O recente post irado de Trump sobre Putin é o mais significativo até agora

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Imagem meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial.

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A postura de Trump levanta questões: ele está sendo mal informado por seus conselheiros, ou buscando manipular o cenário para justificar uma escalada dos EUA?


Trump está sendo maliciosamente desinformado sobre o conflito por seus conselheiros de confiança (sem contar Witkoff, é claro) ou está criando, de forma manipuladora, o pretexto para uma escalada americana.

A última postagem furiosa de Trump sobre Putin revelou muito sobre como ele percebe o conflito ucraniano. Segundo Trump, “[Putin] ficou completamente LOUCO! Ele está matando muitas pessoas desnecessariamente, e não estou falando apenas de soldados. Mísseis e drones estão sendo disparados contra cidades na Ucrânia, sem motivo algum. Eu sempre disse que ele quer TODA a Ucrânia, não apenas um pedaço dela, e talvez isso esteja se mostrando correto, mas se ele fizer isso, levará à queda da Rússia!

O que realmente está acontecendo é que a Rússia intensificou sua campanha de bombardeios contra a Ucrânia em resposta à Ucrânia ter intensificado seus ataques com drones primeiro, durante o qual o helicóptero de Putin quase foi abatido após ser visado por um enxame de drones enquanto visitava Kursk na semana passada. Zelensky havia exigido anteriormente que os EUA condenassem a Rússia por seus ataques mais recentes, após o país permanecer em silêncio durante toda a semana, o que Trump apenas atendeu, apesar de permanecer em silêncio suspeito após Zelensky ter ameaçado implicitamente o desfile do Dia da Vitória em Moscou.

Quanto à afirmação de Trump de que Putin “quer TODA a Ucrânia, não apenas um pedaço dela”, trata-se de uma deturpação grosseira de seu mais recente plano de zona-tampão, anunciado em resposta à já mencionada campanha intensificada de drones da Ucrânia, que provocou o bombardeio recíproco da Rússia. Logo no início dessas escaladas retaliatórias, Trump realizou sua terceira ligação telefônica com Putin neste ano, que foi analisada aqui e incluiu uma lista de 10 briefings de fundo para atualizar os observadores sobre a dinâmica político-militar do conflito.


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Embora Trump também tenha escrito em sua última postagem furiosa sobre Putin que “o presidente Zelensky não está fazendo nenhum favor ao seu país falando dessa maneira. Tudo o que sai da sua boca causa problemas, eu não gosto disso e é melhor parar”, sua ira é claramente direcionada muito mais ao líder russo do que ao ucraniano. Observadores objetivos podem, portanto, concluir que Trump está sendo maliciosamente desinformado sobre o conflito por seus conselheiros de confiança ou que está, de forma manipuladora, criando um pretexto para a escalada dos EUA.

Em relação à primeira possibilidade, embora seu enviado à Rússia, Steve Witkoff, seja um amigo próximo, alguns no círculo de Trump supostamente não gostam ou sequer confiam nele e podem ter sussurrado no ouvido de Trump. Quanto à segunda possibilidade, a confirmação de Trump de que está considerando novas sanções contra a Rússia – que veio depois de postagens anteriores sobre o assunto – pode levá-lo a aprovar o plano de seu aliado Lindsey Graham de levar sua proposta de lei ao Congresso, que imporia tarifas de 500% a todos os clientes russos de energia.

O secretário de Estado Marco Rubio também confirmou que mais sanções contra a Rússia e até mesmo ajuda à Ucrânia podem estar em pauta, para que os EUA não se afastem do conflito como alguns esperam. É claro que a recente indignação de Trump com Putin pode ser apenas uma manobra para pressioná-lo a comprometer mais de seus objetivos principais do que se sente confortável, ou pode ter sido uma explosão emocional sem nenhuma intenção estratégica em mente, mas ainda levanta questões sobre como Trump percebe o conflito.

Não há desculpa para Trump culpar Putin pelas últimas escaladas retaliatórias, muito menos alegar que ele “enlouqueceu completamente” e pode até “querer TODA a Ucrânia”, o que prova que algo está seriamente errado. Ou Trump está sendo maliciosamente desinformado sobre o conflito por seus conselheiros de confiança (sem contar Witkoff, é claro) ou está manipulando o pretexto para a escalada americana. A próxima semana pode, portanto, revelar mais sobre qual dessas duas explicações é a mais provável.

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