Israel investiga por que as defesas aéreas não interceptaram míssil sírio

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Míssil SA-5 em exibição no Museu da Força Aérea Ucraniana (Foto: George Chernilevsky/CC BY-SA 3.0).

Míssil SA-5 em exibição no Museu da Força Aérea Ucraniana (Foto: George Chernilevsky/CC BY-SA 3.0).

Míssil sírio disparado contra um jato da IAF errou o alvo, a defesa aérea israelense não conseguiu abatê-lo e ele caiu perto de Dimona; a mídia estatal Síria informou que um ataque israelense perto de Damasco deixou três soldados feridos e um morto.


As Forças de Defesa de Israel iniciaram uma investigação para determinar por que as defesas aéreas falharam em interceptar um míssil terra-ar errante disparado da Síria que caiu no sul de Israel na manhã de quinta-feira.

O míssil sírio explodiu no ar, lançando fragmentos ao chão, com pedaços caindo na comunidade de Ashalim, a cerca de 40 km do reator nuclear de Dimona, sem deixar feridos nem causar danos significativos.

Em entrevista coletiva em Tel Aviv, o Ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, disse que “as IDF trabalharam para evitar um possível ataque a ativos críticos no Estado de Israel. Um míssil superfície-ar SA-5 foi disparado e passou pela área. Houve uma tentativa de interceptá-lo, sem sucesso. Ainda estamos investigando o evento”. Ele acrescentou que “Normalmente vemos resultados diferentes”.

Pouco depois da 01h30 da quinta-feira, caças israelenses realizaram ataques aéreos contra alvos em Golã. De acordo com a mídia estatal síria, as unidades de defesa aérea da Síria, em resposta, dispararam uma grande quantidade de mísseis antiaéreos contra as aeronaves israelenses, principalmente SA-5.

O radar israelense detectou que pelo menos um dos SA-5 estava em uma trajetória que o faria cair no deserto do Negev, ao norte, o que acionou sirenes na área e fez as tropas de defesa aérea israelenses dispararem um míssil interceptor contra o projétil que se aproximava.

De acordo com a IDF, o interceptor não conseguiu derrubar o míssil sírio, um projétil enorme com uma ogiva de 200 quilos. Os militares disseram que estão iniciando uma investigação sobre o assunto.

Pedaços do projétil foram recuperados de Ashalim. A IDF se recusou a identificar qual de seus sistemas de defesa aérea foi usado na interceptação. Em resposta ao lançamento do míssil terra-ar, os militares israelenses realizaram uma segunda rodada de ataques aéreos na Síria, visando as defesas aéreas do país, incluindo a bateria que disparou o SA-5 em questão.

A mídia estatal síria informou que quatro soldados ficaram feridos no ataque israelense. Os meios de comunicação sírios relataram que um dos quatro soldados foi morto, embora isso não tenha sido imediatamente confirmado por fontes oficiais sírias.


Dimona está localizada ao sul de Israel.

O porta-voz das IDF, Hidai Zilberman, enfatizou que os militares não acreditam que o incidente tenha sido um ataque deliberado ao país ou às suas instalações nucleares. “Não havia intenção de atingir o reator nuclear de Dimona”, disse ele a repórteres.

Comentando sobre a probabilidade de um míssil antiaéreo sírio ultrapassar seu alvo e voar uma longa distância em direção a Israel, o especialista israelense em mísseis Uzi Rubin disse que o cenário era “consistente com as características” de um míssil SA-5. Segundo ele, “a trajetória de um míssil antiaéreo perdido em uma descida involuntária é muito difícil de rastrear”. Ele acrescentou que “Os sistemas de defesa aérea de Israel são, em teoria, capazes de realizar tal interceptação com preparação adequada, mas estariam no limite do envelope de capacidade.” Ele afirmou que, se os sírios quisessem atacar Dimona, poderiam ter usado armas maiores de seu arsenal, como mísseis Scud.

Este incidente ocorreu em meio a um pico de tensões entre Israel e o Irã, semanas depois de um ataque à instalação nuclear iraniana de Natanz que os iranianos atribuíram a Israel. O Irã prometeu retaliar pela alegada sabotagem israelense. Recentemente mídia de Israel noticiou que as defesas aéreas na área de Dimona e no porto de Eilat, no Mar Vermelho, estavam sendo reforçadas em antecipação a um possível ataque de mísseis de longo alcance ou drones pelas forças apoiadas pelo Irã – talvez até mesmo partindo do Iêmen.

Até o momento não houve comentários do Irã; no entanto, no último sábado, o jornal iraniano Kayhan publicou um artigo de Sadollah Zarei, analista iraniano, sugerindo que a instalação de Dimona em Israel poderia ser alvo de uma retaliação pelo ataque a Natanz. Segundo ele, devem ser tomadas “medidas contra a instalação nuclear em Dimona”, citando o conceito de “olho por olho”.

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