
A radicalização política e ideológica global visa fragmentar sociedades e desestabilizar nações, promovida por uma “elite global” em busca de seus interesses; resistir a isso exige coesão nacional, autonomia estratégica e alianças.
Uma das características mais marcantes do tempo atual é a radicalização política e ideológica em grande parte do mundo. Apesar das discussões abordarem os mais variados temas, podemos perceber que a essência das agendas é similar, e que no fim, o objetivo é segregar as populações em facções diferentes, fragmentando o tecido social e a coesão. Como diz o ditado: divide et impera.
Evidentemente, existem ideologias mais incisivas e contrárias ao status quo e às estruturas sociais vigentes, como a própria existência do Estado, ou pior, até querendo alterar a dinâmica natural do ser humano e do ambiente. Porém, não apenas estas são utilizadas como ferramentas para a articulação a favor de certos grupos, em detrimento dos países e seus povos. Embora possamos nomeá-los de muitas formas, como “a elite global”, “os globalistas”, “os imperialistas”, entre outras, são estes quem agem desta forma para desestabilizar os países a fim de atingir seus objetivos e interesses, e não, não se trata de teorias da conspiração, é fato. É simples, onde não existe uma autoridade forte, os poderosos podem ganhar espaço, afinal, não existe vácuo de poder.
Esta “elite global” (que se encontra majoritariamente nos EUA e na Europa) trabalha a todo momento para ampliar seu poder. Fundos de investimentos trilionários ditam critérios ESG que amarram o crédito de governos e empresas; bancos e instituições financeiras criam mecanismos paralelos, como as criptomoedas, alheios aos sistemas monetários nacionais; além das amarras criadas pelo sistema financeiro global que também são fortíssimos, como o ocorrido com o franco CFL e as ex-colônias francesas no Sahel, ou as diversas imposições do FMI e da OMC; mas isso não ocorre apenas em finanças, mas também com o controle de narrativas e de quais atores ganham destaque por parte das Big Techs.

LIVRO RECOMENDADO:
Soberania e Dignidade: Raízes da Sobrevivência
• Jose Walter Bautista Vidal (Autor)
• Edição Português
• Capa comum
Utilizando como exemplo a situação brasileira, as pressões são fortíssimas e as ferramentas usadas contra o país são múltiplas. Incentivam a radicalização dos políticos, e dirigindo as discussões para assuntos secundários ou realmente irrelevantes, enquanto movimentos sociais patrocinados impedem ações soberanas que seriam benéficas, para provocar atraso intencional ao país, junto à propagação de conceitos e ideias falsas internacionalmente, como a questão amazônica, em que a própria soberania está sendo abertamente questionada, e o mesmo se dá com questionamentos ao agronegócio.
Só é possível resistir à essas pressões se antes de mais nada existir uma coesão nacional, preferencialmente em união (não uma homogeneidade ideológica, mas propostas de convergência aos interesses nacionais), propagando os valores nacionais em detrimento do que vem dos grandes centros, especialmente americanos, diminuindo sua capacidade de “conversão”. Junto a isso, autonomia estratégica, diminuindo ao máximo a dependência externa em setores relevantes, e melhorando a qualidade de vida da população.
Sem energia barata, sem dados guardados em casa e sem cadeias produtivas nacionais, soberania é ilusão. A elite global ama nos ver brigando por pautas identitárias enquanto ela compra mineradoras a preço de banana e decide, lá fora, se o Brasil pode ou não exportar carne. Outra frente seria uma aproximação estratégica dos países nacionalistas, ampliando o poder de resposta, seja através de plataformas como o BRICS, ou alianças locais como a “Aliança do Sahel” entre Mali, Níger e Burquina Fasso. Portanto, se queremos preservar liberdades individuais, direitos civis e riqueza natural, a saída passa por um nacionalismo cívico — um Estado enxuto onde pode ser, musculoso onde é preciso, dialogando com vizinhos, sem baixar a cabeça para “os poderosos”. Quem age contra isso, intencionalmente ou não, está trabalhando contra os estados-nação e os interesses e o bem estar dos povos, em favor dessa elite global.








