O Serviço Secreto dos EUA

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Trump é levado para fora do palco por agentes do Serviço Secreto dos EUA (Anna Moneymaker/Getty Images).

Por Alain Rodier*

Trump é levado para fora do palco por agentes do Serviço Secreto dos EUA (Anna Moneymaker/Getty Images).

Visão geral do Serviço Secreto americano, órgão responsável pela segurança de presidentes e ex-presidentes.


O Serviço Secreto (USSS, United States Secret Service, fundado em 1865), que voltou a ter destaque em 13 de julho por ocasião da tentativa de assassinato do ex-presidente – e candidato à eleição prevista para o final do ano – Donald Trump, é uma agência governamental subordinada ao Departamento de Segurança Interna (DHS, Department of Homeland Security) dos Estados Unidos.

Em resumo, Thomas Matthew Crooks, o suspeito postado em um telhado localizado a aproximadamente 130 metros da plataforma onde Donald Trump se apresentava, disparou oito tiros com um rifle semiautomático AR-15 calibre 5,56 mm (adquirido legalmente por seu pai no início do ano) antes de ser neutralizado por atiradores de precisão do Serviço Secreto.

Por poucos milímetros, ele acertaria uma bala na cabeça de Trump, mas felizmente só conseguiu feri-lo na orelha. No entanto, ele matou uma pessoa e feriu outras duas. Seus motivos ainda não são conhecidos.

O Serviço Secreto (USSS)

O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, criado em 2002 após os ataques de 11 de setembro de 2001, abrange várias agências federais. Em 2024, o DHS tinha cerca de 258 mil agentes, incluindo 6.700 membros do USSS.

Até 2003, o Serviço Secreto dependia do Departamento do Tesouro porque sua missão principal era a luta contra o dinheiro falsificado e a fraude financeira. Foi enriquecido pela luta contra os ataques cibernéticos dirigidos contra o sistema financeiro e a infraestrutura de telecomunicações americana.

Mas a sua missão mais conhecida é garantir a proteção dos presidentes, vice-presidentes (em exercício ou cessantes), seus familiares, de determinadas personalidades e representantes oficiais do país, de personalidades estrangeiras em visita aos Estados Unidos e de residências oficiais.


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A missão de proteger o presidente dos Estados Unidos só foi dada ao USSS depois do assassinato do presidente William McKinley em 1901. Mas o primeiro presidente americano a ser baleado enquanto estava no cargo foi Abraham Lincoln em 1865. James A. Garfield também seria assassinado em 1881. O assassinato mais famoso continua sendo o de John F. Kennedy em 1963.

Além disso, três presidentes foram feridos em tentativas de assassinato: Ronald Reagan, durante seu mandato (1981); e os ex-presidentes Theodore Roosevelt (1912) e, claro, Donald Trump em 13 de julho de 2024.

Dependendo das missões desempenhadas por essas personalidades, esta proteção poderá ser compartilhada com o Serviço de Segurança Diplomática (DSS, Diplomatic Security Service)[1].

[1] Reúne mais de 2.500 agentes especiais, agentes técnicos de segurança, especialistas técnicos em segurança e agentes diplomáticos que trabalham e viajam ao redor do mundo.

Se o Serviço Secreto é a última defesa da pessoa protegida, seu trabalho também se realiza com antecipação. Assim, em cooperação com agências de inteligência, investiga tudo o que possa ser considerado como ameaça que possa pesar sobre o presidente americano e sua comitiva. Nos Estados Unidos, ameaçar o presidente – por qualquer meio, inclusive pela internet – é crime federal. Mas o USSS não faz parte da “comunidade de inteligência”.

Às vezes, o Serviço Secreto pode ajudar a polícia local com seus meios sofisticados para resolver certos crimes.

A segurança dos edifícios presidenciais (o complexo da Casa Branca que também alberga o Departamento do Tesouro e a residência do vice-presidente), mas também das representações diplomáticas estrangeiras em Washington é assegurada pela “Divisão Uniformizada” (UD, Uniformed Division). Seus agentes desempenham sua missão a partir de posições fixas e móveis. Podem receber reforço da unidade anti-atiradores (CS, Counter Sniper Unit), da unidade canina de detecção de explosivos (K-9, Canine Explosives Detection Unit), da equipe de intervenção de resposta a emergências (ERT, Emergency Response Team) e da Unidade de Apoio de Magnetômetro (Magnetometer Support Unit), criada para garantir que as pessoas que adentram as áreas protegidas pelo Serviço Secreto estejam desarmadas.


Publicado no Cf2R.

*Alain Rodier é ex-oficial da inteligência francesa e atualmente vice-diretor do Centro Francês de Pesquisa de Inteligência (CF2R). É responsável pela monitoração do terrorismo de origem islâmica e do crime organizado. Rodier é autor de vários livros sobre geopolítica, terrorismo e crime organizado.


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