O acidente do USS Connecticut no Mar do Sul da China

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O USS Connecticut navega no Pacífico acompanhado por um helicóptero HH-60H Sea Hawk, em novembro de 2009 durante o exercício ANNUALEX 21G. Ao fundo, o porta-aviões USS George Washington e o porta-helicópteros japonês JS Hyuga (Foto: John M. Hageman/US Navy).

O USS Connecticut navega no Pacífico acompanhado por um helicóptero HH-60H Sea Hawk, em novembro de 2009 durante o exercício ANNUALEX 21G. Ao fundo, o porta-aviões USS George Washington e o porta-helicópteros japonês JS Hyuga (Foto: John M. Hageman/US Navy).

Não se acredita que a China tenha causado a colisão e a embarcação foi monitorada por outras embarcações norte-americanas.


Em 2 de outubro, o USS Connecticut (SSN-22), submarino nuclear de ataque da classe Seawolf, da Marinha americana, colidiu com um objeto subaquático desconhecido enquanto navegava no Mar do Sul da China. De acordo com o USNI News, onze marinheiros ficaram feridos no acidente, com ferimentos moderados a leves, nenhum com risco de vida. Não foi tornado público nenhum detalhe adicional sobre o que poderia ter colidido com o Connecticut.

Até onde se sabe, a última vez que ocorreu um acidente desse tipo com um submarino americano foi em 2005. O USS San Francisco (SSN-711) atingiu uma montanha subaquática perto de Guam, enquanto navegava em alta velocidade. O incidente deixou um marinheiro morto, e a maioria dos 137 a bordo ficaram feridos. A investigação concluiu que as cartas do submarino não mostravam a elevação. O San Francisco, descomissionado em 2017, era um submarino nuclear de ataque da classe Los Angeles.

No momento do acidente com o Connecticut, em 2 de outubro, ele operava em águas internacionais, e já retornou ao porto de Guam, da Sétima Frota dos EUA. A Marinha americana informou que o submarino permanece em condição segura e estável. O reator de propulsão nuclear não foi afetado e ele permanece totalmente operacional. A extensão dos danos ao restante do submarino está sendo avaliada e o incidente será investigado.

Fontes citadas pela agência AP disseram que o incidente ocorreu enquanto o submarino realizava operações de rotina e que a Marinha americana não divulgou a notícia antes por razões de segurança operacional. Ainda de acordo com a AP, o objeto com o qual o USS Connecticut colidiu não era outro submarino; um oficial citado pela agência disse que pode ter sido um navio ou contêiner afundado.

Um comunicado da Sétima Frota informou que a Marinha dos EUA “não havia solicitado assistência”, e um funcionário do Departamento de Defesa americano citado pelo USNI News disse que o submarino seguiu para Guam. Outro oficial citado pela NPR confirmou que o Connecticut chegou ao porto na sexta-feira, depois de quase uma semana navegando na superfície. Ao chegar a Guam, dois dos 11 marinheiros feridos foram atendidos em terra e já retornaram ao submarino.

O Mar do Sul da China é rico em petróleo, gás e áreas pesqueiras; além disso, por lá trafegam anualmente trilhões de dólares em comércio marítimo. Quase toda a sua extensão é reivindicada pela China, que mantém disputas territoriais com diversos países do sudeste asiático. Pequim ignorou uma decisão do tribunal internacional de 2016 que declarou que sua reivindicação sobre a maioria daquelas águas carece de fundamentos legais.

A China construiu e militarizou ilhas artificiais nos arquipélagos das Ilhas Spratly e das Paracel, implantando equipamentos militares que incluem sensores e mísseis antinavio e superfície-ar, e o acidente com o Connecticut – embora o local exato não tenha sido divulgado – levantou especulações de que pudesse ter sido resultado de algum tipo de interferência ou ação chinesa.

No entanto, oficiais da Marinha dos EUA citados pelo Washington Post disseram que não se acredita que a China tenha causado a colisão e que o submarino foi monitorado por outras embarcações americanas na região enquanto seguia para o porto em Guam.

De acordo com Alexander Neill, um especialista em defesa e segurança baseado em Singapura ouvido pela BBC, este tipo de incidente é “incomum, mas não inédito”, e mostra que a região é palco de intensas atividades militares. De acordo com ele, o Mar do Sul da China está cada vez mais saturado com navios de guerra de vários países. Ele disse que, embora haja muita demonstração de força dos navios de superfície, “você não vê o nível de atividade que ocorre sob a superfície”.


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Uma equipe de avaliação de danos do NAVSEA (Naval Sea Systems Command) já está trabalhando no Connecticut. O NAVSEA é responsável pela coordenação da avaliação de danos e desenvolvimento de recomendações de reparos, que posteriormente serão encaminhadas à Força de Submarinos da Frota do Pacífico.

Em paralelo, a Sétima Frota dos EUA está conduzindo uma investigação de comando sobre o incidente, enquanto o COMSUBPAC (Commander, Submarine Force, U.S. Pacific Fleet) está conduzindo uma investigação de segurança.

Na China, Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, disse ao Global Times que os EUA “devem esclarecer detalhadamente a situação do acidente, incluindo o local, a intenção da viagem, detalhes do acidente, exatamente como e com o que colidiu, se causou um vazamento nuclear e se danificou o meio ambiente marinho local”.

O porta-voz chinês acusou os EUA de atrasar a divulgação de informações sobre a colisão e reiterou as objeções da China ao AUKUS, o acordo anunciado no mês passado que, entre outras implementações, visa fornecer submarinos nucleares à Austrália. Ele acrescentou que o acidente salienta a ameaça e o risco significativos à paz e estabilidade regional representados pelas operações navais conduzidas pelos Estados Unidos no Mar do Sul da China.

Zhao repetiu uma vez mais que os EUA devem “abandonar a mentalidade de guerra fria, o pensamento de soma zero e conceitos geopolíticos estreitos e parar com essa abordagem errada que mina o desenvolvimento pacífico e estável da região”.

A classe Seawolf

A Marinha dos EUA possui três submarinos classe Seawolf: o primeiro, que deu nome à classe, o USS Seawolf (SSN-21), o USS Connecticut (SSN-22), e o USS Jimmy Carter (SSN-23). Os submarinos desta classe são considerados muito silenciosos, rápidos, bem armados e equipados com sensores avançados.

A classe desloca cerca de 9.000 toneladas, mede 107,5 metros de comprimento e é tripulada por 101 marinheiros e 15 oficiais. Apesar de não dispor de sistemas de lançamento vertical, conta com oito tubos de torpedo e é capaz de transportar até 50 torpedos e mísseis ou 100 minas.

O USS Jimmy Carter tem uma extensão de casco de 30 metros chamada “plataforma multimissão”, que oferece capacidade adicional de carga útil para acomodar equipamentos de tecnologia avançada para realizar atividades de pesquisa e desenvolvimento sigilosas, além de melhorias na capacidade de combate. Com esta alteração, o Jimmy Carter desloca cerca de 12 mil toneladas e mede 138 m de comprimento, e é tripulado por 126 homens, além dos 15 oficiais.

O USS Connecticut é baseado em Bremerton, Washington, de onde partiu em maio para uma implantação no Pacífico Ocidental. Durante a missão, fez pelo menos duas escalas no Japão.

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1 comentário

  1. 3 opções! OSNI, GIGANTESCO ANIMAL MARINHO, ou aparato chinês capaz de JAMMEAR os sensores avançadissimos do SUB! por isto não houve DETECÇÃO ANTECIPADA!

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