EUA estariam preocupados pela China estar pronta para “flertar com ideia de unificar” Taiwan

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Formação da marinha chinesa (Foto: Li Gang/AP/Xinhua).

Formação da marinha chinesa (Foto: Li Gang/AP/Xinhua).

O governo dos Estados Unidos está cada vez mais preocupado com a possibilidade de Pequim estar pronta para “assumir mais riscos” em relação a Taipei, com o presidente chinês Xi Jinping previsto para emplacar um terceiro mandato, informou o Financial Times.

“A China parece estar passando de um período de contentamento com o status quo de Taiwan para um período em que está mais impaciente e mais preparada para testar os limites e flertar com a ideia de unificação”, disse um alto funcionário americano não identificado ao periódico.

De acordo com o funcionário, o novo governo dos EUA monitorou o comportamento de Pequim nos últimos dois meses antes de chegar a uma conclusão. Ele disse que o governo Biden está preocupado com o fato de o presidente chinês “ver o progresso decisivo em Taiwan como importante para sua legitimidade e legado”.

Kurt Campbell, alto funcionário da Casa Branca para a Ásia, também disse ao FT que, em comparação com outras áreas políticas, a China tem sido a mais assertiva em sua abordagem a Taiwan: “…Em nenhum lugar vimos atividades mais persistentes e determinadas do que as atividades militares, diplomáticas e outras atividades dirigidas a Taiwan”, disse ele.

Taiwan, por outro lado, não parece compartilhar das preocupações, já que um alto funcionário taiwanês disse que não havia sinal de um ataque iminente, disse o FT.

Relação Tensa EUA-China

A notícia surge em meio à continuidade das relações tensas entre Washington e Pequim, após as primeiras conversas pessoais de alto nível entre os Estados Unidos sob o governo Biden e autoridades chinesas no Alasca.

O Secretário de Estado Antony Blinken disse antes da reunião que os EUA “discutiriam nossas profundas preocupações com as ações da China, incluindo em Xinjiang, Hong Kong, Taiwan, ataques cibernéticos aos Estados Unidos, coerção econômica de nossos aliados” e a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, disse que o governo Biden abordará suas relações com a China “em sincronia” com seus parceiros.

Anteriormente, Blinken usou a palavra “país” quando mencionou Taiwan durante uma audiência no Congresso, quebrando um tabu anterior entre as autoridades americanas em usar tal linguagem para se referir à ilha autônoma para evitar irritar a China.

A China considera Taiwan como uma província separatista que deve ser reunificada com o continente, e as autoridades chinesas frequentemente protestam fortemente se funcionários do governo ou empresas ao redor do mundo chamam Taiwan de país.

De acordo com um informativo bilateral do Departamento de Estado, os EUA e Taiwan mantêm um relacionamento não oficial, mas Washington não apóia a independência da ilha. Um pacto de 1979 com a China transferiu o reconhecimento diplomático dos EUA para Pequim, embora a Lei de Relações com Taiwan, aprovada pelo Congresso no mesmo ano, permita a Washington apoiar as capacidades defensivas da ilha.

Como resultado da Guerra Civil Chinesa, a República da China que se juntou às Nações Unidas após sua fundação em 1945 retirou-se para Taiwan com a República Popular da China tomando o continente. Os Estados Unidos se opuseram pela primeira vez à substituição da República da China na ONU em meio à Guerra Fria. Isso mudou no governo do presidente Richard Nixon, quando Washington entrou em negociações com o governo da RPC em 1971. Em 25 de outubro de 1971, as Nações Unidas aprovaram a resolução 2758, que reconhecia a RPC como “o único representante legítimo da China nas Nações Unidas”.

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