2º Sargento Max Wolff Filho

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Gen-Rocha-Paiva Por Luiz Eduardo Rocha Paiva*

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Última foto do sargento Max Wolff Filho, à frente de seus homens. Esta fotografia foi feita pouco antes de sua partida na fatídica patrulha (Foto: Exército Brasileiro).

Max Wolff Filho é um verdadeiro Herói de Guerra brasileiro por sua coragem e senso de cumprimento do dever além de suas responsabilidades. Suas ações de salvamento voluntárias, participação em missões arriscadas e respeito por seus comandados são exemplo a todos os brasileiros.


Foi morto em 12 de abril de 1945.

No dia 12 de dezembro de 1944, durante o ataque de sua unidade em Bombiana, o sargento Wolff, sabendo que vários companheiros da FEB jaziam feridos na “terra de ninguém”, ofereceu-se voluntariamente para comandar uma patrulha de evacuação dos feridos, pois, em função do intenso fogo inimigo, os padioleiros não conseguiram cumprir a missão. Apesar da escuridão e do nevoeiro, o sargento seguiu com sua patrulha e conseguiu com dificuldade carregar os feridos para as linhas brasileiras. Por diversas vezes o sargento Wolff cumpriu, como voluntário, no comando de sua patrulha, missões perigosas – sempre bem sucedidas – para resgatar expedicionários feridos.

No dia 13 de dezembro de 1944, o sargento Wolff, juntamente com um cabo e dois soldados, apresentou-se voluntariamente ao comandante de sua unidade (11º RI), para liderar patrulha incumbida de resgatar o capitão Tarcísio Bueno, gravemente ferido em ação, que se encontrava em local de grande risco por ser a área facilmente batida pela artilharia alemã. Apesar dos perigos da missão, o grupo partiu, sem, no entanto, conseguir localizar o oficial ferido, visto que era noite e as condições meteorológicas eram ruins. Trouxeram, contudo, dois outros feridos extraviados no campo de batalha.

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O sargento Max Wolff ao ser condecorado por bravura com a “Bronze Star” pelo general americano Lucian Truscott (Foto: Gazeta Tresbarrense).

Em 6 de março de 1945, uma unidade do 11º RI ocupou posições depois de atravessar terreno desconhecido e amplamente minado. Em 7 de março, as comunicações, que eram indispensáveis, partiram-se. Uma equipe telefônica da FEB foi deslocada para tentar resolver o problema. O sargento Wolff e mais dois companheiros atuaram como guias e escolta para o referido grupo técnico, pelo mesmo caminho que, na noite anterior, foi palco de grande número de baixas brasileiras. A ação dos guias permitiu que o trabalho fosse feito rapidamente e as vitais ligações fossem restabelecidas.

No dia 12 de abril, Wolff havia partido com seus homens para a denominada “terra de ninguém”. O primeiro objetivo da patrulha eram três casas, a menos de um quilômetro, que foram atingidas às duas horas da tarde. O grupo cercou as construções em ruínas e o sargento empurrou com o pé a porta de uma delas, nada encontrando. Às duas e meia da tarde, a patrulha estava a menos de cem metros do último objetivo a ser atingido: um novo grupo de casas sobre uma lombada macia. O sargento Wolff deu os últimos passos à frente. Então, uma rajada curta o atingiu e ele caiu de bruços sobre a grama. Os outros homens se abaixaram rapidamente e os alemães continuaram a atirar, bloqueando a progressão dos brasileiros com uma chuva de granadas e tiros de metralhadoras.

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Lançaram, em seguida, foguetes luminosos pedindo fogo de suas baterias. Minutos depois, os projetis da artilharia nazista rasgavam o ar e explodiam no caminho percorrido pela patrulha. Por volta das dezenove horas, os homens da patrulha do sargento Wolff retornaram ao PC do 11º RI. Mas ele ficara lá. Quando os padioleiros foram até a “terra de ninguém” recolher os corpos e os feridos, os nazistas os receberam com rajadas impiedosas. O sargento estava morto, atingido por uma rajada de metralhadora que lhe atingira o peito, após ser voluntário para comandar patrulha de reconhecimento constituída apenas por militares que já haviam se destacado na campanha. Demonstrou coragem, responsabilidade, decisão, iniciativa, espírito de sacrifício, abnegação, espírito de corpo, vontade, tenacidade e senso de cumprimento do dever.

Somente vários dias após sua morte o corpo foi encontrado. Em sua homenagem, o pátio da Escola de Sargentos das Armas (EsSA) leva seu nome como patrono. Foi promovido “post mortem” a segundo tenente.

Em 2010, foi criada a Medalha Sargento Max Wolff Filho pelo Decreto nº 7.118. Tal medalha é conferida a subtenentes e sargentos do exército brasileiro, em reconhecimento à dedicação e interesse pelo aprimoramento profissional, e que efetivamente tenham se destacado no desempenho profissional, evidenciando características e atitudes inerentes ao segundo sargento Max Wolff Filho.

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*Luiz Eduardo Rocha Paiva é general-de-brigada , aspirante a oficial pela AMAN em 1973 e promovido a general-de-brigada 2003. Entre seus muitos altos estudos, possui doutorado, mestrado e pós-graduação pela ECEME, ESAO e FGV. Estagiou na 101ª Air Assault Division, do Exército dos EUA, foi Observador Militar da ONU em El Salvador e fez o Curso de Estado-Maior na Escola Superior de Guerra do Exército Argentino. Comandou o 5º Batalhão de Infantaria Leve (Regimento Itororó), em Lorena/SP, quando cumpriu missão de pacificação em conflito entre o MST e fazendeiros no sul do Pará, em 1998. Foi Chefe da Assessoria Especial do Gabinete do Comandante do Exército, comandou a ECEME e foi Secretário-Geral do Exército. É Professor Emérito da ECEME, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e colaborador do Centro de Estudos Estratégicos do Exército. Recebeu diversas condecorações e medalhas nacionais e estrangeiras e publica artigos sobre temas políticos e estratégicos em jornais e revistas nacionais e estrangeiras.


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