Por Albert Caballé Marimón* |
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Em matéria publicada ontem, intitulada “Desculpe, Sierra Nevada Corp. e Textron: a Força Aérea dos EUA não está comprando aviões de ataque leve”, de autoria da jornalista Valerie Insinna, o site especializado em defesa americano Defense News noticiou que a USAF encerrou o programa de compra de aeronaves de ataque leve.
Informações da Defense News
Enfim, a Força Aérea dos EUA declarou definitivamente que não vai adquirir aeronaves de ataque leve, encerrando um debate de três anos sobre a compra de mais de trezentas aeronaves de baixo custo para a luta contra o terrorismo.
Em comunicado à Defense News, a porta-voz da USAF, Ann Stefanek, confirmou que a força aérea não seguirá em frente com um programa de registro para aeronaves de ataque leve.
Ao invés disso, o Comando de Operações Especiais dos EUA (SOCOM, Special Operations Command) solicitou US$ 106 milhões no orçamento de defesa do ano fiscal de 2021 para um requerimento de vigilância armada, de acordo com documentos orçamentários do Departamento de Defesa (DoD, Department of Defense). Como parte desse programa, o SOCOM deve adquirir até 75 aeronaves de ataque leve, segundo uma solicitação do comando de 3 de fevereiro.
O financiamento apoiaria “demonstrações de protótipos e testes de recursos únicos das Forças de Operações Especiais e esforços de aeronavegabilidade”, bem como a “aquisição de aeronaves, kits de missão e equipamentos de suporte associados”, de acordo com o departamento.
No ano passado, o chefe do Estado-Maior da USAF, general Dave Goldfein, disse que a Força Aérea continuaria experimentando aeronaves de ataque leve, usando o orçamento dos anos de 2018 e 2019 para comprar algumas aeronaves turboélice AT-6 Wolverine da Textron e A-29 Super Tucano da Sierra Nevada Corp./Embraer. Então, no orçamento 2022, a USAF estaria pronta para decidir se deve ou não se aventurar num programa de registro, disse ele.
A USAF ainda pretende comprar dois AT-6 e dois A-29, disse Stefanek. No entanto, o escopo de suas operações futuras ficou mais limitado, pois a força aérea optou por não realizar uma compra maior.
Na Base Aérea de Nellis, Nevada, “o AT-6 será usado para experimentação contínua de recursos de link de rede e dados exportáveis para aliados e parceiros”, disse Stefanek, fazendo referência a um projeto em desenvolvimento conhecido como Airborne Extensible Relay Over-Horizon Network ou AEROnet.
“A Força Aérea tem fundos disponíveis do ano anterior para continuar com o experimento”, acrescentou ela.
Enquanto isso, os pilotos do Comando de Operações Especiais da Força Aérea dos EUA usarão os A-29 para realizar treinamento em Hurlburt Field, na Flórida, o que permitirá que eles atuem como pilotos instrutores e consultores de países parceiros que planejam operar o A-29, disse Stefanek.
No ano passado, os líderes da USAF deram sinais de que seu interesse na compra de aeronaves de ataque leve estava diminuindo. Originalmente, a USAF considerava uma compra de centenas de aeronaves que poderiam aumentar a absorção de pilotos e proporcionar uma alternativa mais barata ao uso de caças de alto custo como os F-15 e os F-35 em ataques de baixo risco a grupos terroristas. No entanto, a atual estratégia de defesa nacional dos EUA prioriza o combate contra adversários mais parelhos como a Rússia e a China, o que dificulta a justificativa de compra de uma frota de aeronaves que só é capaz de sobreviver em ambientes sem contestação.
Por outro lado, o SOCOM tem sido otimista quanto às capacidades de ataque leve, com seu comandante, general Richard Clarke, descrevendo-o como “uma necessidade do SOCOM” e “uma necessidade da nossa nação”.
No projeto de lei de política nacional de defesa do orçamento 2020, o Congresso instruiu a USAF a coordenar com o SOCOM as capacidades de ataque leve e incluiu a opção “transferir parte dos fundos autorizados para experimentos de aeronaves de ataque leve da Força Aérea para adquirir aviões para apoiar a missão de consultor de combate aéreo do Comando de Operações Especiais”.
Enquanto a USAF parecia mais interessada no A-29 e AT-6 como possíveis plataformas de ataque leve, o SOCOM parece querer explorar todas as opções. O comando vai realizar um “Armed Overwatch Day” com a indústria, de 4 a 5 de março, para discutir uma próxima demonstração de protótipos de aeronaves.
*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing, é fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX e a Operação Acolhida. É colaborador da revista Tecnologia & Defesa e do Canal Arte da Guerra, onde, entre outras atividades, mantém uma resenha semanal de filmes e documentários militares. Pode ser contatado através do e-mail caballe@gmail.com.
Paciência…Sempre podem mudar de ideia!
Acho difícil, mas quem sabe…
Isso releva o plano do Trump: dar o fora do oriente médio e mover suas tropas para o extremo oriente. É uma decisão acertada tendo em vista quanto tempo a guerra nesses países dura e até hoje nada foi resolvido, além disso, deixar a China dominar o pacífico é condenar o EUA a derrota.
A prioridade para contra-insurgência vem mudando, e o foco parece estar voltando a ser o combate contra Estados. Vamos acompanhar.
Requisitos podem mudar e este é um caso, pelo que pudemos ver. Diferente do que muitos “Brigadeiros-do-Ar de poltrona” acham, não basta ter o orçamento aprovado e sair comprando, como se material bélico fosse pão quente saído da padaria. Forte abraço!
Extamante Sinclair! Tudo vai depender da estratégia e da doutrina! Forte abraço!