Por Rudnei Dias da Cunha* |
O Harrier foi o primeiro avião de combate V/STOL (Vertical/Short Take- off and Landing) a ser produzido em série e a entrar operacionalmente em combate. De sua adaptação para uso naval pela Fleet Air Arm da Royal Navy, emergiu o Sea Harrier, cuja atuação foi essencial para a vitória britânica na Guerra das Falklands/Malvinas em 1982.
O Sea Harrier
- Aeronave V/STOL embarcada.
- Designada de FRS.1 (Fighter, Reconnaissance, Strike, Mk.1).
- Desenvolvida a partir do Harrier GR.3 baseado em terra.
- Equipada com turbina R-R Pegasus Mk.104 de 21.500lb de empuxo, com quatro tubeiras vetoradas, posicionadas nas laterais da aeronave (duas de cada lado).
- A turbina teve suas partes feitas em magnésio substituídas por outras, em alumínio, devida à corrosão no ambiente marinho.
- A turbina foi equipada, ainda, com um sistema melhorado de injeção de água, para auxiliar em decolagens/recuperações com maior peso.
- O cockpit foi elevado 11 pol e as paredes laterais afinadas, a fim de se poder instalar os novos displays e equipamentos.
- Equipado com radar ar-ar/ar-terra Ferranti Blue Fox (desenvolvido a partir do Sea Spray instalado em helicópteros navais Lynx ASuW).
- Sistema de navegação inercial NAVHARS, integrado ao HUD (Smiths Industries), informando posição, rumo, ponto de lançamento de bombas.
Radar Ferranti Blue Fox:
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- Pode ser equipado com uma variedade de cargas, mas para uma PAC era equipado normalmente com:
- dois tanques de 455l;
- dois canhões Aden de 30mm;
- dois mísseis AIM-9G/L Sidewinder.
- Primeiro voo efetuado em 20/08/1978.
- Primeira entrega: XZ451, 01/06/1979.
- Em 26/05/1979 foi criada a “Intensive Flight Trials Unit” (IFTU), para a implantação da aeronave.
- Em 19/09/1979 a IFTU foi redesignada como No.700A NAS:
No 700 NAS: Esquadrão encarregado de introduzir em serviço novas aeronaves, tem uma letra adicionada ao numero, de acordo com a função no período (atualmente, o No 700W NAS está implantando o helicóptero Westland Lynx Wildcat).
- Tem uma limitação no combate aéreo: o Sea Harrier está limitado a menos de 4G.
- À baixa velocidade, no entanto – perto de 120nós, com um AoA de 50° e com as tubeiras para trás – ainda mantém controle lateral.
- Em combate simulado contra os F-5E do 527th TFS (Aggressor) sediado em Alconbury, Inglaterra, em 1980, os resultados nas primeiras três missões 1- v-1 foram:
- Sea Harrier 9:3 F-5E.
- Com um elemento de F-5E no poleiro, a 2.000 pés acima, 700m para um dos lados e 1.800m atrás, assim que os Sea Harrier eram engajados, eles giravam em direção aos F-5E .
- Nessa altura, os pilotos dos F-5E tentavam adquirir os Sea Harrier com os AIM-9 mas, para diminuir o sinal de calor, as tubeiras dos Sea Harrier eram colocadas 30° para baixo (VIFF – Vectoring In Forward Flight).
- Com isso, o Sea Harrier tem um “pitch” instantâneo de +20° e coloca a asa entre a fonte de calor e a cabeça do AIM-9L.
- Ao mesmo tempo, os F-5E aproximam-se rapidamente mas os Sea Harrier fazem uma parada instantânea (tubeiras a 90°) seguida de um tunô barril a 4G, o que os coloca atrás dos F- 5E.
- Em um dos combates simulados 2-v-2 um dos pilotos de Sea Harrier era o LCDR Nigel David “Sharkey” Ward, CMT da IFTU: ele foi “abatido” por um dos F-5E a baixa altura e baixa velocidade, pois durante uma “tesoura horizontal”, ele deixou o nariz do seu Sea Harrier cair abaixo do horizonte e, com isso, o F-5E venceu.
- O escore final desse exercício, por piloto de Sea Harrier, foi:
- Ward 12:1;
- Mortimer 9:3;
- David 6:6;
- para um total de 27:10 em favor do Sea Harrier.
- À mesma época, em exercício 2-v-2 contra os F-15 de Bitburg (Alemanha), o escore foi 7:1 a favor dos Sea Harrier.
Os porta-aviões e o Sea Harrier
- A Royal Navy só demonstrou interesse por uma versão naval do Harrier quando perdeu seus porta-aviões convencionais (HMS Ark Royal, Eagle e Albion) no final da década de 70.
- Nos novos “Cruzadores ASW” ou “Through-Deck Cruisers” (TDC), só uma aeronave V/STOL poderia operar.
- Uma característica dos TDC é a “ski-jump”, uma rampa inclinada (a 7°ou 12°), com a qual é possível lançar um Sea Harrier com mais carga, de forma mais segura:
- Os TDC da classe Invincible eram:
- HMS INVINCIBLE (“ski-jump” a 7o).
- HMS ILLUSTRIOUS (“ski-jump” a 7o).
- HMS ARK ROYAL (“ski-jump” a 12o).
- Apenas o Invincible participou da guerra das Falklands.
- O Illustrious permanecia em serviço (2012) como porta-helicópteros.
- O outro porta-aviões utilizado foi o HMS Hermes (Classe Centaur), modificado para a operação dos Sea Harrier com a adição de uma “ski-jump” a 12°.
- Vendido em 1987 à Índia, em serviço como INS Viraat.
Esquadrões de Sea Harrier da Fleet Air Arm
- Como o T.4N não dispunha de radar, o treinamento para operação do Blue Fox era feito nos Hunter T.8M, modificados adequadamente com um nariz de Sea Harrier!
A preparação para o conflito
- Segundo o LCDR Nigel David “Sharkey” Ward, CMT do 801 NAS durante o conflito e, também, responsável pela introdução em serviço do Sea Harrier, como CMT da IFTU (700A NAS), três medidas iniciais foram tomadas, duas semanas antes de ser criada a Força-Tarefa:
- pintura dos Sea Harrier em cinza escuro;
- entrega com a maior rapidez possível dos AIM-9L (utilizavam até então o AIM-9G);
- manutenção: as 6 ANV do esquadrão estavam 100% disponíveis.
- Com o estabelecimento da Força-Tarefa, os pilotos e aeronaves do 899 NAS foram divididos entre os 800 e 801 NAS:
- 800 NAS a bordo do HMS Hermes recebeu mais 6 Sea Harrier, totalizando 12 anv no efetivo;
- 801 NAS a bordo do HMS Invincible recebeu mais 2 Sea Harrier, totalizando 8 anv no efetivo.
- Os Sea Harrier ainda não tinham sido liberados para o lançamento de bombas e foguetes.
- Aproximadamente 60% do efetivo do 801 NAS não era qualificado para voo noturno em porta-aviões (no 800 NAS a taxa era quase de 90%!).
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Harrier 809: Britain’s Legendary Jump Jet and the Untold Story of the Falklands War
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- Durante o deslocamento até as Falklands, o LCDR Ward estipulou um programa de treinamento e qualificação para lançamento de bombas e foguetes, bem como voo noturno.
- Todas os pilotos do 801 NAS estavam qualificados em duas semanas.
- Inteligência a respeito da capacidade aérea da Fuerza Aérea Argentina e da Armada Argentina resumia-se a um volume do “Jane’s” a bordo do HMS Invincible!
- Um piloto do 801 NAS, LT Alan Curtis, era ex-piloto de A-4K com a RNZAF e foi responsável pela inteligência a respeito de como engajar os A-4 argentinos.
- A aeronave que representava mais perigo para a frota britânica eram os Dassault-Bréguet Super Étendard, equipados com os mísseis ar-superfície Aérospatiale AM-39 Exocet.
- Segundo a Jane’s, cinco Super Étendard haviam sido entregues até a invasão das Falklands, possivelmente com numero igual de Exocet.
- Apesar dos Super Étendard terem capacidade REVO, os AWI (Air Weapons Instructor) do 801 NAS julgaram que os argentinos não arriscariam seus dois tanques KC-130 – no máximo, os levariam até a costa da ilha West Falkland.
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Sea Harrier over the Falklands: The Black Death
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- Assim, calcularam que, mantendo a frota a uma distância de 425nm da costa argentina, estariam provavelmente livres, porém:
- era necessário o estabelecimento de PAC a baixa altura, para poder interceptar os Super Étendard !
- Previa-se que os ataques argentinos seriam mistos, com um grande número de Mirage/Dagger voando alto, protegendo os Super Étendard/Skyhawk, os quais provavelmente atacariam rente à superfície e em um eixo diferente da escolta.
- A tática para interceptar tais ataques era baseada em se deslocar um elemento de Sea Harrier:
- o Líder atacaria de frente a formação inimiga, tentando pelo menos uma vitória;
- o Ala faria um “gancho” e procuraria lançar seus mísseis por de trás da formação inimiga;
- Líder e Ala passariam pela formação inimiga sem procurar um “dogfight”, entrando em formatura assim que possível.
- Também julgou-se que o perigo de um ataque a partir do ARA 25 de Mayo era reduzido, pois seria apenas de A-4 Skyhawk.
- Quanto a ataques noturnos, os argentinos dispunham apenas dos Neptune para localizar os alvos para os Super Étendard.
- Os Neptune deveriam ser facilmente localizados pelos radares dos navios britânicos.
- Uma curiosidade:
- enquanto os pilotos do 801 NAS constantemente conseguiam detectar alvos aéreos a 21-23 milhas com os radares Blue Fox,
- os pilotos do 800 NAS não conseguiam detectar a mais de 11 milhas!
- Qual a razão para tal diferença?
- A manutenção dos radares no 801 NAS era de 1a linha!
- Resultado:
- o 801 NAS ficou a cargo da maioria das missões DA;
- enquanto o 800 NAS desempenhou a maior parte das missões de ataque a superfície;
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RAF Harrier Ground Attack: Falklands
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- Durante o deslocamento, nos dias 21a 24 de abril, um Boeing 707 da Fuerza Aérea Argentina foi localizado pelos radares britânicos e um Sea Harrier foi acionado para interceptá-lo;
- No dia 23, o LCDR Ward iluminou o Boeing 707 com o seu Blue Fox, a aproximadamente 150nm de distância da força-tarefa;
- O Boeing 707 era provavelmente equipado com RWR pois assim que o Blue Fox foi acionado, os argentinos abortaram a missão;
- No dia 25, os pilotos britânicos foram autorizados a destruir o 707;
- Nesse mesmo dia, cessaram os voos dos 707!
Em Guerra!
- No dia 30, à noite, iniciaram-se os ataques britânicos:
- fragatas bombardeariam o aeroporto em Port Stanley, à noite, em preparação para o ataque de um Avro Vulcan, armado com 21 bombas de 1000lb, vindo da ilha de Ascensão;
- os Sea Harrier manteriam PAC para proteger o Vulcan em caso de necessidade;
- Os ataques com os Vulcan, apesar de terem sido os mais longos da história, até aquela época, só tiveram valor como propaganda, pois nem uma bomba caiu sobre a pista.
- Foi também um desperdício de combustível: 137.000 galões permitiriam 260 surtidas de Sea Harrier armados com cinco bombas de 1000lb, ou seja, 1.300 bombas!
- Alguma dessas tinha de acertar!
- Além disso, a necessidade de REVO com pelo menos 15 Handley-Page Victor, reduziu a vida útil dessas aeronaves.
- Na madrugada do dia 1º, oito Sea Harrier do 800 NAS bombardearam o aeroporto em Port Stanley, destruindo um BN Islander.
- Outros quatro Sea Harrier do mesmo esquadrão bombardearam a pista de pouso em Goose Green no mesmo período, destruindo um Pucará.
- Nos primeiros contatos com os Mirage, não houve engajamento, pois os radares argentinos, em terra, alertavam sobre o deslocamento das PAC de Sea Harrier.
- A tática argentina consistia em interceptar com vantagem em altitude, a alta velocidade.
- Se os Sea Harrier encontravam-se frente-a-frente, então os pilotos argentinos ejetavam seus tanques/bombas e retornavam à base.
- No dia 1 de maio, dois Sea Harrier, controlados pelo radar do HMS Glamorgan, interceptaram três Beech T-34 , sem derrubar nenhum, apesar de acertarem tiros de 30mm em um deles.
- No dia 2 de maio, ocorreram as duas primeiras vitórias do Sea Harrier, usando a manobra “gancho”.
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Sea Harrier Over The Falklands
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- Com as condições atmosféricas do dia – camada de nuvens baixa – os Mirage, voando alto, poderiam facilmente detectar os Sea Harrier acima das nuvens.
- Em contrapartida, seria difícil ver os Mirage contra o azul do céu.
- Novamente o HMS Glamorgan detectou dois Mirage, a 25 milhas, mergulhando em direção à PAC de Sea Harrier.
- Os pilotos britânicos eram os LT Steve Thomas RN e FLTLT Paul Barton RAF, do 801 NAS.
- Contato foi feito pelo LT Thomas:
- “I’ve got them, Paul. 10° high at 17 miles. 10° right. JUDY!”
- O LT Thomas comandou o “gancho”, atacando de frente os Mirage, enquanto o FLTLT Barton curvou à esquerda, para se separar lateralmente dos Mirage e enganchá-los.
- Logo, o FLTLT Barton detectou-os no seu Blue Fox:
- “I have contact! Right 30. 11 miles.”
- Os Sea Harrier e os Mirage aproximavam-se a uma velocidade de mais de 1 milha a cada 3 segundos.
- A 4 milhas, o LT Thomas fez contato visual:
- “4 miles. Visual. Attempting Sidewinder lock.”
- Quando ele estava quase ultrapassando o elemento de Mirage, os argentinos ejetaram seus tanques.
- Nesse meio tempo, o FLTLT Barton tinha feito contato visual, girando em direção aos Mirage pela direita deles.
- Os Mirage estavam praticamente um à frente do outro e, assim, não podiam se proteger mutuamente.
- O Mirage mais atrás, sem ver o FLTLT Barton, iniciou uma curva ascendente à direita, em direção ao LT Thomas.
- Logo um dos Sidewinder no Sea Harrier do FLTLT Barton adquiriu aquele Mirage:
- “Fox Two away!” … “Splash one Mirage!”
- O líder argentino iniciou uma espiral descendente em direção às nuvens, o que foi seu erro
- O LT Thomas girou sobre o dorso, mergulhou quase na vertical e, assim que o Sidewinder adquiriu o Mirage:
- “Fox Two away!”
- O AIM-9L atingiu o Mirage assim que ele entrou na camada de nuvens, o que impediu a confirmação imediata da destruição do alvo.
- Depois, soube-se que o AIM-9L detonou próximo ao Mirage e que o piloto, ao tentar aterrissar em Port Stanley, foi abatido pelas próprias tropas argentinas.
- Dez minutos após esse combate, um Dagger foi derrubado por um AIM-9L, disparado de um Sea Harrier pilotado pelo LT Penfold do 800 NAS, enquanto, juntamente com outros dois Dagger, atacava os HMS Glamorgan e HMS Arrow ao largo de Port Stanley.
- Quase ao anoitecer, o radar do HMS Invincible detectou um alvo a 120 milhas, 320°.
- A PAC de Sea Harrier, com os LT Curtis e LTCDR Broadwater, interceptou o eixo 320 a 40 milhas do HMS Invincible.
- A PAC nivelou a 3000 pés e a camada de nuvens estava a 2000 pés; logo o LT Curtis fez contato:
- “Two contacts bearing 315 at 24 miles. They are in the deck and appear to be in battle formation. Taking it round the back!”
- Girando para a direita, o LTCDR Broadwater também fez contato e avisou seu líder:
- “There are three of them, Alan”.
- “ I’ll take the lead aircraft”.
- Pelo radar, o LT Curtis detectou que as aeronaves argentinas estavam a 200 ou 300 pés de altitude
- Iniciando a última curva antes de se posicionar atrás delas, foi feito contato visual:
- “Tally ho!”
- Eram três Canberra. Disparando um AIM-9L, esse atingiu o Canberra líder na raiz da asa mas não houve explosão.
- Assim que o LT Curtis disparou o seu segundo “Lima”, o Canberra explodiu:
- “Splash one Canberra!”
- Nesse meio tempo, o LTCDR Broadwater disparou um Sidewinder que não seguiu o alvo. O segundo “Lima”, aparentemente, explodiu próximo ao alvo, mas sem confirmação
- No noite de 3-4 de maio, houve outro ataque de um Vulcan ao aeroporto em Port Stanley – precedido por bombardeio naval.
- Todas as 21 bombas, lançadas acima de 12000 pés, caíram à esquerda da pista.
- Não importa muito onde caíram, pois as espoletas não haviam sido armadas a bordo do Vulcan!
- Na madrugada do dia 4, o 800 NAS bombardeou novamente o aeroporto em Port Stanley e a pista em Goose Green – nesse último ataque, o LT Nicholas Taylor foi abatido quando uma granada de 30mm acertou o Sea Harrier na altura da cabine.
- No mesmo dia, o HMS Sheffield foi atingido por um ASM Exocet lançado por um Super Étendard que pôde se aproximar devido à remoção de uma PAC de Sea Harrier para efetuar uma busca visual de navios a 120 milhas de distância, quando poderia ter se usado o radar Blue Fox afastando-se apenas 20 milhas!
- No dia 6 de maio, o 801 NAS perdeu dois pilotos de Sea Harrier, os quais aparentemente chocaram-se dentro de uma camada de nuvens.
- O 801 NAS estava, agora, reduzido a seis Sea Harrier e nove pilotos.
- No dia 9 de maio, o 801 NAS inventou duas novas formas de lançar “chaff”:
- um maço de “chaff” colocado no freio aerodinâmico
- um maço de “chaff” colocado entre uma bomba e o pilone
- Por que essa improvisação?
- Só o HMS Hermes e seu esquadrão, 800 NAS, receberam os lançadores de “chaff” ALE-40 – e não repassaram nenhum ao HMS Invincible, até o penúltimo dia da guerra – e , mesmo assim, apenas dois foram enviados e um estava amassado, inutilizável!
- No dia 21 de maio, em uma PAC em apoio ao desembarque britânico em San Carlos, uma seção de três Sea Harrier do 801 NAS – LTCDR Ward, LT Thomas e LT Craig (recém-chegado com os reforços a bordo do navio-container Atlantic Conveyor) engajou dois Pucará.
- Os dois Pucará foram abatidos a tiros de 30mm, e o combate desenrolou-se a uma altitude mínima entre 10 e 60 pés, ao final.
- No mesmo dia, um elemento de Sea Harrier do 801 NAS – LTCDR Ward e LT Thomas – engajaram três Dagger sobre San Carlos, abatendo-os com três Sidewinder.
- Minutos após esse combate, a seção Vermelha do 800 NAS, em PAC sobre San Carlos, abateu dois A-4Q Skyhawk do Comando Aéreo Naval Argentino; um terceiro Skyhawk lançou suas bombas sobre a fragata HMS Ardent.
- Após saber que o imprensa argentina havia batizado os Sea Harrier de “La Muerte Negra”, os pilotos do 801 NAS usavam a frequência-rádio de emergência argentina para avisar:
- “La Muerte Negra ees-a-coming!”
- No dia 1º de junho, o LTCDR Ward abateu um C-130 Hercules, a última vitória aérea dos Sea Harrier na guerra.
Estatísticas
- 28 Sea Harrier utilizados;
- 376 missões (2.088 pousos em conveses) totalizando 2.675h25min, entre 2/4 e 16/5;
- 100 missões PAC;
- 26 Sidewinder lançados;
- 24 aeronaves derrubadas (incluindo 3 helicópteros);
- 3 Pucará destruídos no solo;
- 3 navios inutilizados por bombardeamento.
As 8 regras de “Sharkey” Ward para o sucesso no combate aéreo
- O piloto de caça deve conhecer profundamente a sua aeronave e sistema de armas;
- O piloto de caça deve conhecer as limitações da sua aeronave e sistema de armas;
- O piloto de caça deve sempre adotar as táticas que melhor se adequam à sua aeronave;
- O piloto de caça deve conhecer as capacidades da aeronave inimiga (e, se possível, dos pilotos inimigos);
- O piloto de caça deve ser sempre agressivo, sem descuidar das regras 1 a 4;
- O piloto de caça deve antecipar-se às manobras do inimigo;
- O piloto de caça deve ver o inimigo antes de ser avistado por ele;
- O inimigo nunca está sozinho – “always check your six!”.
*Rudnei Dias da Cunha é Doutor em Ciência da Computação pela University of Kent at Canterbury e Bacharel em Ciência da Computação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É Professor Titular do Departamento de Matemática Pura e Aplicada do Instituto de Matemática e Estatística da UFRGS. Ocupou diversos cargos de direção e coordenação do Instituto de Matemática e do Programa de Pós-graduação em Matemática Aplicada da UFRGS. Foi condecorado com a Ordem do Mérito Aeronáutico (grau Oficial) e com a Medalha Mérito Santos-Dumont. É Membro Honorário da Força Aérea Brasileira, da Royal Aeronautical Society, da Society for Industrial and Applied Mathematics e da Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional. Com Leandro Casella, é coautor dos livros Curtiss P-40 no Brasil, Grumman S-2 no Brasil e Northrop F-5 no Brasil.
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A cada artigo, o leitor vive cada movimento, cada batalha desta guerra! O melhor conselho é “always check your six!”, ou seja, sempre atento à retaguarda (6 o’clock)!
Regra de ouro! Grato por comentar, forte abraço!
A algum tempo atrás li que o principal erro dos argentinos foi na aproximação, onde poderia ser usado a maior potência e velocidade como vantagem, não sei se procede ?
A maior potência e velocidade dos argentinos estava nos Dagger e Mirage; no entanto, eles não podiam explorar o afterburner pela questão do combustível.