Por Albert Caballé Marimón |
Em 1947, sob a presidência do brasileiro Osvaldo Aranha, chefe da delegação brasileira da recém criada ONU (Organização das Nações Unidas), foi realizada a Segunda Assembleia Geral da ONU. Nessa assembleia foi votado um plano para partição da Palestina, que acabou culminando na criação do Estado de Israel, cuja fundação foi anunciada em 14 de Maio de 1948 por David Ben-Gurion.
A Força Aérea de Israel (IAF, Israeli Air Force) foi criada durante a Guerra Árabe-Israelense de 1948, como sucessora do Sherut Avir, o braço aéreo da Haganah, uma organização paramilitar judaica que, por sua vez, tornou-se a base para a criação das atuais Forças de Defesa de Israel (IDF, Israeli Defense Forces).
A IAF é hoje considerada por muitos analistas como uma das forças aéreas mais eficazes do mundo. O treinamento de seu pessoal segue padrões muito altos e ela possui uma grande frota de aeronaves bastante eficazes, muitas delas projetadas para atender a seus requisitos específicos. Sua organização, estrutura de comando e a estrutura de suporte também são considerados extremamente bons. Devido à ameaça contínua de hostilidades na região, a IAF se mantém em constante estado de alerta.
Com um contingente de 34.000 militares na ativa (55.000 na reserva), estima-se que opere um total de aproximadamente seiscentas aeronaves.
Histórico
O início: Primeira Guerra Árabe-Israelense
Em seu início, a IAF foi composta por voluntários oriundos de várias partes do mundo, e consistia numa variedade de aeronaves civis convertidas para uso militar e aeronaves de combate obsoletas excedentes da Segunda Guerra Mundial. A espinha dorsal da IAF eram 25 aeronaves Avia S-199 (essencialmente Messerschmitt BF-109G fabricados na Tchecoslováquia) e 60 Supermarine Spitfire LF Mk IXE, o primeiro dos quais, chamado de “Israel 1”, foi montado com peças abandonadas pelos britânicos e o motor recuperado de um Spitfire egípcio.
A IAF realizou sua primeira surtida em 29 de maio de 1948, durante a Guerra Árabe-Israelense, logo após a fundação de Israel. Nessa surtida, na qual foram empregadas quatro Avia S-199, a IAF ajudou a deter o avanço egípcio próximo da cidade de Ashdod. Nesse conflito, a recém-nascida IAF atuou na interceptação de aeronaves inimigas e no apoio aéreo às forças terrestres, entre outras missões.
Com o final da guerra, a maioria dos voluntários estrangeiros deram baixa e a IAF passou a ser composta apenas por pilotos israelenses. A nova força aérea começou a conceber doutrinas de combate e a estabelecer bases aéreas e esquadrões profissionais para integrar novas aeronaves.
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Anos 50: Era do Jato e Segunda Guerra Árabe-Israelense
Na década de 50 a IAF foi reorganizada, desenvolvendo novos sistemas de controle e aumentando o número de missões de reconhecimento aéreo. Em 1953, a IAF entrou na “Era do Jato” ao receber as primeiras unidades da aeronave britânica Gloster Meteor.
Em 1956, a IAF desempenhou vários papéis na Segunda Guerra Árabe-Israelense (a Segunda Campanha do Sinai). Além dos Meteor, já operava também o Dassault Mystère e o Ouragan. O excelente treinamento dos pilotos israelenses deu à IAF uma vantagem significativa sobre os egípcios.
A IAF iniciou as operações com duas missões ousadas: na primeira, quatro aeronaves Mustang ainda da Segunda Guerra Mundial atacaram o sistema de comunicações egípcias no Sinai, interrompendo-as. Na segunda, dezesseis aeronaves C-47 Dakota transportaram paraquedistas com destino ao Sinai. O copiloto do C-47 líder, da formação foi Yael Rom, uma das primeiras mulheres da IAF. Lentos, os Dakota seriam presas fáceis para os MiG-15 egípcios, e por isso foram escoltados por esquadrões de Meteor e Ouragan, enquanto os Mystére impediam os caças inimigos de decolarem de sua base próxima ao Sinai.
A IAF também foi responsável por inutilizar um destroier egípcio, que graças a isso acabou sendo capturado e incorporado à Marinha de Israel. Em 10 de outubro de 1956, um Dakota da IAF identificou o destroier Ibrahim al Awal, que se escondia entre navios neutros após atacar a Baía de Haifa. Descoberto, fugiu em direção a Beirute, mas dois Ouragan da IAF o atacaram com foguetes e metralhadoras, deixando-o sem condições de combate. O navio foi abordado pela marinha israelense e rebocado de volta para Haifa, foi reparado incorporado como o INS Haifa.
A IAF realizou também diversas missões de evacuação médica (MEDEVAC, Medical Evacuation) e atuou no apoio aéreo à tropas terrestres.
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ANOS 60, a Operação Moked e a Guerra de Atrito
Nos anos 60, a IAF continuou a integrar aeronaves melhores e mais sofisticadas e, no início dos anos 70, começou a operar UAV (Unmanned Aerial Vehichles). Suas doutrinas de combate foram testadas numa longa série de batalhas contra o Egito, a Síria e a Jordânia.
A Operação Moked foi o ataque aéreo inicial de Israel no início da Guerra dos Seis Dias em 1967. Em 5 de junho de 1967, a IAF lançou um grande ataque que destruiu a maioria da Força Aérea Egípcia no solo. Sírios, jordanianos e iraquianos atacaram em retaliação, e a IAF passou a bombardear bases aéreas nesses países. Ao meio-dia, as forças aéreas egípcia, jordaniana e síria, com cerca de 450 aeronaves, foram destruídas. A operação desativou 18 aeródromos no Egito. Moked é uma das operações aéreas mais bem sucedidas da história militar.
Os egípcios acreditavam que, o exército israelense não resistiria a uma longa guerra de atrito, que a economia de Israel não suportaria e que as muitas baixas acabariam por minar o moral israelense. Assim, em julho de 1967, iniciaram uma série de ataques esporádicos, de maneira a não provocar uma guerra total. Isso ficou conhecido como Guerra de Atrito (ou Guerra de Desgaste). A IAF atuou em todas as frentes, incluindo combate aéreo, bombardeios e operações conjuntas com as forças terrestres no Egito e na Jordânia.
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Anos 70: A Guerra do Yom Kippur e a Operação Thunderball
Talvez o desafio mais importante da IAF tenha sido a Guerra do Yom Kippur, iniciada em 1973. Após a Guerra de Atrito, a IAF desenvolveu novas táticas e armas, além de aumentar voos de reconhecimento. Novas armas, como o AGM-45 Shrike e o AGM-12 Bullpup, foram integradas, e a IAF estava confiante de que poderia lidar com as ameaças das defesas aéreas inimigas e de sua capacidade de fornecer apoio aéreo às forças terrestres israelenses. Na véspera da Guerra do Yom Kippur, Israel tinha 390 aviões de combate, dos quais 100 eram F-4 Phantom, 165 A-4 Skyhawk, 65 Dassault Mirage III e IAI Nesher e 20 IAI Sa’ars (o Dassault Super Mystère atualizado).
A maior ameaça à IAF foi a matriz de mísseis terra-ar de origem soviética, que interceptaram inúmeros caças israelenses. A IAF atuou para deter os avanços egípcios e sírios engajando-se em combates aéreos, atacando forças terrestres, bombardeando aeroportos inimigos e atacando objetivos estratégicos.
Assista ao Vídeo 673 do CANAL ARTE DA GUERRA – ISRAEL: COMO DEFINIR A FORÇA AÉREA USANDO UMA SÓ PALAVRA-VÍDEO 673
Uma das primeiras batalhas na frente aérea foi a Batalha Aérea de Ofra, que envolveu dois Phantom israelenses contra 28 MiG-17 e MiG-21 egípcios, e que resultou com sete aviões egípcios derrubados e a retirada dos demais. Os helicópteros da IAF também se revelaram extremamente úteis nos esforços de logística e evacuação médica.
Naquela guerra a IAF perdeu 102 aviões (32 F-4 Phantom, 53 A-4 Skyhawk, 11 Dassault Mirage e 6 IAI Sa’ars). De acordo com a IAF, a Força Aérea Egípcia perdeu 235 aeronaves e a Força Aérea Síria 135. Estes números foram contestados por estes países, mas não foram divulgados dados oficiais.
Em julho de 1976, no resgate de Entebbe (Operação Thunderbolt, mais tarde renomeada Yonatan em homenagem ao irmão do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o único militar israelense morto na ação), aeronaves C-130 Hercules da IAF transportaram as forças e equipamentos para o Uganda, e depois voltaram para Israel com os reféns de um avião sequestrado em Atenas e levado para o Uganda.
Em 1978, as aeronaves da IAF forneceram apoio aéreo na operação Litani, a primeira ofensiva israelense na Guerra Civil Libanesa.
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Anos 80: a primeira Guerra do Líbano
Em 7 de junho de 1981, a IAF executou a Operação Opera, também conhecida como Operação Babilônia, um ataque aéreo que destruiu um reator nuclear iraquiano em construção em Osirak, a 17 km de Bagdá. A Operação Opera estabeleceu de facto a Begin Doctrine, a política de ataques preventivos do governo israelense contra a proliferação da capacidade de seus inimigos em potencial de possuírem armas de destruição em massa, em especial nucleares.
Um ano depois, no início da Guerra do Líbano, a IAF lançou a Operação Mole Cricket 19, uma campanha de supressão de defesas aéreas inimigas contra alvos sírios. A operação foi a primeira vez em que uma força aérea equipada pelo ocidente destruiu uma rede de mísseis terra-ar construída pelos soviéticos. Esta operação se tornou uma das maiores batalhas aéreas desde a Segunda Guerra Mundial e a maior desde a Guerra da Coréia, resultando numa vitória israelense decisiva, abatendo cerca de 100 aviões sírios.
Na década de 1980, a IAF atuou no repatriamento em massa de judeus etíopes para Israel. Em outubro de 1985, a IAF atacou o centro de comando da OLP (Organização de Libertação da Palestina) na Tunísia como parte da operação Wooden Leg.
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Anos 90: A Guerra do Golfo e operações na fronteira norte
A Guerra do Golfo estourou em janeiro de 1991, e a IAF patrulhou os céus israelenses e implantou o sistema Patriot para proteger Israel dos mísseis Scud.
De 24 a 25 de maio de 1991, a Operação Salomão foi a maior operação secreta de transporte aéreo na história de Israel. Voos sem escalas de 35 aviões israelenses, incluindo C-130 Hercules da IAF e Boeing 747 da El Al, transportaram mais de 14 mil judeus etíopes para Israel.
Na fronteira norte do país, a IAF continuou a luta contra o Hezbollah, com duas operações principais. A Operação Accountability em julho de 1993, teve três objetivos: atacar diretamente o Hezbollah, tornar difícil usar o sul do Líbano como base para atacar Israel e deslocar refugiados para pressionar o governo libanês a intervir contra o Hezbollah.
Em abril de 1996, na Operação As Vinhas da Ira, a IAF realizou mais de 1.100 bombardeios e ataques aéreos na tentativa de acabar com os ataques do Hezbollah ao norte de Israel. A ofensiva resultou em 175 mortos e 351 feridos, a maioria civis, e mais de 300.000 refugiados.
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Anos 2000: Segunda Intifada, Líbano e a Operação Cast Lead
No final dos anos 1990 a IAF adquiriu o F-15I Ra’am e o F-16I Sufa, produzidos especificamente de acordo com os requisitos da IAF. O primeiro Sufa foi entregue em abril de 2004. Nesse mesmo ano a IAF integrou o míssil ar-ar Rafael Python 5 e uma versão especial do Apache Longbow, designada AH-64DI ou Saraph. Em 2005, chegaram os jatos da Gulfstream V Nachshon modificados, equipados com avançados sistemas de inteligência fabricados em Israel. Em dezembro de 2016 a IAF recebeu os primeiros F-35.
Nos anos 2000 a IAF operou ativamente durante a Segunda Intifada (a Intifada de al-Aqsa), incluindo os assassinatos de líderes militantes palestinos. Embora essa política tenha sido criticada devido aos danos colaterais, Israel alega que ela é vital na luta contra o terrorismo e que os pilotos da IAF fazem o possível para evitar vítimas civis, inclusive abortando ataques.
A IAF foi fundamental na Guerra do Líbano em 2006, realizando mais de 12.000 missões de combate. Seu principal objetivo era impedir o lançamento de foguetes pela milícia do Hezbollah contra as cidades israelenses. A IAF destruiu plataformas de lançamento, infraestruturas do Hezbollah, forneceu apoio aéreo às forças terrestres, evacuou vítimas, reuniu informações e transportou forças para o território do Líbano.
Em dezembro de 2008, a IAF participou da Operação Cast Lead, a mais intensa operação militar desde a Guerra dos Seis Dias, com o objetivo de interromper os ataques de foguetes do Hamas contra o território israelense. A IAF bombardeou bases, escritórios e campos de treinamento do Hamas nas principais cidades da Faixa de Gaza. Houveram ataques também à infraestrutura civil, o que foi bastante criticado, mas Israel afirma que estes locais são a origem de muitos dos foguetes disparados contra Israel ou abrigam locais para esconder munição, e portanto não seriam alvos civis. Durante toda a operação, a IAF forneceu apoio aéreo contínuo às forças terrestres, reuniu informações e extraiu vítimas.
A IAF também atua intensamente na guerra civil da Síria, realizando ou apoiando ataques contra o Hezbollah e alvos iranianos em território sírio. Em dezembro de 2017, a IAF confirmou que fez quase 100 ataques a comboios de armas do Hezbollah num período de seis anos do conflito na Síria.
Em 10 de fevereiro de 2018, um F-16I foi abatido pelas defesas aéreas sírias depois de realizar um ataque aéreo contra posições apoiadas pelo Irã dentro do território sírio. A aeronave era parte de um pacote aéreo israelense enviado em resposta à detecção de um drone iraniano espionando Israel. Duas horas após a queda do jato, Israel atacou alvos na Síria, incluindo instalações de defesa aérea e alvos iranianos perto de Damasco.
Em setembro de 2018, chamou a atenção um incidente em que uma aeronave de reconhecimento russa foi abatida acidentalmente pelas forças sírias depois que jatos F-16I da IAF atacaram alvos na província de Latakia. Na sequencia deste incidente, a Rússia enviou baterias de mísseis antiaéreos S-300 à Síria.
Mais recentemente, em 2 de junho, Israel atacou vários alvos depois que dois foguetes foram lançados nas colinas de Golan, no lado sírio da fronteira. Israel disse que sua força aérea atingiu uma série de alvos, incluindo duas baterias de artilharia, postos de observação perto da fronteira e uma bateria de defesa aérea.
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Israel Air Defense Command
Israel recebeu sua primeira bateria antiaérea (AAA) em 1948. As primeiras armas eram canhões de 20 mm fabricados na Suíça. Na primeira escola de defesa aérea, em Herzlia, a maioria dos instrutores eram israelenses que serviram com os britânicos na 2ª Guerra Mundial. A primeira vitória da artilharia antiaérea israelense foi contra um Spitfire egípcio que atacava o aeródromo Sde Dov, ao norte de Tel Aviv.
Em janeiro de 1950, as Forças de Defesa Aérea foram formalmente organizadas, inicialmente independentes da IAF e subordinadas diretamente à IDF. A Força de Defesa Aérea cresceu durante os anos 1950, incorporando armas dirigidas por radar, estabelecendo unidades de reserva e instalações de controle.
Quando os primeiros mísseis Hawk chegaram, em 1965, o então comandante da IAF, Ezer Weizmann, colocou-os sob seu controle. As Forças de Defesa Aérea derrubaram três aeronaves na Guerra dos Seis Dias e quinze na Guerra de 1969-1970. Finalmente, em dezembro de 1970, as Forças de Defesa Aérea foram oficialmente incorporadas à IAF.
Na Guerra do Yom Kippur as Forças de Defesa Aérea abateram quarenta e três aviões egípcios e sete sírios. Perto do final da guerra, mísseis Chaparral, Red-eye e canhões Vulcan de 20 mm foram incorporados. Mísseis SA-7 e canhões de 23 mm de fabricação soviética foram capturados, integrados e usados contra seus antigos proprietários.
Em 1982, no Líbano, uma bateria Vulcan de 20 mm abateu um MiG-21 sírio. Um míssil Hawk ajudou a derrubar um MiG-25, pela primeira vez o caça soviético Mach 3 foi atingido por um míssil superfície-ar. Um caça sírio foi abatido com um míssil Red-eye.
Em 1991, durante a Guerra do Golfo, foram incorporadas baterias de mísseis Patriot.
Armas e equipamentos
- Iron Dome: sistema de defesa aérea de curto alcance para proteção contra foguetes, granadas de artilharia e munições guiadas de precisão. A primeira bateria entrou em operação em maio de 2010.
- MIM-104 Patriot Yahalom: plataforma de defesa aérea tática capaz de derrubar aeronaves e mísseis balísticos.
- Arrow: sistema de defesa antimísseis desenvolvido por Israel e pelos EUA contra mísseis balísticos na estratosfera.
- David’s Sling: míssil interceptador avançado de defesa contra mísseis atmosféricos de médio a longo alcance, capaz de derrubar mísseis balísticos táticos, mísseis de cruzeiro, foguetes de grande calibre, UAV, UCAV, caças e bombardeiros.
Recrutamento e treinamento
A Academia de Voo da IAF treina e qualifica as tripulações de caça, helicópteros e transporte, bem como navegadores de combate e transporte.
O curso de voo da IAF é considerado um dos cursos de maior prestígio das IDF. Dura três anos e a maior parte dele é realizado na Base Aérea de Hatzerim. Os formandos recebem a patente de Tenente e uma graduação da Universidade Ben-Gurion do Negev. Após o treinamento, os formandos devem cumprir sete anos de serviço militar obrigatório. Em média, apenas um a cada nove alunos conclui o curso com sucesso.
O processo de seleção dos pilotos da IAF é atribuído a Ezer Weizman, arquiteto da moderna IAF, e seu objetivo é “recrutar apenas os melhores”. Seu raciocínio era que a habilidade e bravura das forças terrestres seria em vão se eles pudessem ser atacados à vontade pelo ar. Como resultado, apenas os que possuíam a capacidade inata de ter sucesso como pilotos são convidados para o processo de seleção, e somente os mais qualificados conseguem completar o que é visto por muitos como o processo de seleção militar mais exigente do mundo.
Potenciais pilotos israelenses são identificados antes de reportar para o serviço militar aos 18 anos, com base em fatores como altas notas na escola e melhores notas em testes padronizados, excelentes condições físicas e alta aptidão técnica.
Os que atendem aos critérios são convidados a participar de uma fase de seleção que envolve desafios físicos, mentais e sociométricos. Os candidatos são examinados não apenas pela capacidade de executar as tarefas, mas também pela sua atitude ao executá-las – por exemplo, como enfrentam dificuldades inesperadas, como trabalham em grupo e como abordam situações de resolução de problemas e gestão de desastres. Por volta de 50% são reprovados nessa fase.
Os aprovados iniciam uma jornada de três anos que inclui treinamento de voo, treinamento de infantaria, curso de oficial e uma graduação acadêmica. Os futuros pilotos são avaliados constantemente, e a grande maioria dos que iniciam o treinamento de voo não terminam o programa. Dependendo da fase em que são reprovados, permanecem na força aérea em atividade de solo ou são transferidos a uma unidade do exército. Os futuros pilotos são treinados em vários tipos de aeronaves. Poucos se tornam pilotos de caça, e os restantes pilotam helicópteros, aeronaves de transporte ou se tornam navegadores.
Depois de um recurso da Alta Corte em 1994 em favor de Alice Miller, a IAF foi abriu uma escola de voo para mulheres. Miller passou nos exames de admissão, mas falhou nos exames médicos e, portanto, não se qualificou. Mas abriu o precedente, e a primeira piloto de caça feminina, Roni Zuckerman, recebeu suas asas em 2001.
Patentes
As patentes da IAF são idênticas às outras Forças de Defesa de Israel, exceto pelo uso da cor prata contra um fundo azul escuro. O oficial ativo mais graduado é o comandante da força aérea, que tem o posto de Major General e se reporta diretamente ao Chefe do Estado-Maior da IDF.
Lista de Comandantes
Desde sua criação, a IAF teve um total de dezoito comandantes.
Ordem de Batalha
Organização Administrativa
Organização operacional
Lista de aeronaves
Satélite Ofeq 9
Ofeq é uma série de satélites de reconhecimento israelenses. Transportam uma carga útil de sensoriamento remoto que permite realizar missões de observação de alta resolução. A IAI (Israel Aircraft Industries) desenvolve e produz esses satélites e seus lançadores (os foguetes Shavit) em cooperação com outras indústrias israelenses de alta tecnologia, incluindo a IMI (Israel Military Industries), a Rafael, a Elbit Systems e a Elisra Group.
A maioria dos satélites Ofeq foram lançados da Base Aérea de Palmachim, na costa do Mediterrâneo. Após o lançamento bem-sucedido do Ofeq 1 em 1988, outros dez satélites foram desenvolvidos e colocados em órbita. A Força Aérea de Israel opera o satélite Ofeq 9, que amplia suas capacidades de monitoramento.
Referências utilizadas: GlobalSecurity.org, IAF.org, The Jewish Virtual Library, The Times of Israel, Wikipedia
Admirável a organização e a excelência da IAF. Mais uma vez o VG nos traz conhecimento e aprendizado nos assuntos militares. Forte abraço!
Muito obrigado Sinclair, agradeço pelo prestígio constante!
Impressionante. Profissionalismo no grau máximo de uma força armada. Muito bom artigo.
Muito obrigado Kleber, realmente, naquela região, não podem fazer por menos. Um abraço!
Ótimo artigo #vimPeloArteDaGuerra
Excelente! Agradeço, e gostei da hashtag!
Impressionante o profissionalismo bélico do estado de Israel após passarem pelo holocausto. Que sirva de lição para os países oprimidos e que não acreditam no potencial de seu povo!!!
Acreditar em seu potencial é o primeiro passo! Grato por comentar!
Muito bom. Uma dúvida: há algum tempo uma pessoa (ex-militar BR) me disse que a IAF mantém alguns caças sempre sobrevoando suas fronteiras, visto a dificuldade de decolar rapidamente no caso de um ataque surpresa. Achei estranho, por menor que seja a área do Estado de Israel. Até pq eles têm todo um sistema de defesa anti-aérea, anti-míssil, etc, etc.
#VimPeloArteDaGuerra
Não tenho essa informação, mas não duvidaria.