A importante ponte que liga a Rússia à Crimeia foi atingida por uma grande explosão que derrubou uma parte da seção de pista e interrompeu o tráfego.
Em 8 de outubro, por volta das 06h00 (horário local), uma grande explosão atingiu a ponte da Crimeia, que liga a península da Crimeia à Rússia continental. As autoridades locais informaram que a circulação de carros e trens na ponte foi suspensa devido ao incêndio em um tanque com combustível de um trem de carga (imagens mostram fogo na parte ferroviária da ponte e um trem de carga com tanques de combustível).
Embora os relatos preliminares ainda sejam conflitantes, a agência de notícias estatal russa RIA Novosti apontou um incêndio em um caminhão-tanque como fonte, o que foi corroborado por um comunicado da empresa operadora da ponte, Crimean Railway, segundo o qual um trem de carga, em que o tanque pegou fogo, teria sido removido da ponte e levado para a cidade de Kerch. O serviço de imprensa da empresa acrescentou que “o trabalho de emergência está em andamento” e que “as causas do incidente ainda estão sendo estabelecidas”.
Mais tarde, o Comitê Nacional Antiterrorista da Federação Russa informou que um caminhão explodiu, fazendo com que sete tanques de combustível do trem pegassem fogo, confirmando os relatos anteriores. De acordo com o comunicado do comitê, “Às 6h07 de hoje, ocorreu uma explosão de caminhão na seção rodoviária da ponte da Crimeia da península de Taman, que incendiou sete tanques de combustível de um trem ferroviário em direção à península da Crimeia. Duas seções de pista desabaram parcialmente. O arco sobre a parte trafegável da ponte não foi danificado”.
Oleg Kryuchkov, conselheiro do governador russo da Crimeia, confirmou à RIA Novosti que os arcos de sustentação da ponte não foram danificados, e acrescentou que a península da Crimeia tem estoques de alimentos e combustível para o caso de interrupção no tráfego.
Outros relatos dizem que forças especiais da Ucrânia, com apoio da OTAN, podem estar por trás do ataque, que deve complicar a logística russa. O certo é que a ponte, com 19 km de comprimento e aberta ao tráfego em 2018, sempre foi um alvo prioritário para a Ucrânia, mas faltava ao país a capacidade de atingi-la com armas de precisão a partir de distâncias maiores. Vale notar que o Pentágono já havia dito que a ponte seria um alvo viável para a Ucrânia. Ainda não está claro se a Ucrânia recebeu armas capazes desse ataque ou se encontrou outras formas de atingi-la.
Desde o início da invasão, a Rússia procura proteger a ponte de 19 km de comprimento aberta ao tráfego em 2018. Embora se acreditasse que a ponte estaria fora do alcance da Ucrânia, a Rússia recentemente começou a implantar defesas aéreas e barcaças-chamarizes como forma de proteção contra potenciais ataques.
O colapso da ponte é o mais recente revés russo na guerra na Ucrânia, após várias semanas de relatos de avanços ucranianos bem-sucedidos. Caso se confirme que o ataque à ponte foi uma operação realizada pela Ucrânia com apoio da OTAN, marcaria um novo nível de escalada, confirmando a capacidade de Kiev de atacar alvos vitais em território russo. Se esse for o caso, é provável que ataques mais frequentes contra infraestruturas da Rússia se tornem uma realidade em um futuro próximo, o que pode levar Moscou a tomar ações ainda mais duras.
Veja o vídeo: