Pensamento do marechal Castello Branco

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Presidente Humberto de Alencar Castello Branco (Foto: autor não identificado).

“Acreditam os senhores que o Exército tenha dentro de suas fileiras um conflito ideológico? Já se pode dizer que a luta entre duas ideologias que, de fato, lavra em setores da nossa nação, tenha se prolongado no Exército? Pessoalmente, eu não acredito.”


Castello Branco (1897-1967): Nacionalismo, Forças Armadas e Democracia

(https://pt.wikipedia.org/wiki/Humberto_de_Alencar_Castelo_Branco)
Transcrição: General Reformado Luiz Eduardo Rocha Paiva

Segue o pensamento do insigne chefe militar, cidadão e ex-Presidente da República sobre nacionalismo e Forças Armadas, para meditação de quem tem responsabilidades de liderança nos campos político e social no Brasil.

Em 1962, em seu ensaio A Guerra escreveu suas ideias:

“… O nacionalismo é uma posição decisiva para uma nação, sobretudo na época atual. Não pode ser uma panaceia para os seus males, nem uma operação de guerra, e muito menos uma conspiração de sentido internacional. Seus grandes males atuais são principalmente dois nos países subdesenvolvidos: um, o desvinculamento com o meio; [e] outro o de ser, às vezes, um instrumento nacional e internacional do comunismo soviético. É também um grande penacho dos ditadores e candidatos a ditador.

… As divisões que têm lavrado no Exército são mais consequências de lutas político-partidárias do que separações existentes nos meios militares (…). Legalistas e revoltosos, a partir de 1922 e por pouco tempo. Em 1930 surge a alternativa revolucionários e antirrevolucionários, que desaparece pouco a pouco. A partir de 1955, governistas e golpistas, em meio a ódios e ressentimentos mantidos pelos comunistas e pela política partidária fardada e à paisana. Em seguida, esses mesmos elementos lançaram a injúria sobre o Exército de que seus oficiais se dividiam entre nacionalistas e entreguistas, enquanto a oficialidade era fiel à honra do Brasil e à sua independência política e econômica. Agora, renasce a teimosia, com a divisão alardeada em legalistas e golpistas. Politiqueiros e comunistas estão interessados em que tal exista. Isso amofina o Exército.

… Forças Armadas não fazem democracia. Mas garantem-na. Não é possível haver democracia sem Forças Armadas que a garantam. Daí, dizer Forças Armadas democráticas. Como é isto, então? Sim. Entra na sua doutrinação o fim de defender as instituições democráticas (…). Muita gente diz que as Forças Armadas são democráticas quando há militares políticos e que conhecem a máquina de conduzir o Estado. Os generais aprendem isso para melhor situarem-se no cumprimento da destinação das Forças Armadas.

… Qual o militar que não tem ouvido, desde jovem tenente, a frase enunciada por doutores, congressistas, banqueiros, comerciantes, industriais e nunca pelo chamado homem do povo: ‘O Exército precisa tomar conta disso?’ É permanecer no regime legal ou marchar para a ilegalidade (…). A questão tem interessado muito mais ao meio civil que ao próprio Exército.

Acreditam os senhores que o Exército tenha dentro de suas fileiras um conflito ideológico? Já se pode dizer que a luta entre duas ideologias que, de fato, lavra em setores da nossa nação, tenha se prolongado no Exército? Pessoalmente, eu não acredito. O Exército tem em suas fileiras alguns comunistas, uns atuantes, outros de ação bem dissimulada e vários timidamente embuçados. Tais elementos não constituem, porém, uma parte apreciável de um grande todo, a ser, então, considerado como dividido ideologicamente.

As Forças Armadas não podem atraiçoar o Brasil. Defender privilégios de classes ricas está na mesma linha antidemocrática de servir a ditaduras fascistas ou síndico-comunistas.”


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Castello: A marcha para a ditadura

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Trecho do artigo de minha autoria: Imprensa livre e imparcial (Publicado no Estadão em 22 de dezembro de 2008): “Na história republicana, até 1964, podem ser listadas mais de uma dezena de graves revoltas e crises político-militares [são quase duas]. Foram conflitos onde sempre havia chefes militares, envolvidos na política partidária, que arrastavam consigo parte da tropa numa demonstração de que o país não amadurecera para a democracia. Vários chefes, ainda no serviço ativo, participavam da política partidária não só como candidatos a cargos eletivos. Havendo ou não honestidade de propósitos, ficavam prejudicados: o compromisso, que deveria ser exclusivamente com a Nação e o Estado; e a dedicação, que deveria estar integralmente voltada para a missão constitucional. O regime militar afastou as Forças Armadas e os militares da ativa da política partidária e, desde então, as crises políticas são resolvidas nos foros apropriados”.

E esse propósito era o desse grande Chefe Militar e Cidadão exemplar – afastar a política dos quartéis.

Defenderei e cumprirei com honra e lealdade a Constituição do Brasil, inclusive o Ato Institucional que a integra. Cumprirei e defenderei ambos com determinação, pois serei escravo das leis do país e permanecerei em vigília para que todos as observem com exação e zelo. Meu governo será o das leis, o das tradições e princípios morais e políticos que refletem a alma brasileira.

Humberto de Alencar Castello Branco

Nossa vocação é a liberdade democrática, governo da maioria com a colaboração e respeito das minorias. Os cidadãos, dentre eles também em expressiva atitude as mulheres brasileiras, todos, civis e soldados, ergueram-se, num dos mais belos e unânimes impulsos de nossa história, contra a desvirtuação do regime.

Humberto de Alencar Castello Branco

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2 comentários

  1. Tudo é uma questão de opinião(N. Bonaparte).

    Nada mais controverso do que um barco sem leme ou um operário sem um feitor. Ali, aqui ou lá, sem chefe, oficial ou líder, perdida sem rumo permanecera o povo(Mao Tse Tung).

    O Brasil é um país incrível, em todos os aspectos. eu tenho só 33 anos, casado, pai. na minha eu sei o que deve ser feito, e como educar meus filhos, disso não abro mão. não há duvida. no meu trabalho sou encarregado, cabeça de cinco homens. lá eu coordeno os trabalhos de acordo com as normas vigente da CLT e da empresa. recebo ordens direta do meu gerente meu chefe, ele manda, eu obedeço. Cumpro todas as ordens eu confio nele, e não permito que auxiliar nenhum opine ou discorde das ordem ou diretivas do gerente ou da empresa. moro no Rio de Janeiro, Capital. minha opinião, o prefeito não sabe oque está fazendo, não confio nele, cidades com serviços publico como fechado(escola), comercio(fechado). O governador é um despreparado, desqualificado. não confio nele. Em resumo o problema é uma falta de horizonte, rumo, chefia. ser chefe é saber oque deve ser feito, obedecer, mandar e principalmente punir. mais ser também o único responsável pelo sucesso ou culpado pelo fracasso, O sistema republicano de democracia, nunca funcionou e hoje colher os frutos de anos fruto da desordem eletiva, em que se apodera psicopatas. Assim nunca deixaremos de passar de um conjunto de povo, para uma civilização. Será que ninguém se pergunta por que a China, Rússia, irã , sauditas. Dão certo e nós errado.

  2. As forças armadas não são lugares de doutrinação, seja ela qual for. As forças armadas possui seus pilares na hierarquia e é exatamente nisso que está sua força e sua operacionalidade. Todo soldado (soldado porquê sua paga é o soldo) está umbilicalmente ligado a hierarquia a voz de comando e assim é que deve ser e funcionar as forças armadas. Ultrapassar isso é rasgar todos os fundamentos que mantém a Instituição – Forças Armadas. Por hierarquia não se quer dizer que o soldado está obrigado a obedecer ordens absurdas ou perder sua vida só por capricho ou mesmo incompetência de seu superior. Para isso, até as normas e o próprio Código Militar ressalva. Entretanto o soldado não pode temer colocar sua vida em perigo para defender a Pátria, pois é essa a essência de seu serviço. Assim, imiscuir-se em política partidária, o soldado não o deva fazer. Mas é certo que todo homem que vive em sociedade, também faz política, pois somos políticos por natureza. O que as Forças Armadas e portanto os soldados devem é estar em harmonia com a sociedade. A garantia que se pretendeu Constitucional, foi exatamente essa. Não a garantia de Administrações de Poderes, pois se fossem essas, se estaria a impor aos soldados a peia de defesa de Despostas e Ditadores de Plantão. E não foi isso ou para isso que o Art. 142, c/c o Art. 1º, incisos e Parágrafo único, manter para que ninguém atente contra a República Federativa do Brasil. A Harmonia dos Poderes está a reboque, pois, os fundamentos dessa República estão na Harmonia e na independência dos Poderes da União. Assim que entendo o soldado e as Forças Armadas, no exercício de seu dever/poder e de suas atribuições Constitucionais.

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