Albert Caballé Marimón (tradução e adaptação de “Russia Set to Gain Ground in Ukrainian Elections”, do ISW – Institute for the Study of War)
A Rússia provavelmente ganhará terreno político na Ucrânia independentemente do resultado das próximas eleições presidenciais e parlamentares de 2019, marcadas respectivamente para 31 de março e 27 de outubro. A maioria dos principais candidatos à presidência são receptivos ao Kremlin. O atual presidente ucraniano, Petro Poroshenko, é o candidato mais alinhado com o Ocidente, mas o seu apoio popular caiu devido à sua incapacidade de implementar reformas fundamentais de combate à corrupção, bem como de uma campanha sustentada de desinformação por parte da Rússia. Se Poroshenko vencer a eleição, provavelmente será por uma pequena margem e seu bloco político ainda perderá cadeiras nas eleições parlamentares subseqüentes. Seus oponentes, ao contrário, são populistas dispostos a oferecer concessões ao Kremlin ou a políticos abertamente favoráveis à Rússia e ao presidente russo, Vladimir Putin.
A Rússia, portanto, deve avançar seus principais objetivos estratégicos na Ucrânia – a saber, reafirmar o controle político sobre o governo da Ucrânia e impedir sua integração com o Ocidente. A Rússia também deve obter acesso ao fornecimento de água doce para a Península da Criméia. Muitos dos candidatos presidenciais e parlamentares provavelmente estão dispostos a apoiar esse tipo de concessão em troca de acordos econômicos ou militares limitados com o Kremlin. A Rússia cultivou deliberadamente essas relações com uma ampla gama de políticos, afastando-se de suas táticas anteriores de investir num grande candidato ou partido político na Ucrânia.
Os reformistas políticos da Ucrânia orientados para o Ocidente estão ativos e ainda têm uma chance de progredir na eleição parlamentar ucraniana de 2019. Os EUA devem se envolver e apoiar esses reformistas, que estão enfrentando pressões antecipadas de ambas as eleições, a fim de combater a Rússia. Preservar reformadores dentro do governo da Ucrânia – particularmente do Parlamento ucraniano – será fundamental para a capacidade da Ucrânia de resistir à pressão da Rússia e defender sua busca de laços mais estreitos com a UE e a OTAN.
CANDIDATOS PRESIDENCIAIS UCRANIANOS
O populista Volodymyr Zelensky está liderando as pesquisas com 25% a 27%. O atual presidente ucraniano, Petro Poroshenko, e a ex-primeira-ministra ucraniana, Yulia Tymoshenko, estão empatados em segundo, com cerca de 15% a 18%. O pró-russo Yury Boyko está em quarto lugar com 9% a 13%. Todos os outros candidatos estão bem atrás nas pesquisas. Os dados são baseados nos resultados de pesquisas recentes.
Os ucranianos estão num mato sem cachorro, tanto a Rússia quanto a UE vão restringir a liberdade que eles tanto buscam.
Realmente o ocidente perdeu o interesse na crise ucraniana, é mais uma vez o grande urso poderá abocanhar uma vitoria contra a águia.
Tempos sombrios nos espreitam.