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©2018 Albert Caballe Marimon

Albert-VF1 Por Albert Caballé Marimón*

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F-5EM aterrissa na BANT – Base Aérea de Natal (Ala 10) em Parnamirim/RN durante o Exercício CRUZEX 2018 (Foto: Albert Caballé Marimón).

Em operação na FAB há exatos 45 anos, o F-5 Tiger mostrou-se uma aeronave de projeto flexível, com excelente desempenho e que tem servido ao país com eficiência durante todos esses anos – e continuará a operar até a completa substituição pelos F-39 Gripen produzidos pela Saab/Embraer.


A FAB foi criada há 79 anos, em 1941; portanto, o F-5, que completa hoje 45 anos de serviço, está em operação por mais da metade da existência da Força Aérea Brasileira. Os três primeiros F-5B aterrissaram no Brasil em 6 de março de 1975, na Base Aérea de Belém.

O F-5 foi desenvolvido no final da década de 1950 e início dos anos 1960 como aeronave de treinamento e foi empregado por pelo menos 35 países. Além do Brasil, ainda é utilizado, entre outros, pelo Chile, Suíça e também os EUA, que empregam o T-38 Talon, uma variante de treinamento, que deve ser substituído proximamente pelo T/X da Boeing/Saab. A NASA também utiliza o Talon como aeronave de treinamento.

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O F-5 também já foi usado como Aggressor, e ainda é usado por algumas empresas privadas nos EUA nesse papel. Enfim, o F-5 tem uma história operacional de muito sucesso. É uma aeronave com um projeto eficiente, com bom desempenho, flexibilidade e com custo operacional relativamente baixo; e na FAB, com a modernização feita pela Embraer / AEL, ele passou a ter uma sobrevida com aviônica e armamentos mais atualizados.

Com todos esses anos de serviço na FAB, o F-5 protagonizou muitas histórias; aliás ele interceptou aeronaves da Real Força Aérea pelo menos duas vezes. Além do Vulcan durante a guerra das Malvinas em 1982, alguns aos depois, em 1995, ele interceptou um Nimrod que ia das Falklands/Malvinas para Ascenção e também seguiu ao Brasil por problemas de combustível.

O F-5 hoje é um projeto antigo? Não há nenhuma dúvida com relação a isso. Mas é uma excelente aeronave e serviu e ainda serve muito bem à FAB, cumprindo sua missão. E, em breve, os Tigres terão a merecida aposentadoria com a sua gradual substituição pelos F-39 Gripen.


Galeria – CRUZEX 2018


Assista ao vídeo F-5: confiabilidade e versatilidade há 45 anos na defesa do Brasil, do Canal Aviação Militar do Coronel Blaso

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*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing, é fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX e a Operação Acolhida. É colaborador da revista Tecnologia & Defesa e do Canal Arte da Guerra, onde, entre outras atividades, mantém uma resenha semanal de filmes e documentários militares. Entre suas atividades, já proferiu palestras para os cadetes da Academia da Força Aérea. Pode ser contatado através do e-mail caballe@gmail.com.


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10 comentários

  1. “Em operação na FAB há exatos 45 anos, o F-5 Tiger mostrou-se uma aeronave de projeto flexível, com excelente desempenho e que tem servido ao país com eficiência durante todos esses anos”.

    Nada contra a aeronave, que tem cumprido sua missão. O problema é o tempo verbal utilizado na frase. O correto seria, já há um bom tempo:

    “… com excelente desempenho e que SERVIU ao país com eficiência durante todos esses anos”.

    Se considerarmos o F-18 Hornet como sucessor do F-5E, os seus usuários já estão substituindo o substituto. Considerando toda a linhagem, depois do Hornet teve o Super Hornet e já tem o Lightning II. Ou seja, estamos 3 gerações atrasados e, quando o substituir, continuaremos com uma atrasada.

    E em que pese o Gripen E ser uma boa aeronave, seremos o único país do mundo com dimensões continentais utilizando uma aeronave leve. Ou será que nós temos mais conhecimento, experiência de combate e know how que EUA, Rússia, China, Austrália, Canadá, Alemanha, Inglaterra, França, Israel?

    No mais, belo texto, que presta homenagem merecida a este guerreiro que já deveria estar descansando há muito tempo.

    1. Olá Kleber! Estou longe de dominar o bom português, mas usei a forma “tem servido” pois ele continua servindo e seguirá servindo por um bom tempo ainda, até a completa substituição. Peço desculpas se estiver usando a forma errada! Quanto ao Gripen, não entro no mérito de termos mais conhecimento que outros países; mas com certeza temos requisitos próprios e, principalmente, orçamentos muito diferentes. Confio que a FAB selecionou uma aeronave que atende a seus requerimentos dentro do orçamento disponível; sendo assim, considero uma boa escolha. Obrigado por seus comentários sempre relevantes. Forte abraço!

      1. General, nem de longe o seu português está errado. Está corretíssimo! O erro está no planejamento de substituição do guerreiro. O erro está em ela ainda estar servindo na força. Em que pese a modernização feita, ele já deveria estar festejando no Walhala da aviação de caça (já que agora iremos usar um avião da terra de Tor e Odin).

        1. Concordo; mas por outro lado, sabemos das restrições orçamentárias que enfrentamos; além de a maioria da população não dar atenção ao tema Defesa. A arena nesse caso, não são as FA, mas sim o congresso. Um abraço!

    2. Kleber,
      A primeira versão do Gripen (JAS 39A), de fato, era um caça leve, com PMD (peso máximo de decolagem) de 12,5 ton. Esse PMD já aumentou para 14 ton na versão seguinte, o JAS39C/D. Mas o Gripen E/F (ou Gripen NG), selecionado pela FAB, já entra na categoria de caças médios, com 16,5 ton. A autonomia do Gripen E, em alcance de translado, atinge 4.070km, (2.200 milhas navais), acima do alcance de outros caças médios, como o Rafale (3.700km), ou mesmo os mais pesados, como também finalista do FX-2 Boeing F/A-18E/F Super Hornet (3.330 km). Mesmo o Su-35S, desclassificado na primeira fase do F-X2, tem alcance inferior (3.600km). Então, é óbvio que a FAB sabe muito bem a aeronave que escolheu e, como sabe também onde seus calos apertam, fez a melhor escolha para ela, na forma do F-39E/F Gripen.

      1. Caro Alexandre.

        Considero estes aumentos de peso na mesma célula prejudiciais, pois reduzem a manobrabilidade da aeronave. Peso maior com mesma área de asa aumenta a carga alar e consequentemente reduzem a manobrabilidade.
        Sobre o alcance de traslado, o Gripen E o faz com 3 tanques externos, correto? O SU-35S o faz somente com combustível interno. Neste cenário, somente com combustível interno, qual seria do Gripen E? E considerando o raio de combate do Gripen C, que é de 800km, não acredito que o Gripen E irá (no futuro mesmo) muito além dos 1.000 km. O SU-30MKx, por exemplo, tem raio declarado de 1500 km com combustível interno apenas. E o Rafale tem 1850 km, claro que com tanques externos (mesmo caso do Gripen) e o Super Hornet de 1480 km.
        Sua última frase é perfeita. O Gripen não é o melhor avião. É o que deu pra comprar.

        1. Não, Kleber. Não foi o que deu para comprar. Foi a melhor escolha, mesmo.
          E a FAB testou, na medida do possível (pois os russos não foram tão solícitos a responder aos questionamentos, que estão, em boa parte, aguardando respostas até hoje), o Su-35. Ele não é tudo isso o que seus defensores imaginam. E, na avaliação da FAB, ele seria um “pesadelo logístico”. O Gripen NG, ao contrário, impressionou muito a FAB, para usar as palavras de um ex-Presidente da COPAC (Comissão Coordenadora do Programa da Aeronave de Combate), que fez as avaliações das aeronaves.
          Sobre o alcance do Su-35, deixo as informações do seu fabricante, a Knaapo:

          https://www.dropbox.com/s/qu1h8we6hhz0tod/Interceptacao.jpg?dl=0

          https://www.dropbox.com/s/ayz6yzfwglr09ld/ataque.jpg?dl=0

          E a FAB testou tanto o Rafale como o Super Hornet. Sabe muito bem até onde vão. A FAB não leva em consideração as fichas técnicas dos fabricantes das aeronaves. Ela estabeleceu um configuração ar-ar e uma ar-superfície e estabeleceu os perfis de voo em cada configuração, testando as aeronaves nas citadas configurações. Os oficiais que realizaram as avaliações são altamente capacitados e fizeram seus relatórios, gerando mais de 30 mil páginas.

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