Os países árabes do Conselho de Cooperação do Golfo e a guerra entre Rússia e Ucrânia

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Em relação à guerra na Ucrânia, os países do Conselho de Cooperação do Golfo atuam de acordo com seus interesses, considerando desde a experiência histórica até políticas de neutralidade ativa ou passiva.

Por André Figueiredo Nunes*

Autoridades do Conselho de Cooperação do Golfo posam para foto no Palácio Bayan na Cidade do Kuwait, em 5 de dezembro de 2017 (AFP).

Em relação à guerra na Ucrânia, os países do Conselho de Cooperação do Golfo atuam de acordo com seus interesses, considerando desde a experiência histórica até políticas de neutralidade ativa ou passiva.


No dia 24 de fevereiro de 2022, a Rússia empreendeu um ataque militar contra o território ucraniano dando a início à maior guerra entre Estados no continente europeu desde 1945, ano em que foi encerrada a Segunda Guerra Mundial.

Nesse contexto, muitos países, de diferentes continentes, manifestaram-se a favor de um dos lados conflitantes ou até mesmo abstiveram-se de proceder a favor ou contra de Rússia ou Ucrânia. No Oriente Médio, mais especificamente entre os Estados árabes do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, Gulf Cooperation Council), bloco de integração econômica da Península Arábica oficialmente estabelecido em maio de 1981 e formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos (EAU), Kuwait e Omã não foi diferente, uma vez que seus membros têm apresentado comportamentos heterogêneos em relação à guerra no Leste Europeu.

Conhecer o posicionamento político dos países do GCC é importante devido à importância geopolítica que possuem no Oriente Médio e, principalmente, pelo papel de relevância que têm no mercado internacional de hidrocarbonetos como grandes exportadores de petróleo e gás natural. Nesse sentido, foi possível distinguir pelo menos três grupos de países com formas de posicionamento distintas entre os Estados membros do GCC no que diz respeito à esta guerra.

O primeiro deles abrange os países que manifestaram apoio à soberania ucraniana e a inviolabilidade do seu território, com discurso alinhado à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e ao Ocidente, como o Kuwait e o Catar. O segundo se refere à diplomacia de neutralidade passiva, como é o caso de Omã e do Bahrein. O terceiro, em seu turno, está ligado a um posicionamento de neutralidade ativa, ou seja, sem declarações contrárias aos lados combatentes e, ao mesmo tempo, buscando seus interesses políticos e econômicos em relação à Rússia e ao Ocidente. No entanto, em todos os três casos, é importante deixar claro que no plano internacional a postura assumida pelos Estados visa a maximização dos seus próprios interesses.

No primeiro grupo, Kuwait e Catar, dois países com territórios pequenos, compartilham experiências históricas similares no que se refere a tensões diplomáticas com seus vizinhos regionais que possuem territórios maiores. Dois exemplos disso são a invasão do Kuwait pelo Iraque em 1990 e o embargo diplomático e econômico imposto por países como Arábia Saudita, EAU e Egito contra o Catar em 2017. As experiências desses dois países árabes – mesmo que o Catar não tenha sido militarmente atacado por seus vizinhos – podem ser consideradas fatores de influência para o posicionamento de ambos em relação à guerra na Ucrânia.

Nesse contexto, ainda em 24 de fevereiro, o Kuwait declarou a rejeição pelo uso da força para a resolução de crises internacionais, enfatizou “a importância de respeitar a independência e a soberania da Ucrânia” e manifestou “total apoio aos esforços internacionais destinados a acalmar a situação, desarmar a escalada, promover o autocontrole e enfrentar os conflitos internacionais por meios pacíficos”[1]. No dia seguinte, o Kuwait foi o único país árabe a copatrocinar uma declaração conjunta do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (CS-ONU), encabeçada pelos Estados Unidos da América (EUA), contra a agressão russa à Ucrânia[2]. Aliado a isso, em 2 de março, em reunião extraordinária da Assembleia Geral da ONU para votar uma resolução denunciando e exigindo que Moscou se retire militarmente da Ucrânia, a delegação kuwaitiana apresentou voto favorável à resolução da qual também foram copatrocinadores, dessa vez em conjunto com o Catar, que também votou a favor[3].

O Catar, assim como o Kuwait, também se posicionou de forma contrária ao ataque russo. No dia da invasão, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky tuitou o seguinte: “Continuo as negociações com os líderes. Recebi apoio do Emir do Catar.”[4] O apoio afirmado por Zelensky veio no mesmo dia em que a Qatar News Agency – agência de notícias do Catar – reportou contato telefônico entre o mandatário ucraniano e o Emir e Xeque Tamim bin Hamad bin Khalifa Al Thani[5]. A agência ainda reportou outras duas ligações envolvendo ambos os líderes nos dias 2 e 9 de março. Em 28 de fevereiro, por ocasião de um discurso na reunião do Conselho de Direitos Humanos em Genebra, o Ministro das Relações Exteriores catari, Xeque Mohammed bin Abdulrahman Al Thani afirmou ser contrário ao uso da força como instrumento de resolução para conflitos internacionais[6].

O governo catari possui grande investimento no setor de energia da Rússia, mais especificamente através da Qatar Investment Authority como detentora de 19,5% das ações da companhia de petróleo Rosneft desde 2018[7]. Esse motivo, além das relações bilaterais entre ambos os países, não permite que Doha adote uma postura agressiva de condenação à Rússia. Entretanto, é improvável que o país não se posicione em favor da Ucrânia e do Ocidente, visto que seu território abriga a maior instalação militar norte-americana do Oriente Médio na base aérea de Al Udeid[8]. Além disso, o país se tornou um aliado preferencial extra-OTAN dos EUA em 10 de março de 2022[9].

Além da esfera política, a guerra entre Rússia e Ucrânia pode ser economicamente vantajosa para o Catar se o país conseguir atender o aumento da demanda de gás natural dos países europeus causada pelos cortes de fornecimento e embargos do gás russo. Algo que não cabe somente ao Catar, mas também à adequação dos terminais portuários de gás natural liquefeito de portos europeus como a Alemanha se comprometeu a fazer[10].


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O segundo grupo de países, o de diplomacia de neutralidade passiva, abrange o Bahrein e Omã. O Bahrein não manifestou uma posição clara sobre o conflito no Leste europeu. Mesmo assim, também votou a favor da resolução de 2 março da Assembleia Geral da ONU contra a invasão russa na Ucrânia. Tal voto foi bem recebido pelo governo dos EUA, que externou seu contentamento através de sua embaixada em Manama[11]. Vale ressaltar que o Bahrein abriga uma estrutura militar norte-americana e a sede do comando naval das Forças Marítimas Combinadas criada em 2009, e que em 9 de junho de 2021 passou a ser comandada por um contra-almirante brasileiro[12].

Além da boa relação que possui com os EUA, que contribuiu até mesmo para que Manama participasse dos Acordos de Abrahão e selassem a paz com Israel, o Bahrein também possui relações abertas com Moscou. No dia 15 de março, o rei Hamad bin Isa Al Khalifa, em ligação telefônica com o presidente russo Vladimir Putin, defendeu a resolução de conflitos por meio da diplomacia[13]. Em 30 de maio, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, foi recebido pelo rei durante sua visita oficial ao Bahrein[14]. Em 7 de abril, portanto antes da visita ao país árabe, Lavrov já havia classificado o Bahrein como um parceiro confiável no mundo árabe[15].

Por sua vez, Omã é historicamente conhecido por manter uma política de neutralidade e um perfil discreto em relação a conflitos internacionais. Ainda assim, o país também apresentou voto favorável à resolução do dia 2 de março. Já em 15 de maio, Mascate recebeu a visita de Sergei Lavrov, que classificou a abordagem omani em relação à guerra na Ucrânia como equilibrada, ao passo que o ministro das Relações Exteriores de Omã, Badr bin Hamad al Busaidi, afirmou que seu país “acompanha com grande interesse a situação na Ucrânia e apela a todas as partes para que exerçam moderação e resolvam as diferenças pacificamente para evitar agravar a situação”[16].

Arábia Saudita e EAU, foram inseridos no grupo de países com neutralidade ativa porque mesmo que até a conclusão deste artigo não tenham tomado partido para nenhum dos lados combatentes, ambos têm buscado evitar influenciar em repercussões do conflito visando jogar politicamente em favor de seus próprios interesses, o que de nenhuma forma pode ser classificado como ilegítimo.

Assim como os outros membros do GCC, sauditas e emiradenses também se posicionaram a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU do dia 2 de março. Os únicos Estados árabes que se abstiveram ou não votaram foram Argélia, Iraque e Marrocos. A Síria votou contra. Mesmo assim, a Arábia Saudita e os EAU negaram o pedido de Washington para aumentar sua produção de petróleo para atender a demanda do mercado internacional após um embargo de importação do petróleo russo imposto por EUA, Reino Unido e Canadá[17].

Riade e Abu Dhabi possuem parceria estratégica com os EUA em setores como economia, Defesa, energia e até mesmo no setor nuclear. Entretanto, os príncipes herdeiros de ambas as nações – Mohammed bin Salman e Mohammed bin Zayed Al Nahyan (que se tornaria o líder máximo de seu país em meados de maio) – recusaram conversar por meio de ligação telefônica com o presidente Joe Biden no início de março, mas na semana anterior chegaram a atender o chamado do presidente Putin. Nesse episódio, a preferência por Putin não significa rejeição aos EUA, mas pode ser interpretado como fator de pressão sobre Washington como descontentamento em relação ao reavivamento das discussões sobre o programa nuclear iraniano, retomado na administração Biden. Ademais, os dois Estados árabes já afirmaram que pretendem cumprir o acordo da OPEP+ que visa o aumento gradativo da produção de petróleo para níveis anteriores ao da pandemia de covid-19[18].

Aliado a isso, há também o interesse dos EAU para que os EUA classifiquem os houthis, do Iêmen, como grupo terrorista, algo que é considerado inadequado, pois ampliaria a crise humanitária no país[19]. Os houthis tem sido responsáveis por ataques de mísseis e drones contra infraestrutura crítica saudita e emiradense. Ainda sobre os EAU, é importante salientar que o país é atualmente membro rotativo do Conselho de Segurança da ONU, e no dia 26 de fevereiro se absteve de votar resolução do Conselho que se opunha à invasão russa na Ucrânia. Outros países que também se abstiveram foram Índia e China. A Rússia, que assim como a China é membro permanente, exerceu seu poder de veto e votou contra. Os demais membros permanentes e parceiros ocidentais dos EAU, como EUA, França e Reino Unido, foram favoráveis à resolução[20].

Ainda sobre Arábia Saudita e EAU aumentarem sua produção de petróleo, é possível que a recusa inicial para assim fazê-lo seja alterada. Isso porque a União Europeia anunciou um embargo parcial à importação de petróleo de origem russa no final de maio e em face de uma possível crise de abastecimento que possa gerar um choque de preços descontrolados do barril de petróleo, a Arábia Saudita exerceria o papel de produtor de ajuste. Para Riade, não é interessante perder o controle do preço de comercialização do petróleo, o principal produto de sua pauta de exportação[21].

Como comentado no início deste artigo, os Estados atuam na Relações Internacionais de acordo com seus interesses. Os casos de todos os três grupos deixam clara essa perspectiva desde a experiência histórica dos países do primeiro grupo até a política de neutralidade ativa do terceiro, passando pela neutralidade passiva do segundo grupo de membros do GCC. Enquanto durar a guerra entre Rússia e Ucrânia, é possível que alguns dos posicionamentos abordados possam sofrer alteração, caso tais países por meio de cálculo político e diplomático, concluam que possam maximizar seus ganhos em diferentes setores.


*André Figueiredo Nunes é doutor em Ciências Militares pela Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, onde também realizou seu pós-doutorado. Atualmente é pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada no projeto denominado “Cooperação Institucional para Estudos em Governança, Segurança Internacional e Segurança Energética”.


Notas

[1] KUWAIT calls for respecting Ukraine’s independence, sovereignty. Kuwait News Agency, February 24, 2022. Disponível em: https://www.kuna.net.kw/ArticleDetails.aspx?id=3027315&language=en Acesso em 28 de maio de 2022.

[2] JOINT STATEMENT Following a Vote on a UN Security Council Resolution on Russia’s Aggression Toward Ukraine. United States Mission to the United Nations, February 25, 2022. Disponível em: https://usun.usmission.gov/joint-statement-following-a-vote-on-a-un-security-council-resolution-on-russias-aggression-toward-ukraine/ Acesso em 15 de maio de 2022.

[3] LESHCHINER, David, et al. The UN Resolution on Ukraine: How Did the Middle East Vote? The Washington Institute, March 2, 2022. Disponível em: https://www.washingtoninstitute.org/policy-analysis/un-resolution-ukraine-how-did-middle-east-vote. Acesso em 18 de maio de 2022.

[4] ZELENSKYY, Volodymyr. “I continue negotiations with the leaders. Received support from the Emir of Qatar @TamimBinHamad. The world is with us”. Kyiv, February 24, 2022. Twitter: Володимир Зеленський. Disponível em: https://twitter.com/ZelenskyyUa/status/1496736576780521472. Acesso em 29 de maio de 2022.

[5] HH THE AMIR Receives Phone Call from President of Ukraine. Qatar News Agency, February 24, 2022. Disponível em: https://www.qna.org.qa/en/News-Area/News/2022-02/24/0029-hh-the-amir-receives-phone-call-from-president-of-ukraine. Acesso em 30 de maio de 2022.

[6] RUSSIA-UKRAINE WAR: Qatar supports Ukraine’s territorial integrity. Middle East Eye, February 28, 2022. Disponível em: https://www.middleeasteye.net/news/russia-ukraine-war-qatar-supports-territorial-integrity. Acesso em 28 de maio de 2022.

[7] STAKE in Rosneft held by Glencore-QIA Consortium. Qatari Investment Authority, May 4, 2018. Disponível em https://www.qia.qa/en/Newsroom/Pages/Stake-in-Rosneft-held-by-Glencore-QIA-Consortium.aspx. Acesso em 31 de maio de 2021.

[8] HUSSEIN, Mohammed; HADDAD, Mohammed. Infographic: US military presence around the world. Al Jazeera, September 10, 2021. Disponível em: https://www.aljazeera.com/news/2021/9/10/infographic-us-military-presence-around-the-world-interactive#:~:text=The%20largest%20US%20military%20installation,American%20and%20coalition%20service%20members. Acesso em 31 de maio de 2021.

[9] THE UNITED STATES OF AMERICA. Memorandum on the Designation of the State of Qatar as a Major Non-NATO Ally. The White House. Presidential Determination No. 2022-10. MARCH 10, 2022. Disponível em: https://www.whitehouse.gov/briefing-room/presidential-actions/2022/03/10/memorandum-on-the-designation-of-the-state-of-qatar-as-a-major-non-nato-ally/#:~:text=2321k)%20(the%20“Act”,determination%20in%20the%20Feder%20al%20Register. Acesso em 27 de maio de 2022.

[10] Germany to ‘fast-track’ gas terminals as part of Qatar deal. Al Monitor, March 20, 2022. Disponível em: https://www.al-monitor.com/originals/2022/03/germany-fast-track-gas-terminals-part-qatar-deal. Acesso em 31 de maio de 2022.

[11] BONDY, Steven. Our Unity is Our Strength: Putin Chose War. We Remain United with Ukraine. U.S. Embassy in Bahrain, March 15, 2022. Disponível em: https://bh.usembassy.gov/our-unity-is-our-strength-putin-chose-war-we-remain-united-with-ukraine/. Acesso em: 29 de maio de 2022.

[12] MARINHA DO BRASIL assume o primeiro comando da Combined Task Force 151 (CTF 151). Poder Naval, 10 de junho de 2021. Disponível em: https://www.naval.com.br/blog/2021/06/10/marinha-do-brasil-assume-o-primeiro-comando-da-combined-task-force-151-ctf-151/. Acesso em 25 de maio de 2022.

[13] HM KING reviews bilateral relations with Russian President. Bahrain News Agency, March 15, 2022. Disponível em: https://www.bna.bh/en/HMKingreviewsbilateralrelationswithRussianPresident.aspx?cms=q8FmFJgiscL2fwIzON1%2bDrdpqRsBnc0IrUrXLs4NbUk%3d. Acesso em 22 de maio de 2022.

[14] HM King receives Russian Foreign Minister. Bahrain News Agency, May 30, 2022. Disponível em: https://www.bna.bh/en/HMKingreceivesRussianForeignMinister.aspx?cms=q8FmFJgiscL2fwIzON1%2bDtj6ASo5mVjM1MXwTPNtw1A%3d. Acesso em 1 de junho de 2022.

[15] BAHRAIN is Russia’s reliable partner in Arab world, says Lavrov. Tass, April 7, 2022. Disponível em: https://tass.com/economy/1434149?utm_source=google.com&utm_medium=organic&utm_campaign=google.com&utm_referrer=google.com. Acesso em 22 de maio de 2022.

[16] Muscat: Russian Foreign Minister Sergey Lavrov and his accompanying delegation arrived on an official one-day visit to the Sultanate of Oman. Oman Observer, May 11. Disponível em: https://www.omanobserver.om/article/1118948/oman/his-majesty/russia-ukraine-crisis-oman-calls-for-restraint. Acesso em 1 de junho de 2022.

[17] JOSEPHS, Jonathan. Canada pledges to help countries stop using Russian oil. BBC, March 17, 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/news/business-60879685. Acesso em 1 de junho de 2022.

[18] Saudi Arabia and UAE leaders ‘reject calls with US President Biden’. Middle East Eye, March 9, 2022. Disponível em: https://www.middleeasteye.net/news/saudi-arabia-uae-leaders-mbs-mbz-reject-call-biden. Acesso em 24 de maio de 2022.

[19] HARB, Ali. Russia-Ukraine war shows cracks in US ties to Middle East allies. Al Jazeera, March 21, 2022. Disponível em: https://www.aljazeera.com/news/2022/3/21/ukraine-war-exposes-cracks-us-ties-middle-east-allies.

[20] ROY-CHAUDHURY, Rahul; HOKAYEM, Emile. Understanding India and the UAE’s abstentions over Ukraine. International Institute for Strategic Studies, March 3, 2022. Disponível em: https://www.iiss.org/blogs/analysis/2022/03/understanding-india-and-the-uaes-abstentions-over-ukraine. Acesso em 2 de junho de 2022.

[21] SHEPPARD, David; AL-ATRUSH, Samer; BROWER, Derek. Saudi Arabia ready to pump more oil if Russian output sinks under ban. Financial Times, June 1, 2022. Disponível em: https://www.ft.com/content/cf18ce69-e46a-4802-9058-1340c5a2c94d. Acesso em 1 de junho de 2022.

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