A Rússia não tolerará a recusa de Washington de contar uma série de veículos de lançamento estratégico dos EUA sob as Medidas para a Redução e Limitação de Armas Ofensivas Estratégicas (Novo START), disse o vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, ao Lenta.ru em uma entrevista.
“Além disso, devemos abordar a questão da rebuscada recusa dos Estados Unidos em contar um certo número de seus veículos de lançamento estratégicos. Eles foram descritos como reconfigurados e removidos da contagem total. A extensão do Novo START por cinco anos não significa que estejamos preparados para deixar este problema passar desapercebido e fechar os olhos a ele”, frisou.
O diplomata sênior disse que a Rússia não foi capaz de verificar por si mesma se era verdade que os veículos de lançamento estratégicos dos EUA foram reconfigurados, o que criou um chamado “potencial de upload” adicional.
“Discutimos isso longamente com o governo anterior”, lembrou Ryabkov.
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Ele enfatizou que sempre que a questão da estabilidade estratégica e de quantidades consideráveis de armas nucleares estiver na agenda, apenas decisões equilibradas e responsáveis devem ser tomadas.
“Quando há dezenas de milhares de ogivas nucleares em estoque, então, hipoteticamente, seria possível dizer: várias ogivas a mais, ou várias ogivas a menos, não faz diferença. Mas quando as ogivas chegam a centenas, a situação é muito diferente. Nesse caso particular, somos obrigados a demonstrar maior responsabilidade, e é exatamente para isso que temos chamado nossos homólogos norte-americanos”, concluiu Ryabkov.
A Rússia e os Estados Unidos assinaram o novo tratado START em 2010. Em 3 de fevereiro de 2021, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia e a embaixada dos EUA trocaram notas confirmando a conclusão dos procedimentos internos necessários para que a prorrogação do tratado tenha efeito. O Ministério das Relações Exteriores russo disse que a prorrogação do tratado garantiu a preservação e o funcionamento do mecanismo crucial de manutenção da estabilidade estratégica, que limita os potenciais de mísseis nucleares dos signatários com base na paridade estrita.
Fonte: Tass.