Com mais de 100 reuniões previstas para ocorrer entre fevereiro e julho em Brasília, o Brasil assume a presidência rotativa do BRICS com foco em governança global, inteligência artificial e combate às mudanças climáticas.
O Brasil assumiu a presidência do foro de cooperação política e econômica do Sul Global, reforçando o compromisso por uma governança global mais sustentável e inclusiva, pelo estímulo à cooperação econômica e por financiamento contra as mudanças do clima.
Impulsionando debates sobre governança global inclusiva, inteligência artificial e financiamento para combater as mudanças do clima, entre outros, o Brasil assumiu a presidência do BRICS, a partir desta quarta-feira, 1º de janeiro de 2025.
O agrupamento formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, bem como por outros membros recém-admitidos – Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Irã – representa um dos principais foros de articulação político-diplomática dos países do Sul Global, com foco na cooperação em diversas áreas.
O lema escolhido pela nossa política externa para esse mandato foi “Fortalecendo a Cooperação do Sul Global por uma Governança mais Inclusiva e Sustentável”. Nesse sentido, a presidência brasileira vai atuar em dois eixos principais: Cooperação do Sul Global e Reforma da Governança Global.
As agendas propostas pelo Brasil estão refletidas em cinco prioridades:
1) Facilitação do comércio e investimentos entre os países do agrupamento, por meio do desenvolvimento de meios de pagamento;
2) Promoção da governança inclusiva e responsável da Inteligência Artificial para o desenvolvimento;
3) Aprimoramento das estruturas de financiamento para enfrentar as mudanças climáticas, em diálogo com a COP 30 (Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025);
4) Estímulo aos projetos de cooperação entre países do Sul Global, com foco em saúde pública; e
5) Fortalecimento institucional do BRICS.
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“Se você quer construir um mundo melhor, um mundo sustentável, o BRICS tem que ser parte dessa construção. E é importante que haja um entendimento entre esses países, porque esse entendimento ajuda você a alcançar um entendimento mais amplo [com outros países]”, disse o embaixador Eduardo Saboia, sherpa [1] do Brasil no BRICS, responsável pelas articulações entre os países, em entrevista à Agência Brasil.
[1] negociador-chefe.
Está entre os objetivos do foro fortalecer a cooperação econômica, política e social entre os membros e o aumento da influência dos países do Sul Global na governança internacional, bem como impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável e promover a inclusão social nessas nações.
“Você tem esses países que são muito diferentes e com sistemas políticos diferentes, cada um com seus desafios, se entendendo e eles se reúnem todo ano. Isso é bom para todo mundo, porque dali saem soluções para a população”, salientou o embaixador Saboia.
Agenda extensa
Como país anfitrião, o Brasil é responsável por organizar e coordenar as reuniões dos grupos de trabalho que compõem o agrupamento e reúnem representantes dos países membros para debater as prioridades da presidência de turno.
Para isso, há mais de 100 reuniões previstas para acontecer entre fevereiro e julho, em Brasília. Já a Cúpula do BRICS, espaço de deliberação entre chefes de Estado e Governo, está programada inicialmente para julho, no Rio de Janeiro.
A duração do mandato brasileiro é de um ano e se encerra em 31 de dezembro de 2025.
Referência
Brasil assume a presidência do BRICS em 2025. Agência Brasil: Acompanhe o Planalto, 1º de janeiro de 2025. Disponível em: https://www.gov.br/planalto/pt-br/acompanhe-o-planalto/noticias/2025/01/brasil-assume-a-presidencia-do-brics-em-2025.