Mediação e força no combate ao crime

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Imagem: Pixabay.

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Retirar das trevas e da clandestinidade os elementos que circulam com sua brutalidade e violência é uma tarefa que se harmoniza com a necessidade de um desenvolvimento orgânico e articulado do Estado à serviço do cidadão.


Há episódios ocorridos na metrópole paulistana que poderiam terminar em tragédia, mas que através do diálogo conduzido com critérios científicos de persuasão se resolveram pacificamente.

Esta ordem de acontecimentos aumentados pela realidade sócio econômica que o país vive demanda um preparo humanista dos quadros policiais que devem intervir, conscientemente, para o desfecho, respeitando a sensibilidade dos direitos de cidadania e a repercussão no próprio equilíbrio da cidade.

Na polarização extrema dos condutos insidiosos do crime organizado e mesmo do crime selvagem, quadrilhas e bandos ou até indivíduos cabe citar a infiltração, manobra e, finalmente, violência do que podemos considerar uma órbita de “Estado de narco-aparelhagem”.

Sabemos que em todos os países, sem exceção, numa capilaridade que se inicia com a produção e vai até o consumidor final, numa linha quase “tayloriana” de industrialização, bandidos de colarinho branco ou matadores de aluguel, através de lavagem de dinheiro, promovem um processo horizontal que contamina a comunidade, escolas, bancos, hospitais, política, religião, enfim em que nenhuma faceta escapa, penetrando nos escalões de poder de forma insidiosa e, por isso, perniciosa.

Este é o crime ou, se preferirmos, os crimes em que não se admite a mediação.


LIVRO RECOMENDADO

Sistema de Gerenciamento de Incidentes e Crises

  • Wanderley Mascarenhas de Souza, Márcio Santiago Higashi Couto, Valmor Saraiva Racorti e Paulo Augusto Aguilar (Autores)
  • Em Português
  • Capa comum

Este é o lado perverso que cada vez mais exige táticas de guerra, porque é de guerra que se trata, no sentido de milhões de vidas arruinadas pela cocaína, maconha, corrupção, redes de exploração de prostitutas, enfim, aquilo que a imaginação mórbida é capaz de criar para ganhos milionários à custa do sofrimento de inocentes, de famílias e corrosivo para a nação.

Nesta conjuntura somente a inteligência científica e o empenho do corpo-a-corpo podem rastrear, localizar e eliminar os focos disfarçados e às vezes quase escancarados daqueles que se dispõe a destruir o pacto de civilização que sustenta a própria democracia, segundo o espírito da Constituição.

Retirar das trevas e da clandestinidade os elementos que circulam com sua brutalidade e violência é uma tarefa que se harmoniza com a necessidade de um desenvolvimento orgânico e articulado do Estado à serviço do cidadão.

São estas as duas faces do sistema policial à serviço da Lei como instância protetiva da sanidade social garantindo que a vida se sobrepuje à destruição dos valores morais e materiais que asseguram a estabilidade da Nação, inclusive e principalmente em épocas de “stress coletivo”.


*Flavio Goldberg, graduado em Direito pela Universidade Anhembi Morumbi, é pós-graduado, especializado em Direito Processual Civil com capacitação para Ensino no Magistério Superior pela Faculdade Damásio de Jesus e Mestre em Direito pela Faculdade Autônoma de Direito de São Paulo, FADISP. Foi professor de Direito na FAM, Faculdade das Américas. Além de operar em advocacia e consultoria jurídica em seu escritório, atua como coordenador do grupo de Direito, Psicologia e Comunicação na Academia Paulista de Direito. É autor dos livros “Direito: dialética da razão” e “Mediação em Direito de Família: aspectos jurídicos e psicológicos”, e coautor do livro “O Direito no Divã: Ética da emoção”. É palestrante e escreve artigos para diversas publicações. Contato: flavio_gold@hotmail.com.


*Valmor Saraiva Racorti, tenente-coronel da PMESP, realizou o Curso Preparatório de Formação de Oficiais em 1990-1991. Graduado em Direito pela UNISUL, é bacharel em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Pública e possui mestrados em Ciências Policiais de Segurança e Ordem Publica e Ciências Policiais e Segurança Pública pelo Centro de Altos Estudos de Segurança “Cel PM Nelson Freire Terra”. Foi comandante de Pelotão ROTA no 1º BPChq de 1994 a 2006, Chefe Operações do COPOM em 2006, Oficial de Segurança e Ajudante de Ordens do Governador do Estado de 2007 a 2014, Comandante de Companhia ROTA no 1º BPChq de 2014 a 2016 e Comandante do GATE de 2016 a 2019. Com atuação em mais de 500 incidentes críticos, atualmente comanda o Batalhão de Operações Especiais, que compreende o GATE e o COE.

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7 comentários

  1. Uma obra sensacional, resultado de anos de estudos com experiências vividas em situações reais. Leitura obrigatória aos que exercem atividade policial, jovens que intencionam ingressar às fileiras da segurança pública, jornalistas, juristas, ou seja, aqueles por obrigação ou simplesmente quem busca conhecimento em quem realmente entende do assunto.
    (Fernanda Vegh, advogada especialista em Direito Militar).

    1. Fernanda, fico feliz se podemos contribuir. Vou repassar seu comentário ao autor, muito obrigado! Forte abraço!

  2. Excelente matéria que aborda pontos de extrema relevância a serem considerados nessa mediação e na força do combatente ao crime em todas suas facetas e principalmente mediante ao atual momento que estamos passando. Uma leitura que agrega e muito inteligente, parabéns.

    1. Muito obrigado Renata, é uma satisfação receber comentários como o seu. Vou repassar ao autor! Forte abraço!

  3. Está certíssimo Cel Racorti! Apesar dos tempos difíceis que vivemos, temos lindos exemplos da teoria aplicada no sucesso de cada ocorrência de negociação! Avante!

  4. Primeiramente agradeço por esse excelente texto, e como no estado de um jovem interessado na segurança publica, gostaria de pedir um artigo complementar onde os senhores nos mostrassem meios e estratégias a serem empregados para o desaparelhamento desse oculto narco estado.

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