Drones: Capacidades, Doutrina e Organização

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Imagem meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial.

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Análise das implicações doutrinárias e organizacionais decorrentes do emprego de Sistemas Aéreos Remotamente Pilotados (SARP), com base em estudos de caso.


Introdução

O Exército não está apenas enfrentando novas ferramentas — está diante de uma nova forma de guerrear.” (HOLLENBECK, 2025)

O cenário dos conflitos armados contemporâneos tem sido marcado por uma aceleração tecnológica sem precedentes, com destaque para o emprego de plataformas não tripuladas que passaram a desempenhar papel central nas operações militares. Entre essas, os Sistemas Aéreos Remotamente Pilotados (SARP) se destacam como vetores de transformação nas ações de reconhecimento, interdição, ataque e apoio logístico, atuando diretamente sobre as dimensões aérea e terrestre do campo de batalha.

Como observa Neil Hollenbeck (2025), com o advento dos SARP, as forças armadas estão apenas diante de novas ferramentas: estão sendo desafiadas por uma nova forma de guerrear, que ultrapassa ajustes táticos pontuais e exige repensar os fundamentos doutrinários em sua totalidade.

Esse fenômeno levanta uma inquietação estratégica e doutrinária: de que forma o emprego crescente de drones no campo de batalha tem provocado transformações na doutrina militar contemporânea? A busca por essa resposta exige o exame de mudanças não apenas táticas, mas conceituais — afetando desde o comando e controle até o emprego de tropas, veículos blindados e estruturas defensivas.

A relevância da presente análise se justifica tanto do ponto de vista teórico, ao explorar a convergência entre tecnologia e doutrina militar, quanto prático, considerando o impacto direto sobre o planejamento e a execução das operações. No nível tático, conflitos recentes, como o da região de Nagorno-Karabakh (2020), os combates em Sudzha (Kursk) e Sumy (2025) durante a Guerra Russo-Ucraniana, e a escalada de hostilidades entre Israel e Irã, revelam a centralidade dos SARP e suas implicações profundas para a organização e o emprego das forças terrestres e aéreas.

Diante da amplitude do tema, este estudo estabelece como delimitação o foco exclusivo nos SARP — deixando de lado outras plataformas não tripuladas — e restringe a análise às dimensões aérea e terrestre do combate. A partir desse recorte, busca-se compreender como tais sistemas impactam a doutrina vigente, especialmente no que diz respeito ao papel da infantaria, dos blindados e da engenharia de campanha (na proteção anti-SARP) em cenários operacionais marcados pela presença crescente de drones kamikaze, drones FPV e tecnologias de negação de área.

Fundamentação Teórica

A doutrina militar, enquanto conjunto sistematizado de princípios que orientam o emprego das forças armadas, sempre esteve em constante evolução — moldada por transformações tecnológicas, sociais e estratégicas. Na tradição clássica, conforme sistematizada nos modelos de guerra convencionais dos séculos XIX e XX, predominava o conceito de ação concentrada e hierarquizada, com Teatros de Operações (TO) contendo a Zona de Combate (ZC), a Zonas de Administração (ZA) e a Zona de Interior (ZI), áreas perfeitamente delimitadas, assim como linhas de contato e controle físico do terreno que se mostravam bem definidos.

Contudo, o advento do conceito de convergência de operações em múltiplas dimensões e domínios provocou rupturas profundas nesse paradigma. Como destaca Slipchenko (apud COUTINHO, 2025a), as operações em ambiente multidomínio passaram a exigir doutrinas flexíveis, centradas no aumento de profundidade das operações no interior dos TO e na compressão do tempo decisório, com protagonismo crescente das tecnologias de informação, sensores remotos e armamentos automatizados. Essa perspectiva antecipa aquilo que, na prática, vem se consolidando rapidamente com o uso de SARP em diferentes teatros de operação.

No contexto brasileiro, a Portaria nº 333-COTER (BRASIL, 2023) aponta diretrizes para o desenvolvimento da doutrina terrestre, ressaltando a importância da adaptação contínua frente às novas ameaças e ao ambiente operacional caracterizado pela volatilidade, incerteza, complexidade e ambiguidade. A inserção dos drones nesse cenário demanda a revisão de princípios como mobilidade, segurança, surpresa e iniciativa — pilares tradicionais da ação militar terrestre.

Felipe Costa Netto (2023), ao analisar o emprego de SARP Categoria 1 nas operações terrestres — definidos como sistemas táticos com peso entre 15 e 150 kg, e operados por Brigadas e Divisões de Exército — destaca que essas plataformas ampliam o alcance, aumentam a eficácia da obtenção de vantagens operativas e proporcionam a interdição antecipada de áreas estratégicas. Tal constatação reforça a ideia de que os drones não apenas operam em complementaridade com os meios convencionais, mas redefinem o próprio conceito de vantagem militar em diversos níveis de comando.

Por sua vez, Alexander Staver (2025) oferece uma leitura atualizada sobre o papel da infantaria na guerra moderna, enfatizando sua permanência como elemento essencial de controle, ocupação e presença física — mesmo diante da crescente automação do campo de batalha. Ao tratar da infantaria como “corpo doutrinário adaptável”, Staver permite compreender que a transformação promovida pelos drones não elimina os fundamentos clássicos, mas os reorganiza em novos formatos operacionais.

Igualmente relevante é o papel dos blindados no campo de batalha contemporâneo. Ainda que sua vulnerabilidade frente aos drones FPV e aos Sistemas de Munições Remotamente Pilotadas (SMRP) já venha sendo amplamente debatida, seus atributos fundamentais, como mobilidade tática, capacidade de choque e proteção blindada parecem que continuarão a ser requeridas no campo de batalha futuro. Desde os elefantes de guerra da Antiguidade até os modernos carros de combate principais (MBT, Main Battle Tank), a força terrestre sempre recorreu a meios móveis e com poder de choque suficiente para penetrar defesas, sustentar o avanço de formações e garantir a mobilidade e a superioridade em terrenos hostis.

A integração dos blindados em operações multidomínio, com apoio de sensores embarcados, contramedidas eletrônicas e cobertura aérea por SARP, pode nos apontar para um novo formato para seu emprego — mais distribuído, mais veloz, menos linear e com menores formações. Tudo isso sem romper com os princípios clássicos da manobra.

Assim, esta fundamentação teórica busca amparar a discussão sobre a transformação da doutrina militar contemporânea, partindo da tensão entre permanência e inovação. A guerra moderna não se resume a uma substituição de meios, mas à reconfiguração de conceitos estruturantes — especialmente à medida em que os SARP passam a operar como agentes autônomos e decisivos, alterando o ritmo, a forma e o conteúdo das operações militares.

Evolução do Emprego de Drones

O emprego de drones no campo de batalha tem deixado de ser um elemento de apoio periférico para ocupar posições centrais na condução das operações militares. A evolução tecnológica acelerada e a democratização do acesso a plataformas não tripuladas transformaram os drones em vetores estratégicos, capazes de realizar missões complexas em múltiplos domínios, com custos significativamente reduzidos em relação a sistemas tripulados.

Os tipos de drones utilizados em combate variam quanto à massa, autonomia, capacidade de carga útil, grau de automação e alcance operacional. Podem ser divididos, conforme classificação doutrinária, em SARP de Categoria 0 (até 15 kg, uso em pequenas frações), Categoria 1 (15 a 150 kg, emprego tático por Brigadas e Divisões) e categorias superiores, voltadas para uso estratégico e interagência. Dentro desses espectros, destacam-se os drones First-Person View (FPV) — operados com perspectiva visual direta pelo piloto — que têm revolucionado as ações de interdição de áreas, ataques de precisão contra blindados e operações de saturação localizadas.

O avanço tecnológico desses sistemas permitiu o embarque de sensores multiespectrais, sistemas de navegação autônoma, enlace criptografado e cargas letais guiadas. Drones suicidas, munições vagantes, plataformas de vigilância persistente e enxames automatizados passaram a atuar combinadamente, produzindo efeitos sobre alvos móveis, estruturas defensivas e ativos estratégicos. Operações como a Spider Web (COUTINHO, 2025b), com lançamento sincronizado de 117 drones FPV sobre bases aéreas, e o ataque de saturação no início da ofensiva de Israel contra o Irã, ilustram como os drones passaram a compor o primeiro escalão de ataque em ambientes multidomínio.

Essa transformação vem provocando impactos diretos sobre as estruturas doutrinárias e táticas militares. Princípios tradicionais como surpresa, iniciativa e mobilidade passaram a ser reinterpretados à luz das capacidades dos SARP — especialmente no emprego descentralizado, na antecipação de efeitos sobre o inimigo e na construção de superioridade informacional. Em vez de repetir os eixos clássicos de manobra, passa-se a operar com lógica distribuída, inteligência embarcada e uso integrado de sensores e plataformas ágeis, exigindo uma profunda revisão dos eixos clássicos de planejamento e comando — inclusive da organização territorial do Teatro de Operações, cuja segmentação em zonas pode já não refletir a realidade imposta pelos SARP.

A título ilustrativo, na Operação Spider Web (COUTINHO, 2025b), forças ucranianas lançaram drones FPV que atingiram bases aéreas russas a mais de seis mil quilômetros de distância, com precisão letal e coordenação estratégica. Isso desafia diretamente a lógica clássica de Teatros de Operações segmentados por zonas físicas (ZC, ZA, ZI), já que o alcance tecnológico rompe com a limitação espacial tradicional. Esse exemplo real sinaliza que, com o emprego descentralizado e remoto de SARP, o alcance tático passou a ser desacoplado da presença física, exigindo que a doutrina de organização espacial das operações — bem como os conceitos de profundidade e segurança do TO — sejam revistos e ampliados.

A consolidação dos drones como meios autônomos e decisivos, capazes de operar em conjunto com forças convencionais, indica que o futuro da doutrina militar não está na substituição dos meios tradicionais, mas na sua integração orgânica com sistemas remotamente pilotados. O campo de batalha moderno é moldado pela interação entre sensores, plataformas ágeis e decisões aceleradas — ambiente em que o conhecimento técnico e a flexibilidade doutrinária tornam-se ferramentas indispensáveis. Precisamos portanto consolidar o conceito de convergência nas operações.

Estudos de Caso

A ascensão dos SARP no campo de batalha contemporâneo provocou uma verdadeira revolução sobre os meios de guerra tradicionalmente consagrados. A partir de sua atuação em conflitos recentes — como em Nagorno-Karabakh (2020), na Guerra Russo-Ucraniana (2022–2025), e na Guerra dos 12 dias entre Israel e Irã (2025) — observa-se uma erosão significativa da eficácia de tecnologias previamente tidas como pilares doutrinários, como os mísseis anticarro, munições vagantes, sistemas de guerra eletrônica e artilharia convencional.

Conflito em Nagorno-Karabakh (2020)

O conflito entre Azerbaijão e Armênia destacou o poder de transformação dos drones na doutrina de supressão aérea e destruição de blindados. Os drones Bayraktar TB2 e Harop foram empregados com precisão cirúrgica para neutralizar defesas antiaéreas (S-300, 9K33 Osa) e destruir formações de blindados em profundidade. A ação combinada dos SARP permitiu ao Azerbaijão alcançar domínio aéreo local sem emprego de aeronaves tripuladas — antecipando o modelo de ataque em rede com plataformas de baixo custo e guiagem inteligente.

Guerra Russo-Ucraniana (2022–2025)

A guerra entre Rússia e Ucrânia consolidou os SARP como principal vetor de letalidade. Relatórios recentes indicam que cerca de 40% das baixas são causadas por drones, superando pela primeira vez a artilharia como principal instrumento de destruição de alvos. Em Sudzha (Kursk) e Sumy (2025), o uso de drones FPV em ataques diretos a posições e corredores logísticos russos provocou interdição territorial sem necessidade de forças convencionais.

Em resposta, as forças russas adotaram telas antidrones sobre blindados e estruturas logísticas — um esforço improvisado para reduzir a vulnerabilidade vertical frente a ataques suicidas. Simultaneamente, desenvolveu-se uma cooperação técnico-militar com a Coreia do Norte, voltada para envio de tropas da engenharia norte-coreana para realizar trabalhos de instalação das telas antidrones nas estradas onde flui o tráfego logístico na região de Kursk.

Outro dado impactante do emprego de SARP na Guerra Russo-Ucraniana é a sua letalidade.

Segundo estimativas publicadas pela plataforma especializada Army Technology (2025), entre 70% e 80% das baixas diárias no front da Guerra Russo-Ucraniana são hoje provocadas por SARP, sobretudo do tipo FPV e kamikaze. Essa constatação representa uma mudança histórica no vetor principal de letalidade no campo de batalha moderno, superando inclusive a artilharia, que foi dominante em guerras do século XX.

A seguir, apresenta-se uma tabela comparativa entre tecnologias tradicionais e os efeitos provocados pela ascensão dos SARP — com foco nas dimensões de custo, eficácia e vulnerabilidades atuais:



Guerra Israel–Irã (2025)

A guerra de 12 dias entre Israel e Irã, em junho de 2025, representou a consolidação dos SARP como vetor central para obtenção de superioridade em operações no ambiente multidomínio.

Com ataques realizados tanto por drones FPV, quanto por drones de longo alcance e integração com IA, satélites, ações cibernéticas ofensivas e guerra eletrônica, a Operação Rising Lion desenvolvida pelos israelenses evidenciou que a supremacia aérea hoje depende menos de caças tripulados e mais da convergência tecnológica entre plataformas autônomas, sensores remotos e controle distribuído. As ações israelenses tensionaram os conceitos clássicos de comando e controle, defesa em profundidade e segurança territorial. Por outro lado, a resposta iraniana também não foi trivial, e envolveu o lançamento de cerca de 1.000 drones, além de 550 mísseis balísticos, que sobrecarregaram a defesa antiaérea israelense e provaram que o Iron Dome não era impenetrável. Tais ações israelenses e iranianas apenas confirmaram modelos operacionais que já vinham sendo testados no conflito de Nagorno-Karabakh e na Guerra Russo-Ucraniana.

Impactos sobre Infantaria e Blindados

A ascensão dos SARP como principal vetor de letalidade no campo de batalha moderno — evidenciada nos conflitos da Ucrânia e no Oriente Médio — trouxe implicações diretas para a doutrina de emprego de infantaria e blindados. Conforme discutido por Costa Netto (2023), os drones passaram a operar como instrumentos autônomos de interdição e vigilância persistente, exigindo profunda revisão dos padrões de manobra terrestre.

Vulnerabilidade dos Veículos Terrestres Frente aos SARP

As perdas significativas de blindados nos campos de batalha ucranianos, conforme relatado pela Army Technology (2025), decorrem sobretudo de ataques diretos de drones FPV — que, mesmo improvisados, apresentam alta precisão, letalidade vertical e baixíssimo custo unitário. Os sistemas tradicionais, como os mísseis anticarro e a artilharia, passaram a ser substituídos por drones equipados com cargas letais, redirecionando o foco operacional para dispersão, velocidade e evasão.

A cooperação técnico-operacional entre a Rússia e a Coreia do Norte, relatada pela mesma fonte, evidencia a introdução de soluções defensivas improvisadas, como telas antidrones instaladas sobre estradas e camuflagem térmica artesanal, com apoio de tropas da engenharia de campanha. Tais adaptações mostram que os blindados continuam presentes, mas com papel tático redimensionado e vulnerabilidade ampliada, como também foi observado na Operação Spider Web (Coutinho, 2025b).

Mudanças na Ocupação e Defesa de Posições

A infantaria tem enfrentado cenários marcados pela presença constante de drones de reconhecimento e ataque. Como apontado por Staver (2025), mesmo diante da crescente automação, o combatente terrestre permanece insubstituível — mas precisa operar como corpo doutrinário adaptável, com novas soluções de posicionamento, cobertura e reação imediata.

Nas regiões de Sudzha e Sumy, durante as operações no ano de 2025, observou-se um emprego coordenado e maciço de drones FPV por forças russas e ucranianas, com o objetivo de realizar interdição de estradas e negação de área para desdobramento das tropas de infantaria. Esses drones, operados por dezenas de equipes especializadas, foram capazes de saturar corredores de suprimento, atacar viaturas e blindados em movimento e destruir estruturas de apoio com alta precisão, inviabilizando a manutenção do terreno pelo ocupante, e facilitando em muito a ação ofensiva inimiga, a um custo muito inferior e resultados mais efetivos, em relação ao de pesados fogos da artilharia de campanha. E convém destacar, com custo em baixas extremamente elevado (70% e 80% das baixas diárias provocadas por drones), como já vimos (Army Technology, 2025).

Como resposta, unidades foram obrigadas a tentar modificar seus padrões de ocupação defensiva e ações ofensivas, adotando formações reduzidas, maior espaçamento lateral e uso de telas antidrones e sensores acústicos. As posições passaram a ser mantidas de forma intermitente, com alternância de horários e camuflagem eletromagnética constante — evidenciando uma transição do modelo de presença estática para uma lógica de ocultação móvel e defesa ativa.

Essas experiências comprovam que o domínio aéreo por SARP em escala tática, promovido por drones FPV de baixo custo, passou a moldar o espaço terrestre em profundidade, redefinindo as condições para ocupação, movimento e sustentação de posições.

Adaptação da Infantaria em Ambientes Saturados por SARP

Segundo a RAND Corporation (2025), o uso persistente de SARP exige que forças terrestres adotem procedimentos de sobrevivência avançados, como reação a ataques kamikaze, detecção acústica e mobilidade tática de curta duração. A experiência obrigou a doutrina a buscar incorporar novos dispositivos — como bloqueadores portáteis de sinal, rifles antidrones e mesmo drones antidrones, além de ações descentralizadas com comando distribuído.

Essas adaptações apontam para um campo de batalha em que a combinação entre sensor, plataforma ágil e inteligência embarcada redefine o ambiente terrestre. A infantaria permanece essencial para controle de território, mas opera sob uma lógica de manobra reativa, ocultação ativa e coordenação multivetores.

Em ambientes saturados por SARP, a atuação da infantaria passou a depender de uma coordenação multivetorial, ou seja, de sua integração funcional com uma diversidade de sistemas táticos complementares.

Isso inclui o emprego simultâneo de sensores de aproximação, coberturas fumígenas automatizadas, bloqueadores de sinal portáteis, rifles antidrones, camuflagens térmicas e eletromagnéticas, além do apoio ocasional de drones aliados em missões de reconhecimento ou contra-ataque.

Essa lógica, verificada nas operações em Sumy, Sudzha e durante a Operação Rising Lion (COUTINHO, 2025c), demonstra que a eficácia da tropa terrestre não se baseia mais apenas em suas capacidades orgânicas, mas em sua conectividade operacional com múltiplos vetores de proteção, ataque e vigilância. A coordenação multivetorial passou, portanto, a ser um atributo indispensável à sobrevivência e à letalidade da infantaria em cenários dominados por sistemas autônomos e saturação aérea.

Na Tabela 2, podemos observar possíveis Técnicas, Táticas e Procedimentos (TTP) possíveis de serem implementadas em ambientes saturados por SARP:



Transformações Doutrinárias

A inserção dos SARP como vetor central de letalidade, reconhecimento e interdição tem o poder de provocar alterações profundas nas premissas clássicas da doutrina militar terrestre. Conforme discutido em Costa Netto (2023) e Staver (2025), essa transformação não implica obsolescência dos fundamentos tradicionais, mas sim sua reorganização sob novas lógicas operacionais — especialmente no que tange à superioridade aérea, ao controle territorial e à função de apoio de vetores como engenharia e logística.

Redefinição da Superioridade Aérea e do Controle Territorial

A superioridade aérea, antes baseada em caças tripulados e bombardeiros operando em altitude, passou a ser concebida como controle efetivo do espaço aéreo de baixa altura, onde operam os drones suicidas, FPV e munições vagantes. A experiência da Operação Spider Web (COUTINHO, 2025b) evidencia que o domínio desse espaço, mesmo com vetores de baixo custo, pode resultar na destruição de bases estratégicas e ativos de alto valor, como bombardeiros e aviões AWACS — sem que o inimigo disponha de tempo ou recursos para reação.

Do ponto de vista territorial, a lógica da ocupação física foi tensionada por ações de negação remota, nas quais áreas críticas são interditadas por drones mesmo sem presença convencional no terreno. Essa dinâmica já era observada em Nagorno-Karabakh (2020) e foi intensificada em Sumy e Sudzha, onde drones FPV operaram bloqueios logísticos com precisão letal, moldando o espaço terrestre sem ocupação humana direta.

Reconfiguração da Doutrina Terrestre: Negação de Área sem Ocupação Física

O conceito de “zona de combate” (ZC) precisa ser repensado frente à atuação remota e distribuída dos SARP. Como demonstrado por Coutinho (2025b), a possibilidade de ataque a mais de seis mil km da linha de frente — como na Spider Web — impõe uma revisão da estrutura espacial do Teatro de Operações (TO), que passa a operar com profundidade escalonada e zonas flexíveis de risco e influência.

Também a interdição de áreas na ZC por drones em enxame, sem necessidade de presença física, inaugura a lógica de controle funcional, em que o espaço é moldado não pela ocupação, mas pela capacidade de negar acesso, provocar perdas e destruir ativos com rapidez. Essa abordagem tensiona a doutrina clássica da manobra terrestre e exige que a vantagem seja medida por efeitos, e não por fronteiras físicas.

Isso nos faz concluir que mesmo o conceito de Antiacesso e Negação de Área (A2/AD) deva ter seu alcance reavaliado sob a ótica do emprego de drones.

Integração entre SARP e Artilharia: Eficiência de Fogos e Economia de Escala

A artilharia de campanha, historicamente responsável pela saturação de áreas e negação de terreno, tem passado por um processo de reconfiguração operacional profunda frente à ascensão dos SARP. Em vez de competir com os drones como vetor de letalidade, ela passa a contar com essas plataformas como aliadas táticas, no reconhecimento, busca e engajamento de alvos, elevando sua precisão, velocidade de resposta e racionalidade no uso de munições.

Drones FPV, SARP de observação e munições vagantes passam a exercer papel central no reconhecimento de alvos em tempo real, substituindo os observadores avançados e os sensores terrestres com uma acurácia incomparavelmente maior. A integração entre drones e sistemas de fogo indireto permite que obuseiros, foguetes e mísseis operem com guiamento responsivo e correção de tiro em segundos, reduzindo drasticamente o consumo de munições para ajustes de impacto.

Esse fenômeno é confirmado em operações recentes, como nas regiões de Sumy e Sudzha, onde drones FPV realizaram saturação prévia e guiamento dinâmico de alvos terrestres, permitindo que baterias de artilharia operassem com economia de escala — provocando efeitos decisivos com menos disparos, menor tempo de exposição e maior sincronização com manobras terrestres.

Além disso, as munições vagantes passam a operar de forma integrada com sistemas de artilharia convencional, assumindo papel complementar no espectro de fogos: não apenas como vetores autônomos, mas como ferramentas de saturação seletiva, que reduzem o desgaste de sistemas caros e de difícil reposição.

Dessa forma, a artilharia do futuro não será menos relevante — mas mais inteligente, conectada e integrada aos sensores autônomos do campo de batalha, operando em coordenação com drones, satélites e plataformas de guiamento dinâmico. Essa lógica inaugura uma nova fase doutrinária, em que o poder de fogo não se mede apenas pela cadência ou calibre, mas pela capacidade de convergência e eficiência informacional dos sistemas envolvidos.

Novas Demandas para Engenharia, Logística, Comando e Controle

A engenharia militar passou a atuar em funções emergentes como a instalação de telas antidrones, blindagens de sacrifício, camuflagem térmica adaptativa e execução de obras em corredores logísticos ameaçados por saturação aérea — desempenhando um papel direto na preservação da força terrestre frente à vigilância e letalidade dos SARP. A possível atuação de milhares de homens da engenharia norte-coreana nas estradas da região de Kursk, segundo a Army Technology (2025), representa um exemplo claro desse novo papel de apoio direto à sobrevivência.

A logística também se acha profundamente afetada. A entrega de suprimentos em ambientes saturados por drones exige segmentação de comboios, uso de rotas secundárias e ocultas e integração com plataformas de reconhecimento aéreo para validação de trajeto seguro. A reposição de munições e equipamentos passou a depender da capacidade de evasão tática e coordenação com sistemas autônomos. A evacuação de feridos também tem sido altamente impactada, desde o recolhimento das baixas na frente de combate, até sua evacuação em viaturas ou ambulâncias, sempre sob a ameaça dos drones.

No plano do comando e controle, a doutrina passa a incorporar ciclos decisórios acelerados, redes descentralizadas de informação e comando de frações em tempo real com apoio de IA embarcada. Como observado na Operação Spider Web (COUTINHO, 2025b), o uso de satélites (por meio do Starlink) e inteligência artificial permitiu a coordenação simultânea de centenas de drones em ações distribuídas nas profundezas do território adversário, redefinindo o papel do comandante como integrador de sensores, plataformas e efeitos simultâneos, mais do que como gestor hierárquico de tropas.

O ambiente saturado por sistemas aéreos remotamente pilotados impõe novas exigências à arma de comunicações e à arquitetura de comando operacional. A guerra moderna, marcada por saturação aérea, vigilância persistente e contestação eletrônica, exige soluções dinâmicas para preservação do fluxo de decisão e coordenação tática.

Entre as funções essenciais, destacam-se:

• Reposição de estações móveis de retransmissão tática, como antenas embarcadas em veículos leves ou drones, para restabelecimento de enlaces em zonas contestadas;

• Instalação de enlaces terrestres substitutos, por exemplo, cabos de fibra ótica conectando pontos de comando, como alternativa aos sistemas de rádio frequentemente bloqueados ou interferidos;

• Camuflagem e deslocamento de centros de comando móveis, necessários para evitar destruição por drones de reconhecimento e ataque;

• Exploração de redes locais para controle de SARP, como observado na Operação Spider Web (COUTINHO, 2025b), em que caminhões com antenas 5G móveis infiltraram território hostil para permitir operação sincronizada de FPVs a mais de 6.000 km da linha de frente.

Essas ações revelam que o Comando e Controle não pode mais ser tratado como uma estrutura estática e hierárquica, mas sim como um sistema distribuído, resiliente e operacionalmente integrado com plataformas autônomas, enlaces adaptativos e inteligência embarcada.

Organização: Inserção de Forças Especializadas em SARP na Estrutura Organizacional

A transformação doutrinária imposta pelos SARP transcende as dimensões tática, operacional e conceitual — exigindo uma reestruturação organizacional profunda, na qual o vetor “Organização” do modelo DOAMEPII assume papel central na geração de capacidades militares.

Na perspectiva da geração de capacidades militares, destaca-se que a doutrina brasileira passou a adotar o modelo ampliado DOAMEPII, composto por Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Ensino, Pessoal, Infraestrutura e Interoperabilidade. Essa abordagem visa eliminar redundâncias operacionais e a sobreposição de projetos estratégicos entre as Forças Singulares, promovendo sinergia (SILVA, 2019).

A inclusão de vetores como “Ensino” e “Pessoal” reforça o papel do fator humano na construção da capacidade, enquanto a “Interoperabilidade” emerge como elemento essencial para operações conjuntas e multidomínio, assegurando integração entre sistemas, plataformas e comandos interagência. A “Organização”, dentro desse escopo, deixa de ser mero aspecto estrutural e passa a ser vetor dinâmico, capaz de gerar novas forças, como aquelas especializadas em SARP, com autonomia operacional para preparo e emprego, assim como desenvolvimento doutrinário.


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A experiência russa, com a criação da Força Rubicon (COUTINHO, 2025d), ilustra essa nova lógica institucional. Ao estruturar uma força dedicada exclusivamente ao combate com drones — com comando autônomo, doutrina própria e integração plena nos escalões superiores — Moscou sinaliza que os sistemas não tripulados deixaram de ser meros multiplicadores de força para se tornarem vetores orgânicos de ação militar, com protagonismo equivalente ao das forças terrestre, aérea, naval e espacial.

No caso ucraniano, observa-se a consolidação de unidades independentes de SARP, com poder de decisão descentralizado e estrutura logística específica, capazes de operar como “quarta força” tecnológica — em paralelo às forças convencionais (COUTINHO, 2024).

A atuação dessas unidades, especialmente em operações como Spider Web (COUTINHO, 2025b), revela que a criação de uma Força de Sistemas Não-Tripulados levou a um emprego dos drones não apenas no seu aspecto tático, mas realizando operações complexas e de longo alcance contra objetivos estratégicos do inimigo, com ações de antiacesso e negação de área e ataques de precisão.

Mesmo que no nível tático, equipamentos e sistemas remotamente pilotados sejam distribuídos às diferentes unidades de manobra, artilharia ou dos apoios, dependendo das capacidades necessárias, uma reconfiguração organizacional no nível estratégico-operacional também pode se mostrar necessário, e talvez indispensável. E isso não seria apenas resposta às novas ameaças, mas um componente ativo da transformação doutrinária, e sinaliza a tendência de criação de Forças Operacionais Autônomas (FOA) — unidades especializadas em SARP, com missão, comando e estrutura equivalentes aos ramos tradicionais das Forças Armadas, preparadas para operar em ambientes saturados, contestados e dinâmicos.

Considerações Finais

A análise aqui desenvolvida permitiu observar que o emprego crescente de SARP tem provocado deslocamentos relevantes na doutrina militar, sobretudo no que tange à ocupação do terreno, à proteção de forças e à condução de ações ofensivas e defensivas. Todavia, longe de indicar o fim de elementos tradicionais como a infantaria ou os blindados, os dados apontam para uma mudança de paradigma em seu emprego.

A ascensão dos SARP como vetor dominante nas operações militares contemporâneas não representa apenas uma mudança de plataforma, mas a reconfiguração do próprio paradigma de guerra terrestre. Em vez de substituição linear dos meios tradicionais, observa-se um movimento mais profundo de convergência estratégica, saturação multidomínio e reinterpretação doutrinária dos fundamentos clássicos — como manobra, ocupação, comando, controle e interdição.

Os casos estudados em Nagorno-Karabakh, na Guerra Russo-Ucraniana e na guerra Israel–Irã revelam não apenas a eficácia operacional dos drones, mas sua capacidade de moldar o espaço, antecipar efeitos, sobrecarregar defesas e redefinir o tempo de decisão. Mais que ferramentas de ataque, os SARP tornaram-se vetores de superioridade informacional, presença distribuída e negação remota, o que nos faz questionar a lógica zonal dos Teatros de Operações e exigindo reconfiguração das estruturas de comando, engenharia, logística e infantaria.

A infantaria continua a oferecer vantagens únicas no campo de batalha terrestre, como:

• Versatilidade e adaptabilidade frente a ambientes complexos;

• Capacidade de ocupação e controle físico do terreno;

• Resiliência psicológica e operacional, que não pode ser substituída por plataformas remotas.

Já os blindados, apesar de sua vulnerabilidade frente aos drones FPV, mantêm características históricas que seguirão válidas:

• Mobilidade tática e proteção blindada, especialmente em grandes espaços abertos;

• Poder fogo e de choque, seja contra as posições fortificadas ou formações inimigas.

Desde os elefantes de guerra na Antiguidade até os modernos MBTs, a combinação entre força, velocidade e presença física continua sendo um elemento fundamental dos blindados.

Este estudo aponta não para a obsolescência, mas para a transformação profunda na doutrina de emprego desses meios — uma tendência que merece atenção contínua dos formuladores estratégicos, pesquisadores e das forças combatentes.

A artilharia passará a ter um grande e preciso aliado, seja para busca, seja para saturação de alvos pelos fogos: os drones e as munições vagantes, permitindo uma economia de escala em munições de obuses, foguetes e mísseis.

Nesse novo paradigma operacional, a engenharia de combate, a logística e o comando e controle talvez deixem de ser encarados apenas como apoios e passem a atuar como vetores estruturantes da eficácia tática. A engenharia ganha protagonismo na proteção adaptativa — com blindagens improvisadas, telas antidrones e obras emergenciais em zonas saturadas. A logística passa a ser fragmentada, invisível e sincronizada com plataformas aéreas, exigindo rotas ocultas, suprimento inteligente e antecipação constante. Já o comando e controle, como demonstrado na Spider Web e na Rising Lion, passaria a operar por redes distribuídas, enlaces móveis e integração com inteligência artificial — superando o modelo hierárquico e consolidando uma lógica de coordenação multivetorial, capaz de conectar sensores, tropas, plataformas e decisões em tempo real.

Nesse mesmo eixo transformacional, pensar em uma reconfiguração organizacional assume papel central.

O emprego tático dos SARP, distribuído às unidades de manobra, artilharia ou apoio, tem demonstrado elevado potencial de impacto no nível local, seja na observação do campo de batalha, na interdição de alvos ou na proteção de forças. Essa capilaridade tecnológica, no entanto, por si só, talvez não seja suficiente para sustentar a superioridade multidomínio exigida pelo cenário atual, como vimos nos diferentes estudos de caso.

A experiência em combate tem nos mostrado que a dispersão de meios táticos dos sistemas remotamente pilotados precisa ser acompanhada pela criação de estruturas doutrinárias e organizacionais específicas no nível estratégico-operacional. Uma reconfiguração organizacional no nível estratégico-operacional também pode se mostrar necessária, e talvez indispensável. A organização de Forças Operacionais Autônomas (FOA) — com comando próprio, desenvolvimento doutrinário próprio e integração plena no ciclo decisório — permite que o impacto gerado na base seja convertido em vantagem sistêmica no topo, particularmente em se considerando a necessidade de se aproveitar as capacidades dos sistemas remotamente pilotados para missões de ataque estratégico de longo alcance ou de A2/AD, como vimos nos diferentes estudos de caso apresentados no presente trabalho.

A criação de unidades especializadas em SARP, com autonomia tática, estrutura própria e comando desvinculado das forças convencionais, representa um novo arranjo institucional — que amplia o modelo clássico de forças (navais, terrestres, aéreas, espaciais, cibernéticas e de operações especiais) e consolida o nascimento de uma nova força conjunta.

E no escopo de um pensamento conjunto, essa reorganização deveria buscar atender todos os fatores geradores de capacidades, expressos pelo modelo DOAMEPII (Doutrina, Organização, Adestramento, Material, Ensino, Pessoal, Infraestrutura e Interoperabilidade), que permite abordar qualquer transformação de forma integrada, eliminando redundâncias e favorecendo a interoperabilidade plena em cenários multidomínio. A “Organização”, nesse contexto, deixa de ser apenas aspecto estrutural e passa a desempenhar função doutrinária, viabilizando eventualmente o surgimento de Forças Operacionais Autônomas (FOA) aptas a operar de modo distribuído, decisivo e independente no nível estratégico.

A guerra do futuro demandará uma integração orgânica entre sensores, plataformas ágeis, inteligência embarcada e decisão adaptativa. A doutrina militar que desejar manter relevância deverá abandonar paradigmas de exclusividade física e adotar a lógica da interoperabilidade, elasticidade operacional e controle de diferentes sistemas de vetores em ambientes multidomínio.

Em tempos de saturação aérea e vigilância persistente, vencer não dependerá apenas de manobrar e ocupar, mas principalmente de manter, sobreviver, ocultar, convergir e decidir antes, explorando para tal as capacidades únicas dos sistemas aéreos remotamente pilotados: presença distribuída, reconhecimentos em tempo real, inteligência embarcada, persistência de voo, letalidade precisa, negação remota e, ainda, uma capacidade única de realizar ataques de longo alcance contra infraestruturas estratégicas inimigas.

Sim, o emprego crescente dos sistemas aéreos remotamente pilotados no campo de batalha provocará alterações profundas na doutrina militar. Mas o futuro da guerra terrestre não reside na oposição entre tecnologia e tradição. Não é o caso de se perder tempo discutindo se os blindados se tornarão obsoletos ou não. A transformação se dará no modo de planejar e empregar esses meios.

Referências

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