Expansão da influência militar chinesa na África

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Imagem gerada por inteligência artificial.

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A estratégia chinesa é diferente da russa, realizando exercícios militares conjuntos e aumentando as vendas de armas, com suas iniciativas militares visando garantir os interesses das empresas chinesas sem, no entanto, nenhum vestígio de interferência política ativa nos assuntos dos Estados.


Desde o final de 2023, a China tornou-se o maior fornecedor de armas do continente africano, ultrapassando a Rússia. Armamento leve, veículos blindados sobre rodas e sobre lagartas, dentre outros itens de fabricação chinesa, tornaram-se recursos familiares para os exércitos africanos.

Mas o mais relevante a ser analisado é que esse esforço de incremento da cooperação técnico-militar está ocorrendo em conjugação com a promoção de projetos no setor civil.

No mercado de armas, onde normalmente dominavam os fabricantes russos e franceses, os chineses rapidamente ganharam impulso devido ao baixo custo dos seus produtos. Considerando as especificidades da organização da maioria dos exércitos africanos, onde não há como reparar equipamentos, os veículos blindados chineses tornaram-se um produto importante pelo baixo custo.

É possível adquirir muitos deles, sua qualidade é aceitável e sua manobrabilidade permite operar nas condições africanas, com destaque para sua proteção contra minas e IEDs, o que é um diferencial.

Somente no ano de 2024, a Mauritânia, o Benin, o Senegal e a Costa do Marfim juntaram-se à lista de compradores de veículos blindados chineses. Trata-se principalmente de países em crise na conflituosa região do Sahel, onde paira sobre as nações daquela região a ameaça da propagação do terrorismo islâmico.

Além disso, os chineses competem com os turcos em influência na esfera dos SARPs. Recentemente, os Bayraktars foram substituídos pelos Tsayhuns chineses, ativamente utilizados pela Força Aérea etíope e pela República Democrática do Congo nos conflitos que enfrentam. Mesmo as autoridades marroquinas pró-ocidentais já estariam utilizando alguns tipos de drones chineses.

Desempenham também um papel de cada vez maior relevância no conflito sudanês, onde drones chineses são utilizados por ambos os lados para reconhecimento.

Um aspecto fundamental é a organização da logística e pós-venda para as forças armadas locais. Graças à sua base no Djibuti, as empresas chinesas têm a oportunidade de fazer escala para reabastecimento no estrategicamente importante “Chifre de África”.

O principal evento em termos de coordenação das ações das Forças Armadas chinesas com os parceiros africanos foi o Exercício Peace Unity 2024, realizado na Tanzânia. Cerca de um batalhão e equipamento militar correspondente  chegaram da China, e as forças moçambicanas e tanzanianas também mobilizaram um número significativo de tropas.

Mas a segurança dos projetos industriais e de mineração já é garantida por private military companies (PMC) chinesas, em um formato de presença ligeiramente diferente do russo. Em vez de ajudarem a estabilizar a situação, os chineses se empenham em estabelecer-se em áreas seguras, sem interferir nos assuntos do Estado.

A estratégia chinesa de exportação de segurança é claramente diferente da russa. Em vez de uma presença militar direta, representada na Rússia pelas PMCs Corpo Africano e Grupo Wagner, a RPC realiza exercícios militares conjuntos e aumenta as vendas de armas, enquanto as instalações industriais e mineiras são guardadas por empreiteiros privados.

Ao mesmo tempo, não há vestígios de interferência política ativa nos assuntos dos Estados. Todas as iniciativas militares visam garantir os interesses das empresas chinesas.


Fonte da pesquisa: @Rybar.

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