Morte de Suleimani: os eventos que culminaram no ataque

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Por Albert Caballé Marimón*

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Com informações da Al Jazeera, NPR e Reuters.


Na última sexta-feira as tensões entre os EUA e o Irã aumentaram drasticamente com o ataque ao Aeroporto de Bagdá que matou o general Qassem Suleimani, comandante da Força Quds iraniana e Abu Mahdi al-Muhandis, vice-comandante das Forças de Mobilização Popular (PMF) iraquianas apoiadas pelo Irã.

O ataque, autorizado pelo presidente americano, Donald Trump, desencadeou a ira do líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, que prometeu retaliar. Mas o ataque não foi decidido da noite para o dia; assim procuramos estabelecer uma breve linha de tempo dos acontecimentos que culminaram nesta operação.

2018

8 de maio: EUA se retiram do acordo nuclear com o Irã; Trump cumpre promessa eleitoral e anuncia que os EUA estavam se retirando Plano de Ação Integral Conjunto (JCPOA), o acordo nuclear com o Irã. O Irã considerou a decisão de Trump “inaceitável” e disse que contornaria Washington negociando com os signatários restantes: França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China.

21 de maio: os EUA exigiram que o Irã fizesse mudanças radicais, desde o cancelamento de seu programa nuclear até a sua retirada da guerra na Síria, sob pena de enfrentar severas sanções econômicas. Todas as doze demandas do americanas foram rejeitadas por Teerã.

7 de agosto: Os EUA estabeleceram a primeira rodada de sanções contra o Irã, originalmente suspensa como parte do acordo nuclear, proibindo o comércio com vários setores – desde aviação até tapetes.

5 de novembro: Os EUA anunciaram uma segunda rodada de sanções, visando especificamente os setores bancários e de petróleo.

2019

8 de abril: Trump anunciou a classificação do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) como uma “organização estrangeira terrorista”. Tal classificação impôs maiores sanções econômicas e de viagens ao IRGC, entrando em vigor em 15 de abril. Em resposta, o Irã declarou os EUA como “patrocinador estatal do terrorismo” e chamou as forças de Washington na região de “grupos terroristas”.

5 de maio: John Bolton, então Conselheiro de Segurança Nacional de Trump, anunciou que os EUA estavam enviando um grupo de ataque de porta-aviões e bombardeiros da Força Aérea ao Oriente Médio “em resposta a várias indicações e avisos preocupantes”. Bolton afirmou que “os EUA não estão buscando guerra com o regime iraniano, mas estamos totalmente preparados para responder a qualquer ataque, seja por procuração, do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica ou de forças iranianas regulares”.

8 de maio: O Irã avisou que se preparava para aumentar a produção de urânio enriquecido e água pesada como parte de sua decisão de interromper certos compromissos assumidos sob o acordo nuclear. Um ano depois retirar-se do acordo, Trump anunciou novas sanções contra os setores siderúrgico e de mineração do Irã.

12 de maio: Os Emirados Árabes Unidos disseram que quatro navios na costa de Fujairah foram alvo de sabotagem. Os navios danificados eram os petroleiros sauditas Al-Marzoqah e Amjad, o petroleiro norueguês Andrea Victory e uma barcaça de abastecimento dos Emirados Árabes Unidos, o A Michel. O Irã classificou os incidentes de “alarmantes e lamentáveis”.

14 de maio: No Iêmen, os rebeldes houthis, que estavam em guerra com uma coalizão militar liderada pelos Emirados Árabes Unidos, lançaram ataques com drones contra a Arábia Saudita, atingindo um importante oleoduto e retirando-o de serviço. Dois dias depois, Riad, culpou o Irã pelo ataque; os americanos e os sauditas acusaram o Irã de armar os houthis, mas Teerã negou.

19 de maio: Um foguete caiu próximo à embaixada dos EUA em Bagdá. Ninguém foi ferido. Não ficou claro quem era responsável pelo ataque, mas Trump tuitou: “se o Irã quiser lutar, esse será seu fim oficial. Nunca mais ameace os Estados Unidos!”. Mohammed Javad Zarif, ministro das Relações Exteriores do Irã, respondeu que Trump havia sido “instigado a provocações genocidas”.

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12 de junho: Shinzo Abe, premiê japonês, visitou Teerã na tentativa de uma mediação entre os EUA e o Irã. O líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, lhe disse que “não considero Trump uma pessoa digna de se trocar mensagens. Não tenho resposta para ele e não vou responder”.

13 de junho: Shinzo Abe ainda estava no Irã quando dois petroleiros, um japonês e outro norueguês, foram, de acordo com a autoridade marítima norueguesa e o armador japonês, atacados no Golfo de Omã. A Quinta Frota americana afirmou que recebeu dois pedidos de socorro separados dos navios-tanque. O Irã inicialmente falou em acidentes e disse que resgatou 44 tripulantes. Zarif classificou os ataques durante a visita de Abe como suspeitos.

17 de junho: O Pentágono autorizou o envio de mais mil soldados adicionais ao Oriente Médio. O Irã informou que estava a dez dias de ultrapassar os limites estabelecidos pelo acordo nuclear do estoque de urânio pouco enriquecido e afirmou que poderia reverter a ação se os signatários europeus do acordo interviessem para contornar as sanções dos EUA.

20 de junho: O Irã abateu um uma aeronave militar não tripulada americana. Ambos os países confirmaram o incidente, mas deram explicações divergentes sobre a localização da aeronave; os EUA disseram que estavam voando sobre águas internacionais, e o Irã afirmou que o drone voava em seu espaço aéreo.

21 de junho: Trump afirmou que cancelou um ataque ao Irã na noite anterior, no que seria uma retaliação pela derrubada da aeronave não tripulado dos EUA. Trump disse que o cancelamento se deu 10 minutos antes do planejado devido a possíveis vítimas, dizendo que “não era proporcional a abater um drone não tripulado”. Ele disse que o ataque teria matado 150 pessoas e sinalizou que estava aberto a negociações com Teerã.

22 de junho: Abbas Mousavi, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores iraniano, afirmou que o Irã estava pronto a responder a qualquer ameaça dos EUA: “não permitiremos nenhuma violação às nossas fronteiras. O Irã enfrentará firmemente qualquer agressão ou ameaça dos EUA”. No mesmo dia, o Irã ordenou a execução de um funcionário contratado do Ministério da Defesa condenado por espionagem para os EUA e os americanos ameaçaram com novas sanções, acrescentando que a ação militar ainda estava “sobre a mesa”.

25 de junho: Trump impõe sanções a Khamenei, o líder supremo do Irã, dizendo que “as sanções impostas por meio da ordem executiva negarão ao líder supremo, ao escritório do líder supremo e àqueles intimamente afiliados a ele e ao escritório, acesso a recursos e apoio financeiros essenciais”. Em resposta, Zarif, o ministro das Relações Exteriores iranianos, tuitou que os falcões de Trump estavam mais sedentos por guerra do que por diplomacia; Rouhani classificou as sanções de “ultrajantes e idiotas”, acrescentando que a “paciência estratégica” de Teerã não deveria ser confundida com medo.

29 de junho: os EUA enviam caças furtivos F-22 Raptor para a região “para defender forças e interesses americanos”.


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1º de julho: o Irã excedeu o limite do estoque de urânio enriquecido estabelecido no acordo nuclear. A ONU confirmou que seus inspetores haviam verificado que o limite de 300 kg fora ultrapassado. Zarif afirmou que o acúmulo de mais urânio enriquecido do que o permitido pelo acordo não era uma violação do pacto.

4 de julho: Os Royal Marines britânicos, a polícia e os agentes aduaneiros de Gibraltar apreenderam um superpetroleiro sob a acusação de que o mesmo transportava petróleo bruto iraniano para a Síria, o que seria uma violação às sanções da União Europeia.

8 de julho: o Irã ultrapassou o limite de enriquecimento de urânio estabelecido no acordo nuclear pela segunda vez.

12 de julho: a polícia de Gibraltar prendeu o capitão do petroleiro iraniano apreendido pelas forças britânicas na semana anterior.

19 de julho: o Irã comunicou que suas forças apreenderam um petroleiro britânico no Estreito de Ormuz. A IRGC afirmou em seu site oficial que o navio-tanque Stena Impero “foi confiscado pela Guarda Revolucionária a pedido da Organização Marítima e Portuária de Hormozgan ao passar pelo Estreito de Ormuz, por não respeitar as regras marítimas internacionais”.

25 de julho: o Reino Unido anunciou que os navios da Royal Navy escoltariam todos os navios de bandeira britânica através do Estreito de Ormuz. A fragata britânica HMS Montrose foi incumbida de navegar ao lado dos navios para sua proteção.

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1º de agosto: os EUA impuseram sanções a Zarif por agir em nome do aiatolá Ali Khamenei. O Secretário do Tesouro americano Steven Mnuchin afirmou em comunicado que “Javad Zarif implementa a agenda imprudente do líder supremo do Irã e é o principal porta-voz do regime em todo o mundo”. No Twitter, Zarif disse que Washington o via como uma ameaça: “isso não tem efeito sobre mim ou minha família, pois não tenho propriedades ou interesses fora do Irã”.

15 de agosto: A Suprema Corte de Gibraltar decidiu que o Grace 1 estava livre para navegar.

23 de agosto: Em cerimônia de inauguração em Teerã, Rouhani anuncia um sistema de defesa aérea construído localmente na rede de defesa antimísseis do país. O Irã iniciou a produção depois que, em 2010, a compra do sistema S-300 da Rússia foi suspensa devido a sanções internacionais. Rouhani disse que o sistema móvel de superfície-ar era “melhor que o S-300 e próximo ao S-400”.

26 de agosto: Zarif conversou com o presidente da França, Emmanuel Macron, à margem da cúpula do G7, após um convite surpresa para a reunião em Biarritz. Zarif disse que a diplomacia ativa do Irã em busca de um engajamento construtivo continua: “o caminho a seguir é difícil. Mas vale a pena tentar”.

30 de agosto: A ONU comunicou que o Irã continuava excedendo as limitações estabelecidas pelo acordo nuclear, aumentando o estoque de urânio enriquecido e refinando-o para uma pureza maior do que a permitida no acordo, em retaliação à retirada dos EUA e à imposição de sanções que atingiram as vendas iranianas de petróleo.

3 de setembro: os EUA impuseram sanções à agência espacial do Irã e à duas organizações de pesquisa, afirmando que elas estavam sendo usadas no programa de mísseis balísticos de Teerã. As medidas visam a Agência Espacial do Irã, o Centro de Pesquisa Espacial do Irã e o Instituto de Pesquisa Astronáutica. Mike Pompeo disse que “Os Estados Unidos não permitirão que o Irã use seu programa de lançamento espacial como cobertura para avançar em seus programas de mísseis balísticos”.

4 de setembro: os EUA aumentaram a pressão econômica sobre o Irã, colocando na lista negra uma rede de transporte de petróleo que Washington alega ser dirigida pelo IRGC. O Departamento do Tesouro dos EUA acusou o grupo de empresas, navios e indivíduos da rede de violar as sanções ao fornecer à Síria petróleo no valor de centenas de milhões de dólares. Ao mesmo tempo, Trump disse que não aceitaria uma proposta da França de lançar uma tábua de salvação financeira a Teerã.

7 de setembro: o Irã começou a injetar gás em centrífugas avançadas para aumentar seu estoque de urânio enriquecido e alertou que se esgotava o tempo para os outros signatários do acordo nuclear salvarem o pacto histórico.

10 de setembro: Via Twitter, o presidente americano Donald Trump anunciou a demissão de Bolton, seu Conselheiro de Segurança Nacional, afirmando que “discordou fortemente” de muitas de suas posições.

14 de setembro: Os rebeldes houthis do Iêmen assumiram a responsabilidade por ataques de drones a grandes instalações de petróleo saudita da Saudi Aramco. Mike Pompeo culpou o Irã, dizendo que “agora lançou um ataque sem precedentes ao suprimento de energia do mundo”. O Irã rejeitou as alegações dos EUA dizendo que elas pretendiam justificar ações contra o país.

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24 de setembro: Em discurso na Assembleia Geral da ONU, Donald Trump atacou o Irã e instou os demais países a aumentarem as pressões econômicas, afirmando que “uma das maiores ameaças à segurança que os países amantes da paz enfrentam hoje é o regime repressivo no Irã”. Trump disse ainda que “o registro de morte e destruição do regime é bem conhecido por todos nós. O Irã não é apenas o principal patrocinador do terrorismo do mundo, mas os líderes do Irã estão alimentando as trágicas guerras na Síria e no Iêmen, e ao mesmo tempo o regime desperdiça a riqueza e o futuro da nação em uma busca fanática por armas nucleares”.

4 de novembro: os EUA impuseram novas sanções ao círculo interno do líder supremo aiatolá Ali Khamenei. As nove pessoas sancionadas incluem um dos filhos de Khamenei, o chefe de gabinete, o chefe do judiciário e figuras militares de alto escalão. Também foi incluído na lista negra o Estado-Maior das Forças Armadas do Irã.

6 de novembro: O Irã iniciou o processo de injeção de gás urânio em centrífugas nas instalações subterrâneas de Fordow. Behrouz Kamalvandi, porta-voz da Organização de Energia Atômica do Irã, disse na televisão estatal que a agência entregou 2.000 kg de urânio ou UF6 na fábrica de Fordow, sob a supervisão de inspetores da ONU.

7 de novembro: Após uma série de ataques que Washington e seus aliados atribuíram ao Irã, uma Coalizão naval liderada pelos EUA iniciou operações em Bahrein para proteger o transporte no Golfo. O Irã negou a responsabilidade pelos ataques misteriosos e apresentou suas próprias propostas para aumentar a segurança, excluindo potências externas.

8 de novembro: A agência de notícias estatal iraniana IRNA diz que as forças de defesa aérea iranianas abateram um drone “desconhecido”. Mais tarde, o Comando Central dos EUA divulgou um comunicado dizendo que o drone abatido não era seu, e que todos os drones militares foram contabilizados.

15 de novembro: Eclodiram distúrbios no Irã depois que o governo aumentou subitamente os preços dos combustíveis em até 300%. Os distúrbios se espalharam por mais de cem cidades e vilas e se tornaram políticos quando manifestantes jovens e da classe trabalhadora exigiram que os líderes religiosos deixassem o cargo.

22 de novembro: Os EUA impuseram sanções ao ministro das Comunicações do Irã, Mohammad Javad Azari-Jahromi. Steven Mnuchin, secretário do Tesouro dos EUA, afirmou em comunicado que “os líderes do Irã sabem que uma Internet livre e aberta expõe sua ilegitimidade, então eles procuram censurar o acesso à Internet para reprimir os protestos contra o regime”, e acrescentou que “Estamos sancionando o Ministro de Tecnologia da Informação e Comunicações do Irã por restringir o acesso à Internet, incluindo aplicativos populares de mensagens que ajudam dezenas de milhões de iranianos a permanecerem conectados uns aos outros e ao mundo exterior”.

25 de novembro: Em discurso para milhares de manifestantes na capital, o general Hossein Salami acusou os EUA, o Reino Unido, o Iraque e a Arábia Saudita de alimentar distúrbios no país: “mostramos contenção… demonstramos paciência com os movimentos hostis da América, do regime sionista e da Arábia Saudita contra a República Islâmica do Irã… mas os destruiremos se eles cruzarem nossas linhas vermelhas”.

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27 de novembro: A agência de notícias oficial IRNA informou que agentes de segurança iranianos prenderam pelo menos oito pessoas ligadas à CIA durante tumultos devido ao aumento dos preços da gasolina.

4 de dezembro: O Pentágono negou a informação de que estava enviando mais quatorze mil soldados ao Oriente Médio para enfrentar uma ameaça do Irã. Na mesma data, um navio de guerra da Marinha dos EUA apreendeu peças avançadas de mísseis que se acreditava estarem ligadas ao Irã de um barco que havia parado no Mar Arábico.

7 de dezembro: Em um raro ato de cooperação, o Irã e os EUA trocaram prisioneiros. Xiyue Wang, cidadão americano detido no Irã desde 2016 foi trocado por Massoud Soleimani, um cientista iraniano detido nos EUA.

8 de dezembro: o presidente do Irã, Hassan Rouhani, anunciou um “orçamento de resistência” de US$ 39 bilhões para combater as sanções dos EUA. Rouhani disse que o objetivo era reduzir as dificuldades para ajudar o povo iraniano a superar as dificuldades econômicas.

11 de dezembro: o Tesouro dos EUA impôs novas sanções contra a maior companhia aérea do Irã e contra a sua indústria naval, acusando-as de transportar ajuda letal ao Iêmen.

19 de dezembro: os EUA anunciaram a restrição de vistos para autoridades iranianas por seus supostos papéis na repressão de protestos pacíficos e impuseram sanções a dois juízes iranianos. As sanções impostas congelaram os bens que os dois juízes têm nos EUA e impediram os cidadãos americanos de negociar com eles.

27 de dezembro: um ataque de foguetes contra uma base militar iraquiana em Kirkuk matou um empreiteiro dos EUA e feriu vários militares e funcionários iraquianos. Em comunicado confirmando o ataque, a coalizão liderada pelos EUA contra ISIS não especificou o responsável, mas as autoridades americanas mais tarde culparam o Kataib Hezbollah, uma milícia apoiada pelo Irã, pelo ataque.

29 de dezembro: Militares dos EUA realizaram “ataques defensivos” a alvos no Iraque e na Síria pertencentes ao Kataib Hezbollah em retaliação pelo assassinato do empreiteiro americano. Fontes iraquianas informaram que pelo menos 25 combatentes foram mortos e outros 55 ficaram feridos. O Irã condenou os ataques. Um porta-voz do governo iraniano afirmou que “os EUA demonstraram seu apoio ao terrorismo e sua negligência pela independência e soberania dos países e devem aceitar as consequências por seu ato ilegal”.

31 de dezembro: Membros grupos paramilitares pró-iranianos no Iraque invadiram o complexo da embaixada dos EUA em Bagdá, esmagando uma porta principal e incendiando partes de seu perímetro. Trump responsabilizou o Irã por matar o empreiteiro dos EUA e as tensões decorrentes da embaixada, escrevendo no Twitter que “o Irã está orquestrando um ataque à embaixada dos EUA no Iraque. Eles serão totalmente responsabilizados”. Tropas dos EUA e forças de segurança iraquianas dispararam gás lacrimogêneo e granadas de choque contra os manifestantes, membros da PMF e apoiadores que cercavam o complexo da embaixada. A manifestação terminou em 1 de janeiro de 2020.

2020

1º de janeiro: O secretário de Estado Mike Pompeo cancela sua viagem planejada à Ucrânia e a outros quatro países. Ele fala com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, entre outros líderes regionais.

2 de janeiro: O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, disse que havia “algumas indicações” de que o Irã ou grupos que ele apoia “podem estar planejando ataques adicionais” aos interesses dos EUA no Oriente Médio. Ele disse a repórteres que “se isso acontecer, então agiremos. E, a propósito, se tivermos notícias de ataques, tomaremos medidas preventivas também para proteger as forças americanas para proteger vidas americanas”.

3 de janeiro: Em um ataque aéreo antes do amanhecer no aeroporto iraquiano de Bagdá, os EUA atacaram e mataram Qassem Suleimani, chefe da força de elite Quds do Irã, e Abu Mahdi al-Muhandis, vice-comandante das milícias apoiadas pelo Irã, conhecidas como Mobilização Popular Forças, ou PMF. O Irã prometeu retaliação severa.



*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing, é fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX e a Operação Acolhida. É colaborador da revista Tecnologia & Defesa e do Canal Arte da Guerra, onde, entre outras atividades, mantém uma resenha semanal de filmes e documentários militares. Pode ser contatado através do e-mail caballe@gmail.com.


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4 comentários

  1. Cronologia que ajuda a entender a real dimensão dos fatos. Não há “mocinhos” nem “bandidos”, mas interesses nacionais e transnacionais em jogo. Forte abraço!

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