A prisão de Pavel Durov na França

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Montagem Le Diplomate.

Por H16*

Montagem Le Diplomate.

Sempre que começamos a queimar livros, terminamos queimando indivíduos.


Pavel Valerievitch Durov também é conhecido como Paul du Rove em Paris, depois de sua naturalização francesa em 11 de maio de 2022. A rede Telegram teria se tornado referência para os maiores cibercriminosos que abusaram da liberdade de expressão, e como CEO, Paul du Rove deve ser ouvido por desempenhar suas funções e responder à lei francesa sobre questões ligadas ao cibercrime e à falta de cooperação de suas equipes de moderação e jurídica.

Aqueles que procuraram limitar a liberdade de expressão nunca estiveram do lado certo da História!”. No que diz respeito a Pavel Durov, o contexto da sua prisão não deixa dúvidas:

A justiça critica Pavel Durov por não ter agido (falta de moderação e colaboração com investigadores) contra o uso criminoso de seu serviço de mensagens pelos usuários” (veja em: Pavel Durov, le fondateur de Telegram, interpellé à son arrivée en France). Sim, ele não é acusado diretamente de pedofilia ou lavagem de dinheiro, mas de permitir que sua infraestrutura fosse usada potencialmente para esse tipo de crime.

Em outras palavras, as autoridades (aqui francesas, mas obviamente mais amplas) estão furiosas com a ideia de que poderíamos usar uma plataforma que escapa de seu controle.

Aqui não se trata de combater crimes; trata-se de impor um certo tipo de moderação, ou seja, puramente um sistema de controle, exatamente o mesmo tipo de controle que Thierry Breton, ministro da Fazenda francês, exige do X, por exemplo.

Os líderes ocidentais já não suportam plataformas que se recusam a sufocar o discurso dissidente. Sob o pretexto de combater crimes ou informações falsas, líderes eleitos e não eleitos procuram recuperar o controle total sobre o que as pessoas podem dizer ou comunicar.

Estão, de fato, aterrorizados com a existência de pensamentos e discursos alternativos àqueles que autorizam e, por isso, pretendem combatê-los por absolutamente todos os meios de que dispõem (e são muitos, como vemos). No entanto, se representassem a virtude, a razão e o caminho da sabedoria, não deveriam ter medo do contraditório.

Lembremos que ao longo da história, aqueles que procuraram limitar a liberdade de expressão nunca estiveram do lado certo: sempre que começamos a queimar livros, terminamos queimando indivíduos. E já que uma sociedade livre é aquela em que se pode ser impopular com segurança, agora sabemos quais sociedades já não são livres.


Publicado no H16.

*H16 é um blog que se auto define como “pequenas crônicas desiludidas de um país em rápida decomposição…” (no caso a França).

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1 comentário

  1. Fato: a liberdade de expressão corrói estruturas políticas totalitárias e por tal é motivo perseguida; temos aqui a arena de luta entre a sociedade civil e o monstro ESTADO. O mesmo fenômeno ocorre, sob distintas justificativas, na França, no Brasil e na Grã Bretanha. Para não falar das ditaduras – necessariamente – contrárias à liberdade, como Cuba, China, Rússia.

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