Além do Campo de Batalha: Drones Moldam a Guerra em Nível Estratégico

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Imagem meramente ilustrativa, gerada por inteligência artificial.

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A guerra na Ucrânia muda de foco: drones de longo alcance, acessíveis e escaláveis se tornam a nova estratégia; a Europa intensifica apoio com produção em massa para ataques profundos na Rússia, visando vulnerabilidades territoriais.


Após meses de debates sobre o fornecimento de mísseis de altíssimo custo, a Ucrânia e seus aliados europeus parecem ter adotado uma nova abordagem: drones de longo alcance, eficazes, acessíveis e escaláveis, estão se tornando o novo eixo da guerra.

O Plano em Movimento: Do Que Se Trata?

A Europa está ampliando significativamente o apoio à Ucrânia com foco em ataques no interior da Rússia. A estratégia envolve a produção em massa de drones, financiada e coordenada por diferentes países da OTAN.

A Alemanha assumiu a liderança financeira da chamada Deep Strike Initiative, com o anúncio de 300 milhões de euros destinados a contratos com empresas de defesa ucranianas. A Quantum Systems, por exemplo, já produz mensalmente cerca de 80 drones Vector em instalações subterrâneas na Ucrânia.

O Reino Unido será o principal centro de produção. O ministro da Defesa, John Healey, declarou que Londres fabricará milhares de drones de ataque em território britânico, com entrega prevista para os próximos 12 meses.

A França e a Dinamarca optaram por modelos de produção conjunta. A Dinamarca, inclusive, foi o primeiro país a oficializar uma linha de produção compartilhada de drones de longo alcance com a Ucrânia.

Quais os Modelos de Cooperação e o que Caberá a Cada País Europeu?

A iniciativa contempla três formatos distintos de colaboração:

• Investimento direto na indústria ucraniana (modelo alemão);

• Produção nacional com entrega à Ucrânia (modelo britânico);

• Produção conjunta e transferência tecnológica (modelos franco-ucraniano e dinamarquês-ucraniano)

Além disso, a União Europeia anunciou um aporte de seis bilhões de euros para a criação da Aliança de Drones com a Ucrânia. O projeto será financiado por créditos do G7, pagos com os lucros de ativos russos congelados.


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Qual a Lógica Estratégica?

Após uma série de contraofensivas frustradas, os países da OTAN parecem ter adotado uma abordagem assimétrica. A principal vulnerabilidade reconhecida para a Rússia foi o enorme território da Federação, que exige a cobertura de centenas de instalações dispersas. Ataques maciços podem ser absolutamente indefensáveis e provocar danos irreparáveis ao médio prazo.

A combinação de drones relativamente baratos com sistemas avançados de reconhecimento, incluindo dados de satélites dos Estados Unidos, permitirá identificar brechas na defesa aérea russa e realizar ataques em profundidade.

Drones de longo alcance são ideais para esse papel. Podem ser produzidos rapidamente, lançados a partir do oeste da Ucrânia e usados para atingir refinarias, aeroportos civis e outros alvos estratégicos dentro da Federação Russa.

O Que Está em Jogo?

A guerra está entrando em uma nova fase. Menos dependência de mísseis caros, mais agilidade e impacto com tecnologias acessíveis. A Deep Strike Initiative representa uma mudança de paradigma: drones como instrumentos de disrupção estratégica.

A pergunta que fica é se a Rússia está preparada para enfrentar essa nova era da guerra em rede.

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