Mini-drones, os olhos do combatente do Século XXI

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Militar do exército dos EUA lançando um mini-drone Raven, imagem de 22 de novembro de 2006 (Foto: Sgt 1st Class Michael Guillory/US Army).

Militar do exército dos EUA lançando um mini-drone Raven, imagem de 22 de novembro de 2006 (Foto: Sgt 1st Class Michael Guillory/US Army).

Capazes de expandir a consciência situacional a custos reduzidos, pequenos drones tendem a se tornar equipamento padrão na dotação de pelotões dos exércitos modernos.


O uso de VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) nos campos de batalha já não é uma novidade no século XXI. Temos exemplos recentes, nos conflitos do Iraque e do Afeganistão, dos grandes VANTs Predator e Reaper executando missões de reconhecimento e eliminação de alvos com grande eficiência. Porém existem os pequenos drones, que são menos conhecidos, mas que executam um papel tão importante quanto o dos seus irmãos de grande porte.

O uso de VANTs de menor porte por pelotões de infantaria no exército dos EUA tem se mostrado um enorme sucesso. Esses veículos são capazes de executar missões de reconhecimento, identificando alvos com antecedência para que os soldados consigam se antecipar ao inimigo no combate. Uma das grandes vantagens desses mini-drones é o fato de serem baratos e descartáveis; por alguns milhares de dólares, um soldado pode observar o terreno a alguns quilômetros a sua frente, podendo fazer análises do terreno e identificar posições inimigas.

Um exemplo muito famoso desses mini-drones é o Raven, desenvolvido pela AeroVironment Inc. da Califórnia. Com envergadura 1,4 m e pesando 1,9 kg, é equipado com câmeras diurnas focando à frente e nas laterais e uma câmera infravermelha para captação de imagens noturnas que podem transmitir a uma distância de até 10 km. Possui GPS, que o torna capaz de realizar missões sem intervenção humana através de waypoints pré-programados para realizar um deslocamento e fotografar instalações, mesmo fora do alcance do rádio. O Raven possui uma autonomia de aproximadamente uma hora de voo e é operado por dois militares, um piloto e um controlador do sistema de câmeras.


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Devido às diversas qualidades e baixo custo, o Raven foi um tremendo sucesso entre as tropas americanas. De acordo com o sargento Jose Blanco, do exército dos EUA: “Os soldados se sentem mais seguros e felizes quando possuem um Raven nas companhias ou batalhões, você o coloca no ar, lançando-o manualmente, ele percorre 10 quilômetros e limpa toda a área.” O fato de permitir que o soldado observe de longe o inimigo lhe deu a capacidade de distinguir combatentes de civis sem a descarga de adrenalina imposta pelo combate aproximado.

Porém, observar o inimigo atirando em tropas aliadas fez com que os militares sentissem a necessidade de um mini-drone que tivesse a capacidade de atacar alvos, de acordo com o sargento Blanco: “Você quer entrar no combate, mas não pode, é ruim quando você olha para a tela vendo outros soldados recebendo tiros”. Com isso surgiram mini-drones armados com explosivos, como é o caso do SwitchBlade, que possui ogivas capazes de destruir veículos leves e neutralizar pequenos grupamentos humanos com alta precisão.

Devido a sua alta portabilidade, custo reduzido e o fato de serem descartáveis, esses pequenos drones tendem a se tornar um equipamento padrão na dotação de pelotões dos exércitos modernos. A consciência situacional que esses equipamentos proporcionam é de grande valia para a segurança dos militares e da população civil que se encontre numa zona de combate. O fato de drones armados com ogivas explosivas serem empregados também confere ao combatente o poder de neutralizar alvos estratégicos para abrir caminho para os soldados que avançam.

Referências

HAMBLING, David. Swarm Troopers: Como os pequenos drones irão conquistar o mundo. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 2018.

THOMPSON, Mark. The New U.S. “Smalls” Air Force over Afghanistan. Time, 2011. Disponível em: https://nation.time.com/2011/06/26/the-new-u-s-smalls-air-force-over-afghanistan/.

AEROVIRONMENT. RAVEN B. Anvic, 2021. Disponível em: https://www.avinc.com/uas/raven.

AEROVIRONMENT. SWITCHBLADE 300. Anvic, 2021. Disponível em: https://www.avinc.com/tms/switchblade.

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11 comentários

  1. Texto técnico, atual e muito bem feito. O autor detém conhecimento específico da matéria, utiliza do melhor português, o que torna a leitura agradável mesmo pra quem desconhece da área. Parabéns!

  2. Parabéns sargento, excelente matéria. Exército brasileiro é nosso eterno orgulho.
    Brasil acima de tudo, Deus acima de todos.???

  3. Texto interessantíssimo e muito esclarecedor. Bom saber que na vanguarda tecnológica do nosso Exército há moços interessados e “antenados” no progresso como o Júlio! Ele que, certamente, por essa pequena amostra, não irá parar por aí: irá muito além de Sargento! Parabéns!

  4. Muito interessante. É a tecnologia cada vez mais presente. Parabéns Júlio, é de jovens assim que vamos construir um Brasil melhor.

  5. Ótima matéria de tecnologia e explanação dos avanços na Guerra moderna.
    Dos procedimentos de eficácia, ao próprio consenso psicológico no emprego da tropa, é real o enorme salto a qualificação de qualquer Exército.

    PARABÉNS ao Autor.

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