A atividade de navios de guerra e aviões de vigilância dos EUA direcionados à China aumentou significativamente sob a administração do presidente Joe Biden, disse Wu Qian, porta-voz do Ministério da Defesa chinês na quinta-feira.
Como exemplo, Qian disse que o contratorpedeiro classe Arleigh Burke da US Navy, o USS Mustin, havia recentemente conduzido uma observação de perto do porta-aviões chinês Liaoning e seu grupo de batalha.
Isso havia “interferido seriamente nas atividades de treinamento do lado chinês e ameaçava seriamente a segurança da navegação e do pessoal de ambos os lados”, disse Qian. O navio foi avisado para partir e um protesto formal protocolado com os EUA, disse ele.
A atividade dos navios militares dos EUA aumentou 20% e dos aviões 40% nas áreas reivindicadas pela China desde que Biden assumiu o cargo em relação ao mesmo período do ano passado, disse o porta-voz.
“Os EUA frequentemente despacham navios e aviões para operar nos mares e no espaço aéreo perto da China, promovendo a militarização regional e ameaçando a paz e a estabilidade regionais”, disse Qian em uma reunião mensal realizada virtualmente.
A China se opõe rotineiramente à presença militar dos EUA no Mar do Sul da China, que reivindica praticamente em sua totalidade, bem como à passagem de navios da US Navy pelo Estreito de Taiwan.
O país marcou recentemente o 20º aniversário da colisão entre um avião de vigilância dos EUA e um caça da marinha chinesa perto da ilha chinesa de Hainan, que resultou na morte do piloto chinês. Ele foi chamado de herói que se sacrificou pela defesa da pátria. Os EUA afirmam que seu avião estava em espaço aéreo internacional e o acidente foi resultado de um voo temerário do lado chinês.
Wu Qian também criticou as iniciativas para reforçar o monitoramento dos movimentos de aeronaves chinesas por Taiwan. Os esforços do governo de Taiwan para evitar o que a China chama de unificação inevitável são como “um louva-a-deus tentando parar uma carruagem”, afirmou ele.
Os EUA mantêm relações não oficiais com Taiwan em deferência a Pequim, mas fornece à ilha armas defensivas e é legalmente obrigado a tratar as ameaças a ela como questões de “grave preocupação”. O aumento da atividade militar chinesa em torno de Taiwan tem levantado preocupações sobre a possibilidade de um conflito.
Em uma entrevista ao Sky News da Grã-Bretanha, o ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, reiterou os recentes avisos de que a ameaça militar da China está crescendo por meio de “campanhas de desinformação, guerra híbrida e atividades da zona cinzenta”.
“E tudo isso parece ser uma preparação para o ataque militar final contra Taiwan”, disse o ministro à Sky. “Este é o nosso país, este é o nosso povo e este é o nosso modo de vida. Vamos nos defender até o fim”, disse Wu.
Fonte: Military Times.