O Kremlin disse nesta sexta-feira que Moscou sempre esperou pelo melhor, mas se preparou para o pior, ao ser questionado sobre a possibilidade de uma nova Guerra Fria entre os Estados Unidos e a Rússia.
Os laços diplomáticos atingiram um novo nível esta semana depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que achava que o presidente Vladimir Putin era “um assassino” em uma entrevista que levou a Rússia a chamar de volta seu embaixador nos Estados Unidos. Posteriormente, Putin ofereceu a Biden uma conversa online ao vivo nos próximos dias.
Na sexta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a oferta de Putin de negociações permanecia aberta e que poderiam acontecer a qualquer hora que fosse conveniente para Biden, embora a oferta não permanecesse na mesa indefinidamente.
“Putin disse que, apesar de tudo, não há sentido em brincar de diplomacia de megafone e trocar farpas. Há um ponto em continuar as relações”, disse Peskov a repórteres em uma teleconferência.
Ele foi questionado sobre uma nova Guerra Fria entre os dois países.
“Nós, é claro, sempre esperamos o melhor, mas estamos sempre prontos para o pior. No que diz respeito à Rússia, o presidente Putin declarou claramente seu desejo de manter os laços”, disse ele.
“Mas é claro, não podemos deixar de levar em conta os comentários de Biden”, disse ele, em uma referência à entrevista de Biden ao ABC News transmitida na quarta-feira.
Nele, Biden disse “sim” quando questionado se acreditava que Putin era um assassino, o que levou Putin a citar um cântico infantil russo em resposta, dizendo “quem disse, fez”.
Biden também descreveu Putin como sem alma na entrevista, e disse que o líder russo pagaria um preço por suposta intromissão na eleição presidencial dos Estados Unidos de novembro de 2020, algo que o Kremlin nega.
Informações da Reuters.