Embora as ações do “Novo Cangaço” lembrem cenas de cinema, seus crimes e violência são muito reais. Na obra “Novo Cangaço: Análise criminal”, o autor examina as possibilidades de prevenir e combater essa modalidade de crime.
O velho cangaço ficou nacionalmente conhecido pelas ações criminosas que seu principal líder, o capitão Virgulino Ferreira da Silva, o “Lampião”, praticou na primeira metade do século passado no sertão nordestino. Seu modus operandi basicamente se resumia em sitiar o município alvo, com muitos homens armados, e implantar o terror e o medo por meio da violência e da criminalidade, ora despertando o ódio dos mais abastados que eram saqueados, ora despertando o amor daqueles mais pobres que eram beneficiados. Assim também, hoje em dia, fazendo uso de todo um suporte tecnológico e estratégico, vem agindo o novo cangaço.
Na calada da madrugada ou em plena luz do dia, a depender da categoria da Organização Criminosa – “Novo Cangaço” ou “Cangaço Noturno” –, eles chegam como personagens de filme e transformam a praça pública em cenário de guerra. Conhecidos como Novos Cangaceiros, chegam disparando armas de fogo e bombas, invadem e explodem bancos e montam escudos com seres humanos. Reféns relatam dramaticamente que tinham certeza de que iriam morrer. O atrevimento se dá porque eles sabem ou acreditam que a polícia não vai colocar os reféns em risco. Muitas vezes, a polícia até tem poder de reação, mas sem sombra de dúvida, verifica-se também que, por conta do número de pessoas inocentes postas como escudo humano, não vale o risco qualquer tipo de reação.
As ações dessas quadrilhas do “Novo Cangaço” lembram cenas de cinema. Os vilões agem como nos filmes, mas na realidade, tudo é de verdade: as armas não são de brinquedo (fuzis utilizados em guerras), as bombas são do tipo dinamite (bomba de peixe), usam capuz (balaclava), coletes à prova de balas e roupas em estilo militar, que servem mais para intimidar as vítimas do que para esconder as suas identidades e se proteger. Nos ataques, os reféns não são meros figurantes, clientes e bancários se tornam coadjuvantes na cena do teatro do terror, transformados em garantia para o plano de fuga desses criminosos.
LIVRO RECOMENDADO:
Novo Cangaço: Análise criminal
• Leonardo Santana Santos (Autor)
• Em português
• Capa comum
Dessa perspectiva surge o estudo da análise criminal aplicada a essas Organizações Criminosas, na busca por resultados confiáveis que possam prevenir e/ou combater a violência e/ou a criminalidade relacionados a possíveis pontos de vulnerabilidade encontrados no âmbito do Sistema Único de Segurança Pública do Brasil.
Análise Criminal é um processo analítico e sistemático de produção de conhecimento, orientado segundo os princípios da pertinência e da oportunidade, sendo realizado a partir do estabelecimento de correlações entre conjuntos de fatos delituosos ocorridos (ocorrências policiais) e os padrões e tendências da “história” da criminalidade de um determinado local ou região.
No aspecto gramatical e etimológico, a análise é a decomposição de um todo em partes constituintes. É um processo filosófico por meio do qual se vai do composto ao simples, dos efeitos às causas. Na atuação policial, a análise criminal procura chegar às causas da criminalidade através do estudo de seus efeitos, procura decompor os fatores e as variáveis da criminalidade e estudá-las detalhadamente.
Esta obra é dedicada aos profissionais do Sistema Único de Segurança Pública, órgãos de inteligência, profissionais de investigação privada, advogados, analistas criminais, profissionais de outras carreiras jurídicas, jornalistas investigativos e consultores de segurança.
*Leonardo Santana Santos é primeiro-sargento da Polícia Militar da Bahia. Graduado em Direito pela Universidade Tiradentes, possui especialização em Direito Público pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci, e especialização em Segurança Pública III CEPREV pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) juntamente com o Ministério da Justiça (MJ) através da Rede Nacional de Altos Estudos em Segurança Pública RENAESP. É mestrando em Ciências Criminológico-forenses na Universidade de La Empresa UDE (Uruguai), e autor do livro “Novo Cangaço: Análise criminal”.
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Boa leitura!