbano. Em setembro de 2024, um ataque israelense contra operativos do Hezbollah no Líbano mostrou um aprimoramento das táticas de infiltração e eliminação de alvos estratégicos. Essas ofensivas indicavam que Israel estava testando métodos que seriam empregados em uma operação de maior escala.

Os relatórios da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) de 2024 foram um fator crucial na decisão israelense de lançar uma ofensiva. Os documentos revelavam que o Irã estava próximo de alcançar capacidade nuclear militar, o que levou Israel a considerar um ataque preventivo. Isso se alinhou diretamente com a doutrina do Mossad de impedir que Teerã consolidasse sua posição como potência nuclear.

Nos meses que antecederam a Rising Lion, o Mossad coordenou a infiltração de agentes no Irã e facilitou o contrabando de caminhões transportando drones kamikaze. Esses veículos foram posicionados em locais estratégicos e, na noite do ataque, os drones foram ativados por agentes infiltrados, atingindo baterias de defesa antiaérea e radares iranianos.

Além disso, Israel realizou uma intensa campanha de guerra eletrônica e cibernética, desativando redes de comunicação militares e comprometendo os sistemas de defesa iranianos. Hackers israelenses neutralizaram radares e servidores militares, impedindo que Teerã organizasse uma resposta coordenada no momento dos ataques. Esse conjunto de ações preparatórias criou as condições ideais para a ofensiva aérea de junho de 2025.

A Rising Lion, portanto, não foi apenas uma operação militar, mas sim um ataque meticulosamente planejado, baseado em anos de operações de moldagem. Por Operações Moldagem se entende ações coordenadas e planejadas pelos níveis de comando mais altos, com o objetivo de estabelecer e preservar as condições estratégicas, operacionais e táticas necessárias para o sucesso das operações (Coutinho, 2025). A convergência entre guerra cibernética, drones e assassinatos seletivos confirma que Israel aplicou princípios de moldagem em ambiente multidomínio, a fim de maximizar a desestruturação do programa nuclear iraniano, aumentar o impacto das suas operações aéreas e impedir a retaliação iraniana.

O Livro Target Tehran e sua Influência na Operação

O livro Target Tehran (Bob; Evyatar, 2023), é uma obra fundamental para entender a estratégia israelense contra o programa nuclear iraniano e os assassinatos seletivos conduzidos pelo Mossad. Escrito por Yonah Jeremy Bob e Ilan Evyatar, o livro explora como Israel utiliza sabotagem, guerra cibernética, operações secretas e diplomacia para impedir o avanço nuclear iraniano. A publicação serviu não apenas como um relato detalhado das ações israelenses, mas também como um modelo estratégico, antecipando táticas que seriam usadas na Operação Rising Lion de 2025.

Uma das principais táticas abordadas no livro é a decapitação estratégica, termo utilizado para descrever a eliminação de lideranças-chave que sustentam a estrutura de comando do adversário. Target Tehran detalha como Israel desenvolveu operações sistemáticas para assassinar comandantes da Guarda Revolucionária e cientistas nucleares iranianos. Essa abordagem, aplicada desde 2022 sob a liderança de David Barnea, atingiu seu ápice na Rising Lion, quando Israel eliminou nomes como os generais Hossein Salami, Mohammad Bagheri, Amir Ali Hajizadeh e vários cientistas nucleares iranianos.

A doutrina de eliminação de alvos estratégicos não se limitou a ataques diretos, mas envolveu uma ampla gama de recursos operacionais, incluindo drones kamikaze, ataques cibernéticos e operações de guerra eletrônica para paralisar a capacidade de resposta do Irã. Essa convergência tática permitiu que Israel neutralizasse radares e comunicações militares antes da ofensiva aérea, seguindo exatamente os princípios descritos no livro.

O paralelo entre as estratégias descritas no livro e a execução da Rising Lion é evidente. Target Tehran já previa que Israel adotaria uma abordagem integrada, combinando guerra eletrônica, infiltração de agentes e sabotagem para preparar o terreno antes da ofensiva principal. O livro também destacou a necessidade de Israel expandir sua rede de operações além das fronteiras do país, garantindo que ataques contra alvos iranianos fossem conduzidos dentro do próprio território adversário.

Além disso, o livro expõe como o Mossad refinou suas técnicas de infiltração, utilizando operações de moldagem do ambiente operacional para garantir que os ataques ocorressem sob condições ideais. A infiltração de caminhões transportando drones para dentro do Irã, meses antes da Rising Lion, é um exemplo claro desse tipo de operação, demonstrando como Israel se antecipou aos desafios e minou a capacidade defensiva iraniana.

A influência de Yossi Cohen, ex-diretor do Mossad, e de seu sucessor David Barnea, foi decisiva na formulação da estratégia israelense contra o Irã. Cohen, que liderou o Mossad entre 2016 e 2021, foi responsável por consolidar o uso de guerra cibernética e ataques seletivos como ferramentas-chave para conter a ameaça iraniana. Ele estabeleceu um novo padrão de operações para o Mossad, priorizando a inteligência proativa e a eliminação de alvos estratégicos com precisão cirúrgica.


LIVRO RECOMENDADO

Levante-se e mate primeiro: A história do serviço secreto e dos assassinatos seletivos de Israel

• Ronan Bergman (Autor)
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Barnea, que assumiu o comando do Mossad em 2021, deu continuidade e ampliou essa doutrina, orquestrando uma campanha intensiva de assassinatos seletivos desde 2022. O livro Target Tehran destaca que ele aprimorou táticas de infiltração e sabotagem interna, garantindo que a Rising Lion fosse possível ao desestabilizar a cadeia de comando iraniana antes do ataque.

Essa abordagem foi essencial para garantir que a Rising Lion não fosse apenas uma ofensiva militar, mas sim uma operação meticulosamente arquitetada, combinando inteligência, tecnologia avançada e ações clandestinas.

Dessa forma, o livro Target Tehran não apenas documenta a evolução da estratégia israelense contra o Irã, mas também serviu como uma base conceitual para a Operação Rising Lion, antecipando a convergência das operações multidomínio que foram aplicadas com precisão na ofensiva de junho de 2025.

Táticas Operacionais do Mossad na Operação Rising Lion

A Operação Rising Lion representou um exemplo claro da convergência das operações multidomínio (Coutinho, 2025). A ofensiva israelense integrou uma ampla gama de capacidades, combinando guerra cibernética, sabotagem interna, ataques com drones e guerra eletrônica, criando um ambiente operacional favorável para a destruição de alvos estratégicos no Irã. O sucesso da operação foi resultado direto da aplicação das operações de moldagem, que antecederam o ataque principal e minaram a capacidade de resposta iraniana.

Infiltração de Agentes e Sabotagem Interna

Nos meses anteriores à Rising Lion, o Mossad implementou uma série de operações clandestinas dentro do território iraniano, enviando agentes infiltrados para sabotar sistemas de comunicação e defesa aérea. Esses agentes tinham a missão de desativar radares e comprometer o funcionamento de instalações nucleares e militares. A presença dessas equipes dentro do Irã garantiu que a ofensiva ocorresse sob condições ideais, impedindo que as forças iranianas detectassem e neutralizassem os ataques de forma eficaz.

A infiltração também incluiu a manipulação de redes de inteligência iranianas, levando o regime a acreditar que estava preparado para uma possível ofensiva israelense quando, na verdade, suas defesas estavam altamente comprometidas. Essa estratégia foi fundamental para criar o ambiente propício para os ataques que ocorreriam na noite de 13 de junho de 2025.

O Papel dos Elementos Informantes dentro da Estrutura de Comando Iraniana

Um dos pilares das ações de decapitação da Rising Lion foi a existência de elementos informantes dentro da estrutura de comando iraniana, que forneceram inteligência em tempo real sobre movimentações militares, localização de líderes da Guarda Revolucionária e cientistas nucleares, além de informações detalhadas sobre a defesa aérea iraniana. Ao longo dos anos que antecederam a operação, o Mossad conseguiu recrutar agentes internos e explorar pontos vulneráveis dentro das Forças Armadas iranianas, garantindo acesso privilegiado às decisões estratégicas de Teerã.

Essa rede de informantes permitiu que Israel identificasse e rastreasse líderes-chave do programa nuclear iraniano, possibilitando ataques de decapitação altamente eficazes e precisos, mesmo nos dias subsequentes aos primeiro ataques, quando a surpresa já havia sido quebrada.

Uso de Caminhões Transportando Drones Kamikaze

Um dos elementos centrais da Rising Lion foi o uso de caminhões transportando drones kamikaze. Meses antes da operação, o Mossad logrou contrabandear caminhões modificados para dentro do Irã, disfarçados como veículos de transporte civil. Esses caminhões carregavam drones equipados com explosivos de alta precisão e sistemas avançados de guerra eletrônica, que posteriormente seriam utilizados por operadores do Mossad no terreno.

Essa abordagem diferiu significativamente da estratégia empregada pela inteligência ucraniana ao atacar bases aéreas estratégicas russas. Enquanto os drones ucranianos foram remotamente pilotados a milhares de quilômetros de distância, os drones do Mossad exigiam a presença de agentes infiltrados para sua ativação e direcionamento dentro do alcance normal de operação dos drones. Esse fator reforçou a necessidade de uma infiltração prévia e da sincronização absoluta entre as diferentes forças envolvidas na Rising Lion, o que no caso do Mossad criava um risco muito maior para o sucesso da operação.

Na noite do ataque, agentes infiltrados ativaram os drones diretamente do solo iraniano, lançando-os contra radares de defesa aérea e baterias de mísseis estratégicos. Essa ofensiva inicial serviu para sobrecarregar os sistemas defensivos iranianos, criando pontos cegos em sua capacidade de detectar os caças israelenses que realizariam os bombardeios principais.

Ataques Cibernéticos e Guerra Eletrônica

Pouco antes da ofensiva aérea, Israel realizou um ataque cibernético maciço contra servidores militares iranianos, desativando radares, bloqueando comunicações e sabotando sistemas logísticos das forças armadas. Esse ataque digital foi coordenado com operações de guerra eletrônica, nas quais aeronaves israelenses emitiram sinais de interferência para “cegar” os radares iranianos e impedir que detectassem a presença das aeronaves de ataque.

Essa combinação de técnicas causou uma desorganização completa na cadeia de comando iraniana, dificultando qualquer tentativa de reação coordenada. Durante as primeiras horas da Rising Lion, Teerã perdeu acesso a sistemas essenciais de vigilância aérea e comunicação interna, permitindo que os ataques israelenses fossem executados sem interrupção. Tendo afetado as comunicações normais (telefônicas e por aplicativos) os alvos das operações de decapitação não puderam ser avisados dos ataques, o que resultou numa surpresa total.

Coordenação entre Drones de Guerra Eletrônica, Aeronaves e Agentes Infiltrados

A Rising Lion utilizou um modelo operacional de convergência de operações em ambiente multidomínio, coordenando diferentes ativos militares para criar um ataque simultâneo. Enquanto os drones kamikaze destruíam as baterias antiaéreas, aeronaves israelenses interferiam nos sistemas de defesa iranianos com guerra eletrônica, e agentes infiltrados atuavam para comprometer as defesas terrestres. Essa integração garantiu que Israel mantivesse a superioridade tática durante toda a ofensiva.

Ao longo da operação, caças israelenses realizaram ataques cirúrgicos contra instalações nucleares e centros de pesquisa iranianos, provocando danos relativos, uma vez que a maioria das instalações iranianas são hoje localizadas em abrigos subterrâneos extremamente protegidos. Mas o objetivo foi atingido: a eliminação de cientistas nucleares e altos comandantes militares.

A Rising Lion exemplificou a aplicação sofisticada das táticas operacionais do Mossad, combinando inteligência estratégica, operações clandestinas e guerra multidomínio para atingir seus objetivos. O sucesso da operação não foi apenas resultado da tecnologia avançada utilizada, mas principalmente do planejamento meticuloso, em alinhamento com o lema do Mossad.

Impacto e Consequências da Operação Rising Lion

A Operação Rising Lion tem o potencial de provocar profundas alterações na dinâmica militar e geopolítica do Oriente Médio, alterando significativamente a capacidade de defesa do Irã e redesenhando alianças estratégicas na região. Ao atacar alvos críticos do programa nuclear iraniano e eliminar líderes militares de alta patente, Israel conseguiu enfraquecer a infraestrutura militar iraniana, sua cadeia de comando, desacreditar sua estrutura de contrainteligência e forçar Teerã a revisar sua doutrina de defesa e sua estratégia regional.

Degradação da Capacidade Militar Iraniana e o Impacto na Doutrina de Defesa de Teerã

A ofensiva israelense teve um impacto devastador na estrutura militar iraniana, atingindo bases estratégicas, sistemas de defesa aérea e centros de pesquisa nuclear. Entre os alvos atingidos estavam instalações em Natanz e Fordow, duas das principais áreas de enriquecimento de urânio do Irã. A destruição parcial desses locais comprometeu os esforços de Teerã para acelerar seu programa nuclear e forçou o regime a buscar alternativas para preservar suas capacidades militares.

Além disso, a eliminação de comandantes-chave da Guarda Revolucionária gerou um vácuo de liderança, desorganizando a cadeia de comando das forças iranianas. Com a perda de generais responsáveis pela coordenação de operações estratégicas, o Irã enfrentou dificuldades para reagir rapidamente aos ataques israelenses e reorganizar suas defesas. O impacto psicológico sobre as forças iranianas também foi significativo, levando Teerã a adotar uma postura de emergência diante da crise militar interna.

A doutrina de defesa iraniana passou por ajustes imediatos, com esforços para fortalecer a guerra assimétrica e a dependência de grupos aliados na região. Como resposta à ofensiva israelense, o Irã acelerou a modernização de seus sistemas de mísseis balísticos e drones de ataque, buscando ampliar sua capacidade de retaliação e restaurar seu poder de dissuasão.

Erosão da Contrainteligência Iraniana e Crise Interna na Guarda Revolucionária

A Operação Rising Lion expôs falhas críticas na contrainteligência iraniana, minando profundamente a credibilidade dos serviços de segurança do regime. A capacidade do Mossad de infiltrar agentes e informantes dentro da estrutura de comando iraniana, além de realizar uma ofensiva de larga escala sem alertas prévios, revelou um nível alarmante de vulnerabilidade dentro da República Islâmica.

A partir da ofensiva israelense, altos comandantes da Guarda Revolucionária e do programa nuclear passaram a suspeitar que havia informantes infiltrados dentro dos círculos mais restritos de Teerã. Isso gerou uma onda de paranoia e investigações internas, levando a expurgos dentro das forças de segurança iranianas e a mudanças na estrutura do alto comando. O líder supremo Ali Khamenei ordenou uma revisão total dos protocolos de inteligência, com demissões e substituições em setores estratégicos.

Além disso, a desconfiança interna comprometeu a capacidade do Irã de reorganizar suas defesas, pois muitos oficiais passaram a temer que suas próprias comunicações estivessem comprometidas. Essa instabilidade interna limitou a reação iraniana aos ataques israelenses e gerou um ambiente de fragilidade operacional dentro do regime.

O desgaste da contrainteligência iraniana fará com que Teerã seja forçada a rever as suas operações de segurança, reestruturar sua doutrina de proteção de informações e limitar interações diretas entre setores estratégicos. Esse cenário favoreceu novas incursões israelenses, pois a resposta iraniana tornou-se fragmentada e descoordenada, incapaz de recuperar sua capacidade ofensiva no curto prazo.

Reação do Irã e Tentativa de Reorganização Estratégica

Diante da ofensiva israelense, o Irã mobilizou recursos militares e declarou estado de guerra contra Israel, prometendo vingança pela morte de seus líderes e cientistas nucleares. O regime dos aiatolás lançou centenas de mísseis balísticos contra Israel, atingindo áreas militares e algumas localidades civis. No entanto, a resposta iraniana foi limitada devido ao impacto dos ataques israelenses em sua infraestrutura defensiva.

Internamente, o Irã enfrentou um período de reorganização estratégica, com mudanças na liderança militar e aumento do orçamento de defesa. O governo iraniano intensificou seus programas de cibersegurança para evitar novos ataques israelenses e reforçou a proteção de suas instalações nucleares remanescentes.

O Papel de Aliados como Rússia e China no Apoio ao Irã após a Ofensiva

Após os ataques israelenses contra alvos estratégicos no Irã, Rússia e China adotaram posturas distintas em relação ao conflito. Moscou imediatamente condenou a ofensiva israelense, classificando-a como uma escalada perigosa na região, mas evitou qualquer envolvimento direto. O Kremlin intensificou o fornecimento de equipamentos militares ao Irã, incluindo sistemas de defesa aérea e munições guiadas. No entanto, não ofereceu apoio operacional imediato nem mobilizou forças para auxiliar Teerã.

O governo russo também tentou mediar diplomaticamente a situação, propondo negociações entre Teerã e aliados ocidentais para evitar um conflito prolongado. Apesar das declarações públicas de apoio ao Irã, a Rússia manteve seu foco na guerra na Ucrânia, priorizando suas próprias necessidades estratégicas e limitando sua intervenção no Oriente Médio.

Já a China manteve uma postura mais equilibrada. Pequim condenou os ataques israelenses em fóruns internacionais, mas evitou comprometer sua relação comercial com Tel Aviv. No campo econômico, a China reforçou sua parceria com Teerã, garantindo o escoamento de petróleo iraniano para driblar sanções e mantendo o fluxo de investimentos chineses em infraestrutura iraniana.

Dessa forma, apesar de apoiarem politicamente o Irã, nem Rússia nem China se envolveram diretamente no conflito, ao menos de forma ostensiva, preferindo atuar nos bastidores para fortalecer Teerã sem provocar uma escalada global. Esse apoio, embora relevante, demonstrou que o Irã continua isolado em sua resposta militar contra Israel, sem aliados dispostos a intervir abertamente no conflito.

Desdobramentos Geopolíticos e Mudanças na Balança de Poder no Oriente Médio

A Operação Rising Lion alterou significativamente o equilíbrio de poder na região, consolidando Israel como uma potência militar capaz de executar ataques complexos contra alvos estratégicos em território inimigo. O sucesso da ofensiva fortaleceu a posição israelense no cenário internacional e elevou sua capacidade de dissuasão contra adversários regionais.

No mundo árabe, os países signatários dos Acordos de Abraão evitaram condenar os ataques israelenses, reforçando sua posição de cooperação com Tel Aviv. A normalização das relações diplomáticas entre Israel e Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Marrocos e Sudão se manteve intacta, demonstrando que o apoio árabe ao Irã estava enfraquecido.

A ofensiva também aprofundou a crise do regime iraniano, que enfrentou protestos internos contra a sua incapacidade de proteger o país contra os ataques israelenses. O descontentamento popular aumentou, gerando instabilidade política e colocando o governo dos aiatolás sob pressão.

Em termos estratégicos, a Rising Lion reafirmou a importância da guerra multidomínio, evidenciando como a convergência de operações militares, cibernéticas e clandestinas pode garantir o sucesso em conflitos modernos. O impacto do ataque moldou as futuras operações militares na região e redefiniu a maneira como Israel e seus adversários conduzem suas estratégias de defesa e ataque.

Considerações Finais

A Operação Rising Lion demonstrou, de forma incontestável, a importância do planejamento estratégico como elemento central na guerra moderna. O ataque israelense ao Irã não foi apenas uma ação ofensiva isolada, mas sim o resultado de anos de infiltração, operações de moldagem, guerra cibernética e inteligência meticulosamente coordenada. A eficácia da ofensiva confirmou que, no cenário de conflitos contemporâneos, a integração de múltiplas capacidades operacionais pode garantir a superioridade estratégica antes mesmo do confronto direto.

O conceito de convergência de operações em ambiente multidomínio, que se acha espelhado na Operação Rising Lion, se consolida como um modelo operacional para conflitos atuais e futuros, envolvendo grande complexidade de planejamento e coordenação para execução.

Ao combinar infiltração humana clandestina, guerra eletrônica, ataques cibernéticos e operações aéreas em um único plano tático, Israel conseguiu neutralizar as defesas iranianas antes da execução dos bombardeios estratégicos. Essa abordagem evidencia que guerras modernas não se limitam ao campo de batalha tradicional, mas se expandem para domínios digitais, informacionais e de inteligência.

As implicações futuras da Rising Lion para o Mossad e para a doutrina militar israelense parecem ser vastas. A operação reafirmou a capacidade de Israel de conduzir ataques cirúrgicos contra inimigos estratégicos sem demandar a realização de uma operação convencional, particularmente envolvendo o domínio terrestre, o que seria praticamente impossível contra o Irã, devido à distância entre os países e à existência de outras nações interpostas.

No âmbito político, a ofensiva reforçou a posição israelense na arena internacional, particularmente sob os auspícios da nova gestão do presidente Donald Trump, demonstrando que sua estratégia de dissuasão continua a ser um fator crítico na contenção de ameaças regionais.

Para o Irã, por outro lado, a operação representou um severo revés, minando sua capacidade de retaliação e colocando em dúvida a segurança de seus programas militares e nucleares no longo prazo.

O Mossad, ao longo das décadas, construiu sua reputação sobre seu modus operandi, baseado em planejamento meticuloso, demonstrando que a antecipação, o preparo e a adaptação são os pilares do sucesso em conflitos de alta complexidade.

A ofensiva israelense contra o Irã, mais do que uma ação tática, foi um testemunho da relevância do planejamento estratégico no século XXI e um alerta de que, no campo da guerra moderna, a vitória pertence àqueles que enxergam além do combate imediato.

Mas também vemos que o pensamento estratégico de autores como André Beaufre continuam válidos. Com base nas teorias estratégicas de Beaufre, a Operação Rising Lion pode ser classificada como um exemplo de ação integrante de uma estratégia indireta, fundamentada em princípios de dissuasão e manipulação do ambiente operacional antes do confronto direto. Beaufre defendia que a vitória não dependia apenas da força militar, mas da capacidade de controlar a percepção do adversário e moldar suas decisões estratégicas.

Assim, este artigo buscou evidenciar que o planejamento estratégico não é apenas um princípio teórico, mas um fator decisivo na condução de conflitos. O Mossad e as forças israelenses demonstraram que, na guerra moderna, vitória não se limita à destruição do adversário, mas sim à capacidade de moldar o cenário de tal forma que o inimigo seja incapaz de impor sua própria estratégia.

Com isso, procuramos demonstrar que a Rising Lion não foi apenas uma operação militar bem-sucedida. Ela foi uma demonstração clara de como a evolução tecnológica e o emprego de capacidades cada vez mais avançadas e disruptivas não eliminam, mas reforçam, a importância do planejamento fundamentado em uma boa aproximação estratégica. Quando uma ofensiva é conduzida em múltiplos domínios e dimensões do campo de batalha moderno, a antecipação, a coordenação e a adaptação tornam-se fatores ainda mais críticos para o sucesso.

Referências

BOB, Yonah Jeremy; EVYATAR, Ilan. Target Tehran: How Israel Is Using Sabotage, Cyberwarfare, Assassination – and Secret Diplomacy – to Stop a Nuclear Iran and Create a New Middle East. New York: Simon & Schuster, 2023.

COUTINHO, Marco Antonio de Freitas. Do Guerrear Sem Limites à Convergência de Operações: Lições da Guerra Russo-Ucraniana Para a Doutrina Militar Brasileira. Velho General, 10 de junho de 2025. Disponível em: https://velhogeneral.com.br/2025/06/10/do-guerrear-sem-limites-a-convergencia-de-operacoes-licoes-da-guerra-russo-ucraniana-para-a-doutrina-militar-brasileira/.

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