Militares chineses proibiram os carros da Tesla de entrar em seus complexos, alegando preocupações com a segurança das câmeras instaladas nos veículos, disseram à Reuters duas pessoas que viram as notificações da diretriz.
A mudança é o mais recente sinal do crescente escrutínio da China sobre a montadora elétrica dos EUA em meio às tensões com Washington. Analistas disseram que se assemelha às medidas de Washington contra a empresa de telecomunicações chinesa Huawei, alegando segurança nacional.
As restrições militares chinesas à Tesla surgiram quando altos funcionários chineses e norte-americanos realizaram uma reunião contenciosa no Alasca, a primeira interação desse tipo desde que o presidente dos EUA Joe Biden assumiu o cargo.
“Presumo que o momento do anúncio está certamente relacionado aos fogos de artifício planejados para Anchorage”, disse Ian Bremmer, presidente da empresa de consultoria Eurasia Group. As ações da Tesla subiram 0,3%, depois de cair 4,4% durante as negociações.
A montadora de carros elétricos dos EUA ganhou forte apoio de Xangai quando construiu sua primeira fábrica no exterior em 2019. Os elegantes sedãs Modelo 3 da Tesla foram o veículo elétrico mais vendido no país antes de ser ultrapassado por um micro EV muito mais barato.
A diretriz aconselha os proprietários a estacionar Teslas fora da propriedade militar, e os residentes foram notificados esta semana, disseram as duas fontes, que não quiseram ser identificados devido à delicadeza do assunto.
Pavel Molchanov, analista da Raymond James & Associates, disse que as últimas restrições à Tesla são paralelas à hostilidade do governo dos EUA em relação à Huawei, em relação às preocupações de Pequim ter acesso à infraestrutura de telecomunicações dos EUA. “Mesmo que a preocupação seja exagerada, pode gerar deslocamento para as empresas diretamente afetadas”, afirmou.
Separadamente, o Wall Street Journal informou que o governo da China estava restringindo o uso de carros Tesla por militares em empresas estatais em setores sensíveis e agências importantes.
Com informações da Reuters.