A Rússia apoiou uma investigação justa e transparente sobre um ato de interferência ilegal nas atividades da aviação civil durante uma sessão não programada da Organização de Aviação Civil Internacional (ICAO, International Civil Aviation Organization) sobre um incidente com um voo da Ryanair, disse o enviado russo à organização Sergey Gudkov à agência Tass na quinta feira.
“Apoiamos a investigação justa e transparente sobre o ato de interferência ilegal nas atividades da aviação civil por parte dos Escritórios de Navegação Aérea e Jurídico do Secretariado da ICAO”, afirmou. Ao mesmo tempo, o representante destacou que muitos países, incluindo o Reino Unido e a França, acham que este foi o incidente da aviação que deve ser investigado do ponto de vista dos riscos de segurança para a tripulação do avião e seus passageiros, enquanto a Rússia insistiu que este caso deve ser examinado com base no Anexo 17 da Convenção de Chicago sobre Aviação Civil Internacional sobre a segurança do transporte aéreo internacional.
Ele também afirmou que o lado bielorrusso agiu em total conformidade com a Convenção de Chicago e as regras e padrões da ICAO conforme as diretrizes exigem em uma situação de ameaça de bomba a bordo de um avião. “Não houve aterrissagem forçada do voo da Ryanair em Minsk, nem um controlador de tráfego aéreo, nem o caça a jato enviado pela Força Aérea Bielorrussa forçou um piloto a mudar de direção. Isso fica claro a partir do intercâmbio de rádio decodificado entre o piloto e o controlador”, enfatizou o representante russo.
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Ele lamentou que a posição da Rússia, bem como a da China e da África do Sul que a apoiaram, não tenham sido ouvidas. “Tive a impressão de que os comentários dos europeus foram encenados com antecedência e cada país desempenhou sua parte”, observou o enviado. Ele também não respondeu a uma pergunta sobre se um resultado provisório da investigação da ICAO pode ser tornado público já no final de junho. No início da terça-feira, o Departamento de Transporte da Irlanda informou que os primeiros resultados seriam publicados em 25 de junho.
Na quinta-feira, a organização realizou uma sessão de emergência de 36 representantes diplomáticos no Conselho da ICAO sobre o incidente com um voo da Ryanair no espaço aéreo da Bielorrússia em 23 de maio. Também contou com a presença de representantes da Bielorrússia, Irlanda, Lituânia, Polônia e Ucrânia.
Em 23 de maio, um avião da Ryanair com destino a Vilnius que decolou de Atenas fez um pouso de emergência no Aeroporto Internacional de Minsk após uma denúncia de ameaça de bomba. Uma tripulação de alerta do jato de combate MiG-29 foi escalada para escoltar o avião. Após o pouso, o avião foi inspecionado e nenhuma bomba foi encontrada dentro. O Comitê de Investigação da Bielorrússia abriu um processo criminal sobre falso alerta de bomba. Entre os passageiros do voo estava Roman Protasevich, um dos co-fundadores do canal Nexta Telegram, que Minsk reconhece como extremista. Protasevich foi detido por policiais assim que o avião pousou na capital bielorrussa. A russa Sofia Sapega também foi detida. Na noite de domingo, o avião deixou o aeroporto de Minsk e seguiu para Vilnius.
Fonte: Tass.