Por Sérgio Santana* |
Imagine uma aeronave concebida com a única missão de prover defesa aérea simultaneamente contra ameaças posicionadas do nível do mar a até 30.000 metros de altitude, para as quais está armada com mísseis de curto, médio e longo alcance (e até mesmo um canhão interno para combate aproximado) equipada com o primeiro radar aerotransportado de varredura eletrônica conectado a um sofisticado sistema conexão de dados e de detecção passiva de alvos. Além de tudo isso, este vetor possui raio de combate supersônico, velocidade de cruzeiro e máxima e alcance/autonomia inigualáveis.
Trata-se do Mikoyan Gurevich MiG-31 “Foxhound”.
Os primeiros estudos que resultaram no MiG-31 datam de 1968, quando se tornou claro para as autoridades soviéticas que era impossível manter postos de defesa aérea em regiões inóspitas do território soviético, devido ao constante mau tempo e terreno acidentado. Além desse fator as táticas de ataque estavam mudando de alta para baixa altitude, bem como armas “stand-off”, que possibilitavam o disparo de longa distância, começavam a ser desenvolvidas. Do lado ocidental o projeto que se materializaria no então Rockwell International (hoje Boeing) B-1 Lancer bem como Grumman F-111 Aardvark seriam as ameaças mais concretas.
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O primeiro protótipo do MiG-31 (designado E-155MP 83/1) voou em 16 de setembro de 1975, sob o comando do piloto chefe de testes da MiG, Alexander Vasilyevich Fedotov. A base do novo projeto foi o interceptador MiG-25 “Foxbat”; mas ao contrário deste o MiG-31 possuía motores mais econômicos e de vida útil mais longa e um segundo tripulante, encarregado de manejar um conjunto de aviônicos de combate e armamento muito mais avançados.
A nova aeronave, cuja existência foi denunciada pelo Tenente Viktor Belenko ao fugir para o Japão um ano depois com um MiG-25 e mencionar que “um Super Foxbat” estava sendo desenvolvido” (o que prontamente originou um livro, “O Roubo do MiG-31”, escrito por Craig Thomas no ano seguinte e adaptado para o cinema em 1982 como “Foxfire – A Raposa de Fogo”, estrelado por Clint Eastwood), trazia avanços até então inéditos para as forças soviéticas, como a capacidade de operar em ambientes sem cobertura radar, chamou a atenção da inteligência ocidental já em 1978, quando destruiu simultaneamente alvos voando em altitudes e velocidades diferentes.
Em 1981 o “Foxhound” foi oficialmente introduzido na IA-PVO, a Aviação de Caça da Força de Defesa Aérea, uma das divisões da então VVS, a Força Aérea Soviética, como “Sistema de Interceptação MiG-31-33” (o último número sendo uma referência aos seus mísseis R-33, codificados AA-9 “Amos” pela OTAN), alcançando capacidade operacional inicial dois anos depois, equipando o 786º Regimento de Aviação de Caça baseado em Pravdinsk.
No ano seguinte satélites norte-americanos flagraram a aeronave em um dos seus testes, com a OTAN a seguir codificando-a “Foxhound”, denominação de uma raça canina com o sentido do olfato extremamente apurado, especializada na caça a raposas.
Ainda em 1983, o MiG-31 foi acionado emergencialmente para o que se tornou o seu primeiro “tour de combate”: a proteção dos meios soviéticos envolvidos nas operações de busca dos destroços do voo sul-coreano KAL 007, que agosto daquele ano penetrou inadvertidamente no espaço aéreo soviético sendo abatido por um interceptador da IA-PVO. As tripulações de “Foxhound”, que consistiam em experientes instrutores na aeronave, deviam intimidar os caças McDonnell Douglas F-15C “Eagle” da força aérea norte-americana baseadas no Japão, que por sua vez protegiam aeronaves de patrulha naval Lockheed P-3 Orion.
Outra missão muito peculiar que envolveu os MiG-31 ainda na década de 80 ocorreu em 1985, quando acompanhados de uma aeronave de alerta antecipado e controle Beriev A-50 “Mainstay”, voou surtidas de provocação contra os caças McDonnell Douglas F-4EJ “Phantom II” da Força Aérea de Autodefesa do Japão.
No mesmo ano o MiG-31 código tático “24” foi fotografado por um F-16A pertencente ao 331º Esquadrão de Caças da Real Força Aérea Norueguesa, baseado em Bødo, assim acabando com as especulações – que haviam gerado imagens divulgadas em estudos governamentais e publicações especializadas – acerca do novo modelo.
O desmantelamento da União Soviética proporcionou a visita de aeronaves “vermelhas” a exposições ocidentais, e em 1991 o MiG-31 foi exibido em Le Bourget (França) e Abbotsford (Canadá, onde voou), provocando comentários entusiasmados acerca do seu tamanho e armamento.
Nos anos seguintes o “Foxhound” forneceu cobertura aérea a forças russas que combateram conflitos limitados em ex-repúblicas soviéticas, como na Chechênia e Geórgia.
Antes de ser declarado tripulante operacional no MiG-31, o cadete da Força Aérea da Federação Russa cursa cinco anos na Escola Superior de Aviação Militar para Pilotos, em Krasnodar. E a partir do terceiro ano inicia o treinamento básico de voo a bordo do jato tcheco Aero Vodochody L-39C Albatross.
No quinto ano passam a receber treinamento avançado, voando no MiG-29UB e Sukhoi Su-27UB.
Os futuros navegadores/operadores de sistemas do Foxhound iniciam sua instrução básica a bordo do Antonov An-26Sh e Tupolev Tu-134Sh.
Já como tenente, o futuro tripulante de “Foxhound” é enviado para a 3958ª Base Aérea, localizada em Savasleika, também conhecido como 4º Centro de Conversão de Tripulações e Avaliação, no qual será “apresentado” aos sistemas do interceptador.
De lá, o oficial parte para a 6077ª Base Aérea, em Bolshoi Savino, onde por três meses vai aperfeiçoar a sua instrução sobre o MiG-31. Mais 18 meses são necessários até que o novato – com idade entre 30 e 48 anos – seja considerado tripulante pleno na nova aeronave.
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Táticas Operacionais
É o tipo de alvo a ser enfrentado que determinará a seleção dos modos de controle da aeronave, de ataque e da tática.
O MiG-31 pode ser voado manualmente (para um ponto predeterminado, atacar um ou quatro alvos, atacar em ala, interceptação sob interferência ou empregando o detector de radiação infravermelha), de modo automático (quando a aeronave passa atuar sob as ordens do posto terrestre de comando Raduga 75P, capaz de vetorar 12 aeronaves distantes 400km, voando à altitude de até 40.000 metros, enviando-lhes comandos a cada cinco segundos), ou no modo combinado, quando o líder de uma formação transmite dados para outro líder, um elemento de MiG-31 ou até quatro “Foxhound”. É interessante notar que o Raduga 75P é operado por efetivos das Tropas Radio Técnicas, um ramo separado da Força Aérea, originado em 1955.
Os modos de ataque incluem Escolta Radar, Ataque em Equipe (com até quatro grupos de quatro aeronaves), Perseguição com Informação Incompleta e Disparo de Armas. Com relação à táticas, estas podem ser aplicadas para uma busca em determinada área, quando duas aeronaves voam em órbitas ou trajetórias paralelas, trocando informações, ou a alvos com características específicas. Estas mesmas táticas podem ser ampliadas para incluir até duas plataformas de alerta antecipado e controle (como o Beriev A-50 “Mainstay”), cada uma delas podendo coordenar dados entre até oito “Foxhound”.
Assim, bombardeiros voando a 800 km/h e à altitude entre 3.500 e 4.500m são neutralizados com o emprego de três táticas: ataque coordenado por um elemento de “Foxhounds”, com um deles saindo bruscamente da formação, enquanto dispara um R-33 cuja trajetória é atualizada pelo MiG-31 remanescente; ataque por um elemento de MiG-31 voando em diferentes direções, assim confundindo o adversário; e, por fim, ataque de um esquadrão de “Foxhounds” – 12 aeronaves – em direções distintas e transferência de controle de mísseis.
Já contra mísseis de cruzeiro, abaixo de 3.2 km de altura, com velocidade entre 750 e 1.050km/h, as tripulações de MiG-31 empregam o “Método de Busca de Alvos”, quando um elemento de “Foxhound” rastreia alvos utilizando rotas retangulares, em uma determinada área, com duas manobras de reversão a 180º. As trajetórias são simétricas em relação ao provável eixo de voo do alvo, com o ângulo de interseção coincidindo com o de varredura. Após a localização do alvo, as duas aeronaves mantêm voo nivelado até o momento de disparo dos R-33, quando então voam inclinados 45-50 graus, até que suas armas atinjam o alvo.
Finalmente, na hipótese de um combate contra aeronaves apoiadas por um avião de alerta antecipado e controle ou de guerra eletrônica – situação passível de ocorrer no teatro de operações no Ártico, em um eventual aumento de tensão – empregando a “manobra escalonada”, executada por grupos encarregados de tarefas distintas: o primeiro grupo, voando quase à altitude máxima e em velocidade supersônica possibilita ataques coordenados de cima para baixo; o segundo par se desloca à velocidade máxima permitida para baixas altitudes, usando o terreno e a parte mais fraca da cobertura radar para atacar o alvo de baixo para cima, enquanto o restante da formação executa um ataque frontal, seguido por um terceiro grupo, que tendo à frente o comandante de toda a formação, faz o ataque final.
Tal como acontece com outras aeronaves soviéticas o MiG-31 tem sido extensivamente modernizado, com a mais atual destas modernizações sendo a MiG-31BM.
Para entender adequadamente a história desta versão do “Foxhound”, que tem sido frequente protagonista de missões de interceptação e escolta da renovada KVS russa contra aeronaves e nações ocidentais, é necessário retornar até à década de 1980.
O MiG-31 é produto de muitas mentes brilhantes, incluindo a do engenheiro eletrônico Adolf Georgievich Tolkachev, um dos projetistas-chefe do Instituto de Pesquisa de Engenharia de Rádio, mais tarde conhecido como “Fazotron”.
Desiludido com a repressão soviética aos seus familiares, em janeiro de 1977 Tolkachev aproxima-se de altos funcionários do governo norte-americano em um posto de combustível em Moscou, reservado à diplomacia estrangeira, e depois de perguntar ao um dos motoristas em espera se ele era americano, discretamente lança um bilhete para dentro do carro.
Tem início então o que é considerada uma das mais abrangentes, benéficas ou danosas (para os soviéticos) operações de repasse de documentos secretos de todos os tempos, já que Tolkachev, sob o codinome “CKSPHERE”, entregou absolutamente todos os detalhes técnicos dos sistemas de armas e aviônicos de missão de todas as aeronaves projetados pela empresa em que trabalhava, incluindo, obviamente, os do MiG-31. Entretanto, isso foi descoberto apenas após a sua prisão em maio de 1985, provocando a sua execução no ano seguinte, apesar dos pedidos por clemência.
Como resultado direto da espionagem de “CKSPHERE” para a CIA, em 1987 o governo soviético determinou o desenvolvimento do MIG-31B, equipado com uma versão melhorada do radar Zaslon (“Escudo”), a Zaslon-A, caracterizada por nova antena e software aperfeiçoado, lançador de flares UV-3A, e o mais importante, uma variante com ogiva nuclear do míssil Vympel R-33 (AA-9 “Amos”), denominada R-33S (de “Spetsyalnaya”, especial), tornando o MiG-31B o único interceptador armado com mísseis nucleares do planeta desde então.
A “nova” aeronave, denominada “Sistema de Interceptação MiG-31-33B”, começou a ser produzida em 1990 (mesmo ano do início da produção do R-33S, que durou até 1997) e foi oficialmente introduzida em serviço na ainda VVS em outubro de 1999.
Surge o MiG-31BM
Em janeiro daquele ano, contudo, um exemplar do MiG-31B, registrado “58”, foi apresentado como um demonstrador de uma proposta de modernização para o tipo, designada “MiG-31BM”, iniciais em russo para “Grande Modernização”. Mudanças na direção do projeto determinaram que o mesmo ressurgisse em 2001, com o MiG-31BM “58” voando pela primeira vez em setembro de 2005, seguido por mais dois exemplares (“59” e “60”), que estabeleceram o padrão das mudanças a serem aplicadas nos MiG-31B.
Em 2007 o novo modelo foi aprovado nos testes estatais de aceitação e obteve autorização para a produção seriada, através de um contrato que cobriu as 12 primeiras aeronaves a serem modificadas até 2011; contratos adicionais assinados neste mesmo ano e em 2014 asseguraram a modernização de mais 60 e 53 MiG-31B, respectivamente, fazendo com que todos os exemplares operacionais sejam modificados para o novo padrão até 2018.
Os dois primeiros MiG-31BM concluídos foram entregues em março de 2008 para a conversão inicial de tripulantes. Em termos técnicos, o MiG-31BM abrange novo sistema de controle de fogo, sistemas de autodefesa e armamento.
O sistema de controle de fogo, projetado pela instituição NIIP “Tikhomirov” e denominado “Zaslon-AM”, é composto pelo radar aperfeiçoado 8BM, computador Baget 55-06-08 e rastreador de infravermelho 8TK, a única peça “herdada” dos primeiros “Foxhound”.
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O radar 8BM, do tipo Doppler e alta frequência de repetição de pulso, com ângulo de varredura em azimute de ± 60 graus e elevação de ± 35 graus, possui alcance máximo de 240 km e capacidade de rastrear, detectar, identificar e acompanhar exclusivamente alvos aéreos (no total de 24 e a seguir atacar oito deles ao mesmo tempo) nos seguintes modos: hemisférios dianteiro, traseiro, acima (look up) e abaixo (look down) da altitude de voo da aeronave, Iluminação e transmissão de rádio-correção da trajetória dos alvos aéreos com comandos para controlar mísseis semiativos, identificação amigo/inimigo, operação sob contra-contramedidas eletrônicas e ataque por medição das coordenadas de um interferidor (jammer). O dispositivo detecta, pelo hemisfério dianteiro, um bombardeiro com área de reflexão radar de 19m2 a distância máxima de 200 km, enquanto um caça com área de 3m2 pode ser rastreado, a partir do hemisfério traseiro, a no máximo 35 km. O rastreador de radiação infravermelha 8TK tem alcance máximo de 56 km.
A capacidade de atuar em combate utilizando enlace de dados (datalink) em coordenação com outras aeronaves foi outra das inovações do “Foxhound”. No MiG-31BM tal função é executada pelo dispositivo APD-518, capaz de conectar autonomamente quatro dessas aeronaves em uma barreira de 800 km de extensão (ou distante 2000 km de um posto terrestre de controle, ou, ainda, de uma aeronave AEW&C como o Beriev A-50 “Mainstay”). Alternativamente, três caças MiG-23 “Flogger”, MiG-29 “Fulcrum” ou Sukhoi Su-27 “Flanker” podem ser guiados por um MiG-31BM, também atuando contra alvos situado entre 50 e 28.000 m de altitude. Um exemplo de ação de combate com o APD-518 seria a detecção de alvos por um MiG-31BM líder de uma formação e a transmissão da localização dos mesmos para os demais integrantes da esquadrilha, que a seguir disparariam para alvos diferentes, sem a necessidade de ativar os seus radares.
De acordo com as últimas informações disponíveis a suíte de guerra eletrônica definitiva do MiG-31BM é a L370K1 “Vitebsk”, do fabricante Kret.
A L370K1 “Vitebsk” é uma versão adaptada para o MiG-31BM de um equipamento já instalado ou em previsão de equipar uma variada gama de aeronaves como os helicópteros Mil Mi-8 “Hip”, Mi-26 “Halo”, Mi-28 “Havoc”, Kamov Ka-52 “Hokum-B” e os transportes Antonov An-72 “Coaler”, An-124 “Condor”, Ilyushin Il-76/476 “Candid”, Il-78 “Midas” e Il-112V. A “Vitebsk” permite o rastreio, a identificação e acompanhamento de ameaças que resultem em mísseis disparados dentro de um raio de centenas de quilômetros, sejam guiados por calor ou laser, o que em seguida vai determinar a contramedida ativa a ser acionada. O principal componente do “Vitebsk” é o L-370-3S, um interferidor digital projetado para neutralizar mísseis guiados a laser e por infravermelho.
O MIG-31BM (e as versões anteriores) é o avião de combate mais rápido do mundo hoje, com uma velocidade máxima de 3.000 km/h (MACH 2,85) e velocidade de supercruzeiro de 2.500 km/h. Ainda que não seja tão ágil quanto um Sukhoi Su-27/30/35 “Flanker” ou MiG-29 “Fulcrum”, o MiG-31 pode executar manobras de até 5 G em velocidade supersônica.
A estrutura é componente essencial para suportar as grandes variações térmicas resultantes da operação sob elevadas velocidades e altitudes, metade da qual é composta por aço inoxidável (das versões VNS-2, VNS-5, EI-703, EI-878, SN-3, VNL-3 e VL-1), enquanto 33% são formados por ligas de alumínio D-19 e VAL-10 e 16% integrados por titânio OT4-1, VT-20, VT-21L e VT-22. O 1% restante é a soma de outros materiais, a exemplo do Plexiglass tipos SO-200 e AO-120, que formam os painéis envidraçados.
Por fim, no que diz respeito a armamento, o MiG-31BM conservou o canhão de seis canos rotativos e 260 munições em calibre 23 mm Gryazev-Shipunov GSh-6-23 que sempre armou o “Foxhound”, cuja cadência de 8.000 disparos/minuto é superior a uma arma similar, o General Electric M61 Vulcan de 20 mm, que equipa a maioria dos caças ocidentais.
Mas os seus mísseis foram modernizados. Em adição aos R-33/R-33S, o MiG-31BM pode ser armado com os seguintes mísseis:
- Quatro Vympel K-37M/RVV-BD (AA-X-13 “Arrow”), que possui sistema de guiagem por comandos de rádio/inercial e depois por radar ativo, alcance de até 398 km contra alvos voando entre 15 e 25.000 metros de altitude e manobrando a 8G, a serem destruídos por sua ogiva de 60 kg detonada por proximidade ou por contato direto.
- Quatro (ou dois) Vympel K-77-1/R-77-1 (AA-12 “Adder”), com o mesmo sistema de guiagem do K-37M, mas alcance entre 300 metros e 110 km, contra alvos voando em todas as direções, entre 20 e 25.000 metros de altitude e manobrando a até 12G, a serem destruídos por sua ogiva de 22,5 kg detonada também por proximidade a laser e contato direto. Esta arma substituiu os Bisnovat R-40R/T (AA-6 “Acrid”), das primeiras versões do “Foxhound”.
- Quatro (ou dois) Vympel R-73 (AA-11 “Archer”), guiados por radiação infravermelha emitida pelo alvo, com alcance entre 300 m (contra alvos no hemisfério traseiro) e 30.000 m (alvos no hemisfério dianteiro), contra alvos voando entre 20 m e 20.000 m de altitude, manobrando a até 12G, a serem neutralizados por sua ogiva de 8 kg, detonada por proximidade a laser ou radar. Os “Archer” substituíram os Molniya R-60 (AA-8 “Aphid”) em serviço com os MiG-31 iniciais.
Embora o MiG-31BM possa ser facilmente reconhecido por um periscópio retrátil colocado sobre o cockpit do piloto, outras modificações incorporadas na aeronave são internas, como os rádios R800L, o sistema de navegação por satélite A737 e telas multifuncionais de cristal líquido (LCD) para o piloto e o operador de sistemas de armas/navegador. O conjunto de alterações aumentou o peso máximo de decolagem, elevando-o para 46.835 kg, possivelmente influindo no alcance, em uma configuração desconhecida, de 1.242 km e teto de serviço de 20.000 m.
Pretende-se que a vida útil do MiG-31 seja estendida até a primeira metade da década de 2020, quando esta aeronave sem análogo no ocidente começará a ser substituída pelo resultado do projeto PAK-DP, por vezes denominado MiG-41 e definido por características ainda mais surpreendentes, como a velocidade máxima de Mach 4 e uma suíte de armas completamente renovada, que inclui mísseis com inteligência artificial e armas laser, bem como design de baixa detecção radar, ou stealth.
*Sérgio Santana é Bacharel em Ciências Aeronáuticas pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) e pós-graduando em Engenharia de Manutenção Aeronáutica pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC/MG). Pesquisador do Núcleo de Estudos Sociedade, Segurança e Cidadania (NESC-UNISUL), Sérgio é autor de livros sobre aeronaves de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento. E-mail: srscerqueira@gmail.com
Na pratica é uma aeronave de sucesso. Não sabia sobre a versão BM!
Sergio Santana é especialista e gosta muito da aviação russa. Vamos aprendendo!
Baita interceptador, com essa atualização ainda vai cumprir seu papel por um bom tempo.
Exatamente, Nilton.
Interceptador puro, para um país continental. Aguardando o MiG41…