Por Albert Caballé Marimón |
A Guerra da Coreia, depois do final da Segunda Guerra Mundial e no início da Guerra Fria, foi palco das primeiras batalhas entre jatos da história, com o caça soviético Mikoyan-Gurevich MiG-15 enfrentando primeiro os F-80 Shooting Star e F-86 Thunderjet, e depois o North American F-86 Sabre.
A Coreia do Norte e a China não tinham poderio aéreo para contrapor às Superfortalezas B-29, as mesmas que bombardearam o Japão na Segunda Guerra Mundial. Assim, a União Soviética de Joseph Stalin forneceu a cobertura aérea, através de esquadrões de MiG-15, transformando as B-29 em alvos fáceis, “patos sentados”. Os F-80 e F-84, inicialmente usados como escolta, tampouco eram páreo para os MiG-15, e as missões de bombardeio passaram a ser noturnas, quando os MiG eram menos eficientes.
Isso fez com que a USAF passasse a usar seu melhor caça, o F-86 Sabre. No entanto, os pilotos americanos, acostumados à ideia de que sua aeronave era muito avançada, foram surpreendidos pelo MiG-15, um caça leve, rápido, muito manobrável e bem armado.
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Por seu lado, os pilotos soviéticos descobriram que o Sabre era um adversário de respeito. Ele não voava tão alto, tinha uma menor razão de subida e era menos manobrável que o MiG-15, mas mergulhava mais rápido, era aerodinamicamente mais estável e tinha uma mira de radar muito eficiente nos dogfight.
A maior parte dos embates aconteceram na região que ficou conhecida como “MiG Alley” (“alameda do MiG”, em tradução livre). O “MiG Alley”, apelido dado pelos pilotos americanos, era um território ao norte da Coreia, próximo a fronteira com a China, ao longo do Rio Yalu. A região recebeu este apelido por ser constantemente patrulhada pelo MiG-15. Na disputa pela superioridade aérea que se sucedeu, foram introduzidos diversos modelos de ambos os jatos.
No livro “F-86 Sabre vs. MiG-15 – Korea 1950-53”, Douglas Dildy e Warren Thompson escrevem que “os melhores pilotos de ambos os lados duelaram, lutaram e mataram – ou morreram – em uma arena quase à parte da guerra de trincheiras no solo, e mesmo dos resultados da guerra. Foi uma batalha muito mais pelo prestígio das nações engajadas – e pela reputação de suas respectivas indústrias aeroespaciais – e pela glória dos pilotos de caça envolvidos do que por seus efeitos sobre a conduta ou o resultado da guerra”.
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Os soviéticos enviaram vários de seus ases, como Ivan Nikitovich Kozhedub, que comandou a 324ª Divisão Aérea de Caças na Guerra da Coreia. Kozhedub foi creditado com 62 vitórias na Segunda Guerra Mundial e um dos poucos pilotos a derrubar um jato Messerschmitt Me-262. Foi nomeado Herói da União Soviética em três ocasiões.
Por seu lado, os americanos também enviaram seus ases, excelentes pilotos como Francis Stanley “Gabby” Gabreski que, com 28 vitórias creditadas, foi considerado o melhor piloto de caça americano na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Na Coreia, Gabreski comandou o 51st Fighter Interceptor Wing.
Se ambos os lados estavam em equilíbrio em termos de pilotos e de aeronaves, os americanos tinham uma desvantagem na forma de restrições políticas que os proibiam de perseguir os MiG de volta às bases na China. No entanto, para sua sorte, os soviéticos foram substituindo os ases por novos pilotos chineses e norte-coreanos, que acabaram demonstrando que seu treinamento era inferior ao dos pilotos soviéticos e ocidentais. Durante essa fase o Sabre começou a acumular grandes taxas de vitória.
No final da guerra, ambos se consideraram vitoriosos. Os americanos afirmavam ter obtido uma taxa de vitórias de 10:1, e os soviéticos diziam que a taxa era de 3:1 a seu favor. Dildy e Thompson dizem que os EUA perderam um total de 224 Sabres, dos quais cerca de 100 em combate aéreo. Os americanos teriam derrubado um total 566 MiG-15. Com esses números, a taxa de abates é de 5,6:1 em favor dos EUA. No entanto, segundo eles, quando o cálculo é feito considerando os pilotos soviéticos, a proporção cai para 1,4:1.
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Embora não tenham conseguido impedir totalmente o tráfego aéreo norte-coreano, os EUA e os sul-coreanos puderam manter certa superioridade aérea.
O soviético Nikolai Vasilyevich Sutyagin foi o maior ás da Guerra da Coreia, sendo creditado com 22 vitórias. Sutyagin aposentou-se em 1978 como Major General da Força Aérea Soviética. Faleceu em 1986 aos 63 anos de idade.
Pelo lado americano, Joseph Christopher McConnell Jr. foi o maior ás, tendo sido creditado com 16 vitórias. O Capitão McConnell faleceu em 1954 num acidente quando testava um F-86H na Base Aérea de Edwards.
Ambos condecorados por seus respectivos países, Sutyagin e McConnell foram dois dos vários ases que surgiram Guerra da Coreia.
Nem sempre pela vitória na guerra, mas pela glória nas batalhas!
Excelente artigo, como sempre!
Muito obrigado Renato! Grato or acompanhar o Blog!
Excelente artigo!!!
Muito obrigado!