Por Wanderley Mascarenhas de Souza*
Nenhuma organização, seja militar ou civil, privada ou governamental, está imune à crises. A implementação de processos para lidar com os riscos inerentes a elas, bem como o treinamento de profissionais para executa-los, é de fundamental importância. Neste artigo, o Cel Wanderley Mascarenhas de Souza delineia algumas medidas aplicáveis.
O impacto que a empresa sofre em uma crise deve ser projetado risco por risco, visando racionalizar os meios que serão acionados, tendo em vista a relação custo x benefício. A alta gestão da empresa deve estar comprometida em prover a estrutura e funcionamento dos comitês de crise e reavaliar periodicamente as condutas e procedimentos referentes aos mecanismos de respostas às crises.
É uma meta que pode ser alcançada através de um diagnóstico cuidadoso dos problemas em potencial nos seus próprios ambientes de negócio.
A partir desse diagnóstico deve-se elaborar qual será o treinamento apropriado, tendo em vista a situação diante da filosofia empresarial existente.
É óbvio que, para isso, a empresa tem que estar focada na sua política de segurança, ou seja, na forma como vai encarar as ocorrências e na maneira como vai gerencia-las. É necessário ter uma avaliação precisa das ameaças, a fim de que possa ser determinado o treinamento a ser adotado.
O ciclo estará completo quando a empresa elaborar os perfis necessários, de acordo com suas necessidades, e criar um programa de treinamento que habilite tais perfis dentro dos parâmetros predefinidos.
LIVRO RECOMENDADO
• Wanderley Mascarenhas de Souza (Autor)
• Em português
• Capa comum
Medidas sugeridas para tornar eficaz o gerenciamento
- Decisão segura após conhecer procedimentos e técnicas imprescindíveis para se ter o resultado almejado;
- Compreensão do processo a partir das medidas eficazes de planejamento e execução;
- Posicionamento profissional perante qualquer incidente, levando em conta todos os aspectos dos escalões envolvidos, bem como o trabalho das autoridades encarregadas do processo decisório;
- Conhecimento da relação custo x benefício dos investimentos em segurança, considerando: análise do risco, planejamento, política de segurança e atuação;
- Economia operativa proporcionada pela integração dos sistemas de segurança.
Controle e avaliação: auditoria da qualidade do processo gerencial com o objetivo de medir o seu desempenho e ajustar possíveis alterações de metas.
Por fim, para buscar eficiência, eficácia e diminuir as responsabilidades dos agentes executores do processo decisório e operacional da administração da crise, recomenda-se desenvolver e disseminar uma política efetiva para prover segurança com parâmetros claros e concisos, inclusive voltada às respostas apropriadas esperadas para qualquer situação crucial. Estas políticas e procedimentos devem ser revistos, aprovados pelas autoridades competentes e exaustivamente treinadas pelo escalão operacional.
*Wanderley Mascarenhas de Souza é coronel da reserva da Polícia Militar do Estado de São Paulo, bacharel em Direito e Educação Física, doutor em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública pelo Centro de Altos Estudos de Segurança, pós-graduado em Políticas de Gestão em Segurança Pública pela PUC/SP e professor dos cursos de pós-graduação de Políticas de Gestão em Segurança Pública na PUC/SP e dos cursos de doutorado em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública no CAES. Serviu à ROTA, foi fundador e 1º comandante do GATE e do Esquadrão Antibomba e chefe da Divisão de Treinamento da Diretoria de Ensino. Foi comandante do Centro de Capacitação Físico Operacional/Escola de Educação Física da Polícia Militar do Estado de SP.
Republicou isso em OSROC7 – Segurança & Defesa.
Mais um excelente artigo do site.
Obrigado Fontoura! Forte abraço!