Em 8 de março, o ministro do STF Edson Fachin anulou monocraticamente as condenações do ex-presidente Lula, o que, por enquanto, restaura os direitos políticos deste e abre a possibilidade de que concorra à presidência do País em 2022.
Nesse dia, o fato causou certa turbulência nos meios econômicos, fazendo com que o principal índice da B3 – Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) fechasse em baixa, o que também aconteceu com as ações da Taurus Armas. No dia seguinte, no entanto, a situação se inverteu, com o Ibovespa fechando no terreno positivo e com as ações preferenciais da Taurus em expressiva alta de mais de 10%, sinalizando que nem o mercado e nem os investidores na empresa “compraram” o chamado “efeito Lula”.
Questionado sobre se a decisão do STF, atual ou futura, poderia impactar de forma negativa na empresa, o CEO Global da Taurus, Salesio Nuhs, assim se pronunciou:
“A Taurus tem um planejamento estratégico muito firme e, evidentemente, nesse planejamento estratégico, pela natureza de seu produto, são consideradas possíveis alterações no mercado e questões políticas, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que é o maior mercado da companhia.
O mercado brasileiro é pequeno para a Taurus. Com isso, essas alterações políticas (neste caso, a recente anulação das condenações do ex-presidente Lula e a possibilidade de disputa nas eleições em 2022) não mudam os resultados financeiros da empresa.
Evidentemente, o que pode mudar é a questão do direito do cidadão de possuir uma arma para a legitima defesa, mas não chega a impactar financeiramente a empresa. Pelo contrário. Nesses próximos anos, se houver a possibilidade de voltar um governo de esquerda, mais restritivo à questão das armas, haverá um grande aumento da procura por armas nas lojas no Brasil, da mesma forma que acontece nos Estados Unidos quando o partido Democrata é eleito ou quando há a possibilidade de ganhar as eleições. Se for assim, irá se refletir aqui o que está acontecendo nos Estados Unidos: uma grande correria para a compra de armas de fogo.
A Taurus já conta com pedidos em carteira (backorders) de cerca de 2,271 milhões de armas, o que significa que a empresa tem mais de um ano de produção já comprometida com os pedidos existentes em carteira. Este fato demonstra que essa questão política não afetará a companhia a curto prazo, pelo contrário. E a médio e longo prazos, o resultado da Taurus também não seria afetado porque a empresa tem a preferência do maior mercado do mundo para armas, sendo a marca mais importada nos Estados Unidos”.
Estratégia visa a ampliação do mercado internacional em áreas de expressivo crescimento
Um outro fator a considerar nesta questão é a estratégia da Taurus de avançar cada vez mais no mercado internacional, principalmente em países e regiões com expressivo crescimento, como Índia, Filipinas, Bangladesh e Leste Europeu.
Ampliando a diversificação geográfica de suas vendas e passando a ter uma posição de proeminência em mercados com grande potencial, onde seu diferencial é oferecer soluções completas de alta tecnologia, a empresa diminui sua dependência do mercado americano e, também, minimiza qualquer eventual efeito negativo futuro vindo do mercado brasileiro, para onde destina apenas cerca de 15% de seus produtos.
Fonte: Taurus / LRCA Defense Consulting.