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Montagem com imagens Freepik e PNGWave.

Os acontecimentos na última semana, em várias partes do Brasil, escancararam a anomia para a qual se encaminha o nosso país. É preciso que os cidadãos de bem se posicionem de forma firme de forma a derrotar a chamada “esquerda progressista”, condenando de forma veemente indivíduos e organizações que apoiam a bandidolatria, o garantismo, a corrupção e a impunidade que grassam em nossa sociedade.


Essa foi uma semana atípica no Brasil, com vários incidentes muito tristes em diversos estados da federação e com simbolismo muito forte. Pudemos ver a evolução da capacidade logística, da metodologia de planejamento e organização das poderosas facções de crime organizado que praticam a modalidade criminosa de “novo cangaço”.

Duas ações materializaram isso, a primeira, na cidade de Criciúma, estado de Santa Catarina; e a segunda, na cidade de Cametá, no Pará. E para piorar, mesmo sabendo que um policial havia sido baleado por bandidos na ação de Criciúma e corria risco de vida, ainda apareceu um veículo de comunicação que abusou de forma desrespeitosa da liberdade de imprensa. Radialistas davam gargalhadas durante um programa ao vivo e faziam apologia à criminalidade.

Em São Paulo, tivemos também um incidente catastrófico, em que um policial militar demonstrou completo descontrole e despreparo quando apontou a arma para um colega em plena via pública porque houve um atraso no horário da substituição do serviço. E pior ainda, os vídeos divulgados em redes sociais mostram o público em volta instigando os dois a escalar a crise. Independentemente da vida sob pressão, essa é uma atitude injustificável e de extremo risco para a sociedade. Uma pessoa assim não poderia nem praticar tiro desportivo, muito menos ser agente da lei. Em relação às pessoas em volta, as atitudes foram simplesmente absurdas.

E, por fim, no Rio de Janeiro, enquanto o Cabo Cardoso, um policial militar branco arriscava sua vida para impedir que dois bandidos afrodescendentes assaltassem um estabelecimento comercial da Baixada Fluminense, pessoas que observavam que um dos marginais estava armado no ângulo morto do agente da lei, ameaçando a sua integridade, foram incapazes de alertá-lo.

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Esse policial branco, casado e pai de família foi baleado na cabeça, veio a óbito e ainda foi alvo de discursos de ódio de adeptos da bandidolatria. A referência à cor dos participantes no trágico episódio é apenas para registrar que todas vidas importam. Infelizmente não há reciprocidade na empatia da imprensa e nos pseudomovimentos sociais quando a vítima não faz parte do perfil que interessa para determinadas narrativas. Nem mesmo morrendo heroicamente para proteger a sociedade, o Cabo Cardoso e sua família receberão a solidariedade de alguns partidos políticos e ONGs, muito menos receberão tratamento de vítimas da violência.

Segundo informações, o assassino do Cabo Cardoso foi preso na comunidade Vila Kenedy após uma “negociação” entre lideranças do tráfico com integrantes do Ministério Público e dos Direitos Humanos. Na verdade, a Polícia Militar foi até lá apenas para buscar o criminoso que se entregou a mando do tráfico, porque a polícia estava realizando operações em diversas comunidades da região prejudicando os negócios da “firma”. O marginal chegou na delegacia com a família e já era esperado por representantes do Ministério Público e dos Direitos Humanos, segmentos esses que dificilmente se oferecem para ajudar os policiais.

O “teatro” da narrativa de vitimizar bandidos já começou e é bem montado, organizaram até um protesto em frente a 34º Delegacia de Polícia porque, supostamente, essa “vítima da sociedade” teria sido agredida, coisa que eu acho difícil de ter acontecido nessas condições extremamente públicas e controladas.

Provavelmente, se durante a ação na loja, o policial tivesse atingido um dos meliantes numa troca de tiros, iriam inventar um crime de racismo, mas como foi o contrário a grande mídia hipócrita e os segmentos que se apresentam como “progressistas” simplesmente fingem que nada aconteceu. Só lembrando que os errados são os bandidos, que além da opção não entrar no crime, também têm legalmente a obrigação de cessar o assalto e se entregar ao agente da lei.

Na verdade, esse bandido e seu comparsa, de vítimas da sociedade não tinham nada; além de uma extensa ficha criminal, ostentavam nas redes sociais um estilo de vida razoavelmente confortável fazendo uso dos produtos de seus assaltos. O pior de tudo é que o meliante vai chegar no presídio como herói, recebido com festa e direito a regalias por ter matado um policial, sem falar nas decisões garantistas do judiciário, que devem mantê-lo preso pouco tempo. Provavelmente, a primeira coisa que vai fazer é uma tatuagem de palhaço armado, símbolo de matadores de policial, se é que já não a possui. Eu deixo aqui a minha solidariedade aos agentes da lei que arriscam diariamente as suas vidas para proteger a sociedade de bem, colocando-se como a nossa última barreira de proteção. Eu repudio os assaltantes e tenho nojo de pseudo-comunicadores que fazem apologia ao crime na imprensa ou cartunistas que desperdiçam seu talento artístico que apenas promovem bandidolatria, discursos de ódio, depreciação dos agentes da lei e divisão da sociedade. A sociedade brasileira está seguindo na direção da anomia e ainda não entendeu que há um preço a ser pago por todos para viver em segurança.


*Fernando Montenegro, coronel R1 das Forças Especiais do Exército Brasileiro, é mestre em Ciências Militares, pós-graduado em Gestão e Direção de Segurança pela Universidade Autónoma de Lisboa e doutorando em Relações Internacionais, Geopolítica e Geoeconomia. Foi oficial de inteligência da Unidade de Contraterrorismo do Exército Brasileiro, instrutor-chefe do Centro de Instrução de Guerra na Selva em 2009/2010 e comandante da força-tarefa Sampaio na pacificação dos Complexos de Favelas do Alemão e da Penha em 2011/2012. É autor do livro “Comando Verde” sobre a ocupação dos Complexos do Alemão e da Penha, auditor de defesa em Portugal, professor da Universidade Autónoma de Lisboa e comentarista da SIC.

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4 comentários

  1. Excelente artigo e reflexão, meus parabéns Coronel Montenegro e Velho General.
    É inacreditável como ainda temos jornalistas e comunicadores que se preocupam somente com o “ibope” de momento e deixando de lado sua função de reportar os fatos e a verdade.
    Também é uma pena como nossa sociedade brasileira aceita isto.
    Abraços

    1. Pois é Paulo, a questão da qualidade da educação tem influência nisso. Mas está começando a mudar, tenhamos fé e sigamos na luta. Grato por comentar, forte abraço!

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