O presidente russo, Vladimir Putin, considerou ridículas as tentativas de responsabilizar Moscou pela posição da China em relação às armas nucleares. Ele expressou essa opinião em uma entrevista à rede de televisão norte-americana NBC. Uma transcrição da entrevista foi enviada ao site do Kremlin na segunda-feira.
“A China não vai se envolver em negociações sobre controle de armas, ela se recusa a negociar reduções em armas nucleares ofensivas. Você deveria perguntar aos chineses sobre isso, se é bom ou ruim. Cabe a eles decidir. Mas seus argumentos são simples e compreensíveis: em termos de quantidade de munições, ogivas e veículos de entrega, os Estados Unidos e a Rússia estão muito, muito à frente da China. E os chineses dizem com razão: ‘Por que deveríamos fazer reduções se já estamos muito aquém do que você tem? você quer que congelemos nosso nível de dissuasão nuclear? Por que devemos congelar? Por que nós, um país com 1,5 bilhão de habitantes, não podemos pelo menos estabelecer a meta de atingir seus níveis?’ Todas essas são questões que merecem debate e que requerem consideração cuidadosa. Mas nos tornar responsáveis pela posição da China é simplesmente cômico”, disse Putin.
Ele ressaltou que a Rússia não achou temíveis as capacidades de defesa em expansão da China, porque sua própria suficiência de defesa estava em um nível muito alto.
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“A China tem se desenvolvido. Eu entendo que o que está começando é um certo tipo de confronto com a China. Podemos ver isso. No entanto, não estamos alarmados com isso, incluindo, entre outras coisas, o fato de que nossa defesa é suficiente, que é como a descrevemos, está em um nível muito alto, inclusive por causa disso. Por que devemos nos preocupar com os porta-aviões chineses? Acima de tudo, temos uma fronteira imensamente vasta com a China, mas é uma fronteira terrestre. Você acha que os porta-aviões chineses cruzarão nossa fronteira terrestre? Esta é apenas uma conversa sem sentido”, disse Putin.
Ele ressaltou que a Rússia considera a China um país amigo que não representa uma ameaça para ela. “Não acreditamos que a China seja uma ameaça para nós. A China é uma nação amiga. Não nos declarou inimigo, como fizeram os Estados Unidos”, afirmou Putin.
Ele lembrou que nas últimas décadas a Rússia e a China construíram relações de parceria estratégica, confiança e cooperação em todas as áreas: política, economia, tecnologia e cooperação técnico-militar.
Além disso, Putin apontou para a economia em expansão da China, que em termos de paridade de poder de compra superou os Estados Unidos. Além disso, no ano passado, a China alcançou a posição de maior parceiro comercial da Europa.
Fonte: Tass.