Notícia de equipamento de navegação russo em submarinos alemães deixa legisladores em alerta

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Submarinos U-33, U-34 e U-36 na base da Marinha em Eckernfoerde, Alemanha, em 2016 (Morris MacMatzen/Getty Images).

Submarinos U-33, U-34 e U-36 na base da Marinha em Eckernfoerde, Alemanha, em 2016 (Morris MacMatzen/Getty Images).

Uma reportagem de que a tecnologia de navegação desenvolvida pela Rússia está instalada em submarinos da Marinha alemã levou legisladores a investigar.

A curiosidade deles provém de um artigo de 27 de março no tabloide Bild am Sonntag que disse que os submarinos alemães estavam usando o produto Navi Sailor 4100 como display de cartas eletrônicas e sistema de informação, ou ECDIS. O fabricante é a Transas, uma empresa com raízes em São Petersburgo, Rússia, uma filial da qual foi comprada pela Wärtsilä da Finlândia em 2018.

Os terminais Navi Sailor série 4000, uma espécie de versão digital dos mapas náuticos, são equipamentos padrão em muitas embarcações comerciais. Alguns governos ocidentais escolheram o equipamento para suas forças de segurança no passado.

De acordo com a reportagem do Bild am Sonntag, a associação da Marinha alemã com a Transas remonta a 2005. Circularem imagens no Twitter esta semana mostrando um terminal da Transas instalado na fragata alemã Brandenburg como prova de que os navios de superfície também estavam equipados com a tecnologia.

Um porta-voz da marinha disse ao Defense News que o potencial de riscos à segurança foi reconhecido dentro da Força, embora os detalhes sejam confidenciais.

O funcionamento interno da navegação e geolocalização são normalmente segredos fortemente protegidos em embarcações navais, já que muitos tipos, especialmente submarinos, tentam escapar da detecção por adversários para a vantagem da surpresa.

Oficiais de defesa ocidentais reconheceram anteriormente que os serviços de navegação podem equivaler a um calcanhar de Aquiles em operações militares. Adversários experientes podem bloquear o sinal do GPS, por exemplo, ou enganar as forças, alimentando-os com marcadores de posição errados.

De acordo com a reportagem da Bild am Sonntag, o nível de criptografia de dados usado pelos equipamentos da Transas está abaixo do exigido para equipamentos militares.

Jeremy Stöhs, analista naval da Universidade de Kiel, no norte da Alemanha, disse que há potencial para exagerar no problema. “É preciso supor que haja uma consideração muito consciente sobre os tipos de sistemas instalados nos poucos submarinos que a Alemanha possui”, disse ele ao Defense News.

“Eu teria muito cuidado com a suposição de que os submarinos alemães estão ‘singrando com navegação russa’, como a reportagem faz acreditar”, acrescentou.

Ainda assim, vários legisladores estão alarmados o suficiente para exigir respostas. Os membros do Bundestag, Marie-Agnes Strack-Zimmermann e Tobias Lindner, as principais vozes dos partidos Democrata Livre e Verde em tópicos de defesa, respectivamente, pediram ao Comitê de Defesa parlamentar para discutir os riscos potenciais.

O escritório de Lindner questionou o Ministério da Defesa sobre o assunto em novembro de 2020, recebendo uma resposta confidencial, de acordo com um funcionário.

Um porta-voz do finlandês proprietário da Transas, Wärtsilä, argumentou que sua empresa não tem nenhuma conexão com o braço de defesa russo.

“A Wärtsilä adquiriu a Transas em 2018 para seu negócio marítimo comercial e não adquiriu um negócio de defesa anterior que tinha a mesma propriedade, mas era separado do negócio marítimo atual”, escreveu o porta-voz por e-mail. “Entendemos que o negócio de defesa foi vendido pelos antigos proprietários por volta de 2015 e nunca foi conectado a Wärtsilä.”

Todos os sistemas de navegação da Transas pertencentes e vendidos pela Wärtsilä estão em conformidade com os padrões da indústria, incluindo segurança cibernética, acrescentou o porta-voz. “Não divulgamos os detalhes de nossos clientes ou contratos e não podemos comentar sobre seus requisitos e protocolos de segurança cibernética.”

Fonte: C4ISRNet.

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