Por Albert Caballé Marimón* |
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O Bonhomme Richard, enfrentando incêndio durante um período de manutenção, é dos maiores navios de seu tipo em operação no mundo. Embora haja otimismo, ainda é cedo para determinar a extensão dos danos. Investigações irão apurar as causas do incêndio.
Segundo relatos de marinheiros, o incêndio no USS Bonhomme Richard se iniciou numa área de armazenamento de veículos e equipamentos por volta das 08h30 da manhã de domingo. O navio estava atracado em manutenção na Base Naval de San Diego, já quase no final de um período de reparo, manutenção e atualização que incluía modificações para operar os F-35B Lightning II dos fuzileiros navais. Da tripulação normal de cerca de mil membros, cerca de 160 estavam a bordo.
Apesar dos esforços da tripulação para conter o foco inicial, o fogo se espalhou rapidamente pelo navio. Segundo o contra-almirante Philip Sobeck, comandante do Expeditionary Strike Group 3 (Terceiro Grupo Expedicionário de Ataque), as chamas estão agora isoladas em duas áreas principais, uma à proa e outra à popa. Marinheiros e equipes de bombeiros seguem no combate às chamas.
Uma explosão criou detritos que alimentaram ainda mais o fogo, ajudando a espalha-lo. O almirante Sobeck disse que essa explosão aconteceu enquanto a tripulação do navio tentava ativar o sistema de combate a incêndio, que estava desenergizado devido aos trabalhos de manutenção.
O navio apresenta um desafio no combate às chamas devido ao seu labirinto de compartimentos, espaços e conveses frequentemente conectados por escotilhas e pontos de acesso. Imagens da marinha americana circulando nas redes sociais mostram danos significativos à superestrutura e espaços interiores, incluindo os conveses de armazenamento de veículos e o departamento médico.
O desafio atual, segundo Sobeck, é eliminar completamente o fogo para que então as equipes possam percorrer espaço por espaço para garantir que todos os compartimentos estejam resfriados.
Na manhã de ontem, terça-feira, havia uma redução significativa na fumaça. Apesar da situação parecer melhor do lado de fora, as equipes ainda combatem chamas significativas internamente. No entanto, Sobeck se mostrou esperançoso quanto a possibilidade de salvar o navio. O risco das chamas se espalharem para os tanques de combustível parece ter diminuído. Em comunicado, Sobeck disse que foi possível verificar os principais espaços de engenharia do navio e não foram encontrados danos graves. Ele informou que, dos 38 marinheiros e 23 civis que receberam atendimento, nenhum ficou hospitalizado.
O almirante Sobeck afirmou ainda que a Marinha conduzirá uma investigação completa para identificar as causas e avaliar os danos, acrescentando que ainda é cedo para determinar próximos passos ou prever qualquer atividade de reparo e salvamento do navio, dizendo que, no momento, o foco continua em apagar o incêndio e manter a segurança do pessoal.
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Aircraft Carriers of the United States Navy
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A classe Wasp
Os navios da classe Wasp são as maiores embarcações de desembarque anfíbio do mundo atualmente em operação. O USS Wasp (LHD-1), que batizou a classe, foi comissionado em julho de 1989. Projetados para apoiar as operações dos fuzileiros navais, são capazes de operar em ambientes hostis e possibilitar o rápido desdobramento de tropas. Dadas as suas capacidades, também são muito empregados em missões humanitárias. Assemelham-se a pequenos porta-aviões (“pequenos” para os padrões americanos) e operam aeronaves de decolagem curta e/ou vertical e de asas rotativas; o desembarque de tropas se dá através de helicópteros ou veículos de desembarque.
Navios desse tipo já atuaram em diversas operações. Em combate, já estiveram nas guerras do Afeganistão e do Iraque. Como apoio humanitário, podemos mencionar como exemplo a operação pós-furacão Katrina em Nova Orleans, quando o USS Iwo Jima, além de servir como centro de comando e controle, hospedou milhares de policiais, bombeiros e membros das equipes de resgate.
O Bonhomme Richard
Comissionado em agosto de 1998, o USS Bonhomme Richard é o navio capitânia do Expeditionary Strike Group Three. A embarcação já atuou em diversas operações, com destaque para o Iraque, em 2003, quando desempenhou importantes funções quando, depois de desembarcar mais de mil fuzileiros, helicópteros equipamentos de apoio do 3º Batalhão da 1º Divisão de Fuzileiros Navais no Kuwait, operou, juntamente com o USS Bataan, como porta-aviões leve (“Harrier Carrier”), lançando mais de 800 surtidas de aeronaves de ataque AV-8B Harrier, incluindo 547 missões de apoio aéreo aproximado e ataque ao solo, tendo empregado mais de 79 toneladas de material bélico.
Histórico resumido de operações
Características gerais
Destacamento aéreo
ASSISTA AO VÍDEO 1306 DO CANAL ARTE DA GUERRA: O INCÊNDIO NO BONHOMME RICHARD
Referências
FUENTES, Gidget. Navy Fighting 2 ‘Major’ Fires on USS Bonhomme Richard as Battle Enters Third Day. USNI News, 14 de julho de 2020. Disponível em: https://news.usni.org/2020/07/14/navy-fighting-2-major-fires-on-uss-bonhomme-richard-as-battle-enters-third-day. Acesso em: 15 de julho de 2020.
Amphibious Assault Ships – LHD/LHA(R). US Navy, atualizado em 16 de janeiro de 2019. Disponível em: https://www.navy.mil/navydata/fact_display.asp?cid=4200&tid=400&ct=4. Acesso em: 15 de julho de 2020.
USS Bonhomme Richard (LHD-6). Wikipedia, the free encyclopedia. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/USS_Bonhomme_Richard_(LHD-6). Acesso em: 15 de julho de 2020.
*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing. Depois de atuar vários anos em empresas nacionais e multinacionais, tornou-se fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX e a Operação Acolhida e proferiu palestras na Academia da Força Aérea. É colaborador da revista Tecnologia & Defesa e do Canal Arte da Guerra. Pode ser contatado através do e-mail caballe@gmail.com.
Parabéns pela agilidade em publicar ocorrido. Isso valoriza o Velho General r lhe concede uma reputação ímpar. Continuem assim.
Muito obrigado José, sempre gentil em seus comentários. Forte abraço!