Por Albert Caballé Marimón |
LIVRO: GREAT POWERS, GRAND STRATEGIES
- The Naval Institute Press
- Editor: Anders Corr
- 336 páginas
- Capa Dura
- Em inglês
- Editado em 15 de Janeiro de 2018
“Great Powers, Grand Strategies”, livro editado pelo U. S. Naval Institute Press, trata da expansão da China e seus interesses no Mar do Sul da China. É bastante atual e aborda um tema que vem preocupando a comunidade internacional nos últimos anos. Trata-se de uma das leituras que estou fazendo em preparação para uma análise que pretendo fazer a respeito da questão.
O Mar da China Meridional, ou Mar do Sul da China, abrange um total de quatro milhões de quilômetros quadrados, e além de abrigar quantidade extremamente significativa de recursos energéticos e de pesca, é uma artéria comercial pela qual trafega um terço do comércio mundial.
O livro, editado e organizado por Anders Corr (vide biografia abaixo), traz dez análises, além de uma introdução (do próprio Corr) e uma conclusão bastante profundas sobre o assunto, escritos por analistas dos EUA, Reino Unido, Austrália, Japão e Bélgica. Além da questão China versus EUA, são abordados os interesses dos principais países da região, incluindo a India, bem como da Rússia e da Europa.
Além da raiz do comportamento da China, baseado em alegados (e controversos) direitos históricos sobre a região, os autores abordam vários aspectos, que, destaco a seguir.
Aspectos Militares: são analisados o crescimento do orçamento militar chinês nos últimos anos, a estratégia global da China e a construção e militarização de ilhas artificiais e a forma como os demais países da região vem aumentando seu investimento em defesa e em atividades conjuntas, seja entre eles, seja com os EUA.
Questões diplomáticas: as análises avaliam os tratados vigentes entre as nações com interesses na região, ações e reações; a forma como a China negocia com nações menos poderosas e sua preferência por acordos bilaterais, com ofertas de investimentos bilionários com contrapartidas que muitos consideram abusivas; e a importante questão de Taiwan.
Aspectos econômicos: a região é rica em recursos naturais e abriga bilhões de toneladas em reservas energéticas de gás e petróleo que, estima-se, são suficientes para suprir as necessidades da China por 60 anos; a atividade pesqueira na região representa 12% da atividade do planeta; além disso, a região é um importantíssimo corredor comercial, por onde trafegam mais de 30% do comércio mundial. Há, como é óbvio, muitos interesses envolvidos na questão.
Sem alarmes, as análises não prevêem uma guerra entre a China e os EUA, mas mostram que vivemos uma era em que os recursos energéticos são cada vez mais escassos e a disputa por eles se torna cada vez mais acirrada, o que irá exigir muita habilidade (e serenidade) por parte dos governantes e de todos aqueles envolvidos em negociações e atividades na região.
RECOMENDADO: Great Powers, Grand Strategies: The New Game in the South China Sea
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Os Autores
Anders Corr (Introduction)
Anders Corr é PhD no governo com foco em relações internacionais pela Graduate School of Arts and Sciences da Universidade de Harvard. Ele passou cinco anos trabalhando em inteligência militar, inclusive na sede do Comando do Pacífico dos EUA e no Comando de Operações Especiais do Pacífico. Suas análises dos temas de segurança asiáticos foram publicadas no New York Times, na Nikkei Asian Review, na Nonproliferation Review, na Reuters, na France-Presse, na Forbes, na Foreign Policy e em várias outras publicações. Ele já falou sobre o Mar do Sul da China para a Bloomberg TV, a Bloomberg Radio e a CNBC.
Bill Hayton (Why China Built its New Islands)
Bill Hayton é membro associado do Programa Ásia na Chatham House. Ele também trabalha para a BBC World News em Londres. Na BBC desde 1998, foi repórter no Vietnã de 2006 a 2007, e trabalhou com a emissora estatal em Mianmar de 2013 a 2014. É autor de The South China Sea: The Struggle for Power in Asia e Vietnam: Rising Dragon. Ele escreveu para muitas publicações, incluindo o South China Morning Post, National Interest e The Diplomat. É graduado pela Universidade de Cambridge.
Ian Forsyth (Old Game Plan, New Game: China’s Grand Strategy in the South China Sea)
Ian Forsyth é membro de uma empresa de consultoria estratégica no Havaí. Trabalhou como analista de inteligência, com foco na China, Taiwan e Japão, com a Defense Intelligence Agency por 14 anos. Antes disso, ele trabalhou com a firma de Arnberger, Kim, Buxbaum e Choi em Ulan Bator, na Mongólia. Ele possui graduação pela Faculdade de Direito da Universidade de Syracuse e um PhD em relações internacionais pela University of Southern California. Ele escreveu artigos para o Contemporary Southeast Asia, o China Brief da Jamestown Foundation e para a Escola de Estudos Internacionais de S. Rajaratnam, em Cingapura, onde foi pesquisador visitante em 2014.
James E. Fanell (China’s Maritime Sovereignty Campaign: Scarborough Shoal, the “New Spratly Islands”, and Beyond)
James E. Fanell (Comandante, USN, Res.) é membro adjunto do governo no Geneva Center for Security Policy. Durante sua carreira como oficial de inteligência naval, ele concentrou-se nos assuntos de segurança da região do Indo-Pacífico, com ênfase nas operações da marinha chinesa. Mais recentemente, foi diretor de Inteligência e Operações de Informações da Frota do Pacífico dos EUA. Serviu em várias missões em toda a região do Pacífico, destacado como chefe de equipe assistente de inteligência para a Sétima Frota dos EUA a bordo do USS Blue Ridge, oficial de inteligência sênior do Office of Naval Intelligence China e oficial de inteligência do grupo de ataque do USS Kitty Hawk. Foi membro de assuntos de segurança nacional da Hoover Institution da Universidade de Stanford. Possui um mestrados pela Universidade do Havaí e pelo Air Command and Staff College.
ASEAN, Grand Strategy, and the South China Sea: Between China and the United States (Leszek Buszynski)
Leszek Buszynski é membro visitante da National Security College na Universidade Nacional da Austrália, Canberra, Austrália. Seus artigos sobre o Mar do Sul da China nos últimos vinte anos incluem A Disputa Marítima no Mar da China Meridional: Perspectivas Políticas, Legais e Regionais (Routledge, 2014); “A disputa marítima no Mar do Sul da China: Legalidade, Poder e Resolução de Conflitos” (Asian Journal of Peacekeeping, 2013); “The South China Sea: Oil, Maritime Claims, and U.S.-China Strategic Rivalry” (Washington Quarterly, 2012); “Chinese Naval Strategy, the United States, ASEAN and the South China Sea” (Security Challenges, 2012) e “Rising Tensiona in the South China Sea: Prospects for a Resolution of the Issue” (Security Challenges, 2010).
Sean R. Liedman (The Evolution of U.S. Strategy in the South China Sea: Tacking with Regional Strategic Winds)
Sean R. Liedman (Comandante, USN, Res.) É fundador e presidente da Eagle Strategy, Inc., e membro sênior adjunto do Center for a New American Security. Foi oficial aviador naval por vinte e cinco anos e comandante de esquadrão e de ala. Serviu dois turnos na Divisão de Guerra Aérea da equipe do Chefe de Operações Navais e um turno como assistente executivo do Comandante Adjunto do Comando Central dos EUA. Foi executivo no Weatherhead Center for International Affairs da Harvard University e no Council on Foreign Relations em Nova York. É graduado da Academia Naval dos EUA e da Escola de Guerra Naval dos EUA.
Tongfi Kim (U.S. Rebalancing Strategy and Disputes in the South China Sea: A Legacy for America’s Pacific Century)
Tongfi Kim é professor assistente de assuntos internacionais no Vesalius College, em Bruxelas, na Bélgica. Sua pesquisa é centrada em estudos de segurança e nas relações internacionais do Leste Asiático. Ele é o autor de The Supply Side of Security: A Market Theory of Military Alliances, e seus artigos foram publicados na Asian Security, International Interactions, International Relations of the Asia Pacific e Security Studies.
Takashi Inoguchi e Ankit Panda (Japan’s Grand Strategy in the South China Sea: Principled Pragmatism)
Takashi Inoguchi é professor emérito da Universidade de Tóquio, ex-presidente da Universidade de Niigata, e atual professor convidado universitário da Universidade J. E Oberlin em Tóquio. É PhD pelo Massachusetts Institute of Technology. Ensinou ciências políticas e relações internacionais por três décadas na Universidade de Tóquio e foi vice-reitor da Universidade das Nações Unidas, no posto de secretário-geral adjunto. Ele escreve sobre o Japão, a Ásia e assuntos internacionais e co-editou vários livros, incluindo American Democracy Promotion, The Political Economy of Japan, vol. 2 e The Troubled Triangle: Economic and Security Concerns for United States, Japan and China.
Ankit Panda é analista de assuntos estrangeiros, escritor e editor baseado em Nova York. É editor sênior do The Diplomat, onde escreveu vários artigos analíticos e comentários acompanhando a evolução da política externa japonesa e disputas no Mar do Sul da China, entre outros tópicos. Foi apontado Carnegie Council New Leader em 2015-16 e é presidente da seção de Nova York do Center for International Maritime Security. Panda é formada pela Escola de Assuntos Públicos e Internacionais Woodrow Wilson da Universidade de Princeton.
Gordon G. Chang (India’s “Grand Strategy” and the South China Sea: New Delhi’s Evolving Response to Chinese Expansionism)
Gordon G. Chang é o autor de O Próximo Colapso da China e Nuclear Showdown: North Korea Takes on the World. Ele viveu e trabalhou na China e em Hong Kong por quase duas décadas, mais recentemente em Shangai, como consultor do escritório de advocacia americano Paul Weiss e, anteriormente, em Hong Kong, como sócio do escritório de advocacia internacional Baker & McKenzie. Já palestrou no Council on Foreign Relations, na Heritage Foundation, na Brookings Institution, no Cato Institute, na RAND e no American Enterprise Institute. Compareceu perante o Comitê de Relações Exteriores da Câmara e a Comissão de Revisão Econômica e de Segurança dos EUA e da China. Seus artigos já foram publicados no New York Times e no Wall Street Journal, entre outros.
Stephen Blank (Paradoxes Abounding: Russia and the South China Sea Issue)
Stephen Blank é especialista em política externa e de defesa da Rússia e em relações internacionais da antiga União Soviética. É um dos principais especialistas em segurança europeia e asiática, incluindo questões de energia. Desde 2013, ele é membro sênior do Conselho Americano de Política Externa em Washington. Entre 1989 e 2013, foi professor de estudos de segurança nacional russos e assuntos de segurança nacional no Instituto de Estudos Estratégicos da Escola de Guerra do Exército dos EUA. Foi professor associado de estudos soviéticos no Centro de Doutrina Aeroespacial, Pesquisa e Educação da Air University na Base da Força Aérea de Maxwell. É PhD em História Russa pela Universidade de Chicago.
Peter M. Solomon (The European Union: Setting a New Course for the South China Sea)
Peter M. Solomon trabalha em assuntos governamentais e regulatórios no setor bancário em Nova York. É mestre em economia política internacional pelo King’s College, em Londres, e bacharel em ciência inglesa e política pela Universidade de Connecticut. O Wall Street Daily e o Journal of Political Risk citaram sua pesquisa sobre o Mar da China Meridional, e o Centro Internacional de Segurança Marítima publicou seus artigos sobre o assunto.
Bernard D. Cole (Conclusion)
Bernard D. Cole (Comandante, USN, Res.) Atuou como professor de estratégia marítima no National War College de 1995 a 2015, ministrando cursos sobre relações sino-americanas, política do Nordeste Asiático, política do Sudeste Asiático, Operações Conjuntas, História Naval e Estratégia Marítima. Atualmente trabalha com a equipe da China no Centro de Análises Navais. Serviu trinta anos na US Navy como oficial de guerra de superfície, incluindo o comando do USS Rathburne e do Destroyer Squadron 35. Também serviu como comandante de grupo anfíbio em várias operações no Vietnã em 1966-67 e como oficial de ligação de fogo de artilharia naval na Terceira Divisão da Marinha no Vietnã em 1967-68. Escreveu oito livros, vários artigos e capítulos de livros.
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Fico curioso em saber como os Chineses ou qualquer outra nação recebe as análises que são feitas de suas estratégias o quanto é acerto e o quanto é apenas suposição.
Verdade Nilton, seria interessante saber como somos avaliados por nossos vizinhos.