Tensão China-EUA: Strike groups mostram os EUA fortalecendo sua presença no Indo-Pacífico

Compartilhe:
Porta-aviões classe Nimitz da marinha americana, USS Carl Vinson (Foto: US Navy).

O porta-aviões classe Nimitz USS Carl Vinson (Foto: US Navy).

Analistas militares dizem que implantação regular de grupos de ataque de porta-aviões no Indo-Pacífico indica que os EUA continuarão a fortalecer sua presença militar na região; Especialistas navais, oficiais militares e estaleiros chineses acompanharam de perto o teste de choque do USS Gerald Ford para possíveis lições.


O grupo de ataque do porta-aviões USS Carl Vinson deve monitorar a Marinha chinesa no Indo-Pacífico, preenchendo a lacuna deixada pelo USS Ronald Reagan que se dirige ao Oriente Médio para apoiar os militares dos EUA durante a retirada do Afeganistão, de acordo com a US Navy.

Especialistas militares disseram que a implantação regular de grupos de ataque de porta-aviões (CSG, Carrier Strike Group) na região indica que os Estados Unidos continuarão a fortalecer sua presença militar visando contrapor a assertividade da Marinha do Exército de Libertação Popular da China no Estreito de Taiwan e no Mar do Sul da China.

O grupo do Carl Vinson, que recebeu uma grande atualização que durou 17 meses, incluindo o recebimento das novas aeronaves F-35C Lightning II e CMW-22B Osprey, tem conduzido exercícios próximos do Havaí com outras unidades de combate da Marinha desde a semana passada, enquanto se prepara para uma implantação na região do Indo-Pacífico, de acordo com um comunicado da Marinha americana na terça-feira.

O treinamento do Vinson perto do Havaí foi visto como uma demonstração da presença militar dos EUA na região do Pacífico, com a nova implantação ocorrendo em meio às tensões nas relações entre os EUA e a China, informou o US Naval Institute. As autoridades americanas repetidamente caracterizaram a China como a “ameaça de ritmo” dos militares americanos.

Lu Li-shih, ex-instrutor da Academia Naval de Taiwan em Kaohsiung, disse que o envio de dois grupos de ataque de porta-aviões ao Indo-Pacífico se transformou na presença militar regular dos Estados Unidos na região desde que a administração do ex-presidente Donald Trump classificou a China como uma ameaça à segurança nacional dos EUA no ano passado, postura herdada por seu sucessor Joe Biden.

“A implantação de dois grupos de ataque de porta-aviões – ou de um CSG e um grupo de ataque expedicionário (MEU, Marine Expeditionary Group) apoiado por navios de assalto anfíbios classe America na região – tornou-se uma combinação normal para os Estados Unidos nos últimos dois anos”, disse Lu.

“A coisa mais digna de nota é saber se os EUA movimentarão todas as suas tropas, equipamentos e sistemas de armas que implantaram no Afeganistão para o Indo-Pacífico no futuro.”

Um oficial da US Navy, que pediu anonimato, disse ao jornal South China Morning Post que parte do equipamento, incluindo caminhões militares e enormes ativos não letais, seria doado a organizações locais no Afeganistão, enquanto armas sofisticadas, como jatos de combate e sistemas de mísseis, seriam enviadas para bases americanas não especificadas.


LIVRO RECOMENDADO

A caminho da guerra: Os Estados Unidos e a China conseguirão escapar da Armadilha de Tucídides?

• Graham Allison (Autor)
• Em português
• Capa comum


De acordo com a Marinha dos EUA, o grupo de ataque do porta-aviões Ronald Reagan substituirá o grupo do USS Dwight D. Eisenhower, que opera no Oriente Médio desde abril e está em sua segunda viagem no período de um ano.

Zhou Chenming, pesquisador do instituto de ciências militares Yuan Wang, com sede em Pequim, disse que após a missão de retirada do Afeganistão, o porta-aviões Ronald Reagan, baseado em Yokosuka, no Japão, deveria retornar à região, mas não seria um ameaça ao Exército de Libertação Popular chinês, a menos que o porta-aviões de nova geração USS Gerald Ford também fosse implantado.

O primeiro porta-aviões classe Ford, equipado com as tecnologias mais avançadas do mundo, como os sistemas eletromagnéticos de lançamento de aeronaves (EMALS, Electromagnetic Aircraft Launch System), concluiu com sucesso o primeiro evento de teste explosivo programado como parte de um “teste de choque de serviço de campo” (FSST, Field Service Shock Test) na sexta-feira, conforme mostrado em um vídeo postado na conta do Twitter da US Navy.

“A China realizou FSST para seus navios de guerra de superfície de pequeno e médio porte, mas nenhum de seus grandes navios de guerra, tais como os porta-aviões Liaoning e Shandong, fez o teste explosivo até agora”, disse Zhou, acrescentando que especialistas navais, analistas e oficiais militares e estaleiros chineses estavam prestando muita atenção ao teste explosivo da marinha dos EUA com o porta-aviões Gerald Ford.

“O FSST envolve muitos problemas técnicos e arranjos sutis que exigem anos de planejamento. A próxima aeronave de nova geração da China com sistemas de catapulta eletromagnética semelhante também irá precisar de um FSST e pode se beneficiar com a experiência do teste explosivo do USS Gerald Ford.

A US Navy realiza seus testes de choque envolvendo a detonação de cerca de 18 toneladas de explosivos vivos – registrados pelo US Geological Survey como um terremoto de magnitude 3,9 pontos. O objetivo é testar se os novos projetos de navios de guerra podem continuar a atender aos exigentes requisitos de missão sob condições adversas que os navios de guerra podem encontrar em batalha.

Foi o primeiro FSST de um porta-aviões da Marinha dos EUA em mais de três décadas, disse a US Navy. O último navio a ser submetido a esse tipo de teste explosivo foi o USS Theodore Roosevelt em 1987.

Traduzido e adaptado de artigo publicado no South China Morning Post.

Compartilhe:

Facebook
Twitter
Pinterest
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

____________________________________________________________________________________________________________
____________________________________
________________________________________________________________________

Veja também