USS Nimitz permanecerá no Oriente Médio

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O porta-aviões USS Nimitz e o contratorpedeiro USS John Paul Jones fotografados navegando no Estreito de Ormuz em 9 de novembro de 2020 (Foto: US Navy).

Apenas 96 horas depois de agradecer o trabalho da tripulação do strike group do USS Nimitz e anunciar as ordens para sua “volta para casa”, o secretário de defesa interino dos EUA, Chris Miller, ordenou que o grupo de batalha permaneça no Oriente Médio. A ordem é parte de medidas dissuasórias dos EUA para o caso de ataques iranianos devido ao aniversário do assassinato do chefe da Força Quds do IRGC, general Qassem Soleimani.


Em comunicado oficial do Pentágono, Chris Miller, secretário de defesa interino dos EUA, disse que “Devido às recentes ameaças emitidas por líderes iranianos contra o presidente Trump e outros funcionários do governo dos EUA, ordenei ao USS Nimitz (CVN-68) que interrompesse sua redistribuição de rotina. O USS Nimitz agora permanecerá em posição na área de operações do Comando Central dos EUA”. Miller acrescentou que “Ninguém deve duvidar da determinação dos Estados Unidos da América”.

Para a tripulação do strike group, as ordens possivelmente pareceram confusas, pois uma vez que os americanos obviamente sabiam do aniversário da morte de Soleimani, não está claro por que o porta-aviões recebeu ordens contraditórias em tão curto espaço de tempo.

Com 100.000 toneladas, o super porta-aviões USS Nimitz entrou em serviço em 1975 e é um dos maiores navios de guerra americanos. É o primeiro de 10 navios da classe que leva seu nome. Os demais são o Dwight D. Eisenhower, Carl Vinson, Abraham Lincoln, Theodore Roosevelt, George Washington, John C. Stennis, Harry S. Truman, Ronald Reagan e George H. W. Bush. Os navios dessa classe operam uma ala aérea de 70 a 90 aeronaves e contam com cerca de 5.600 tripulantes, dos quais aproximadamente 2.500 pertencem ao componente aéreo. Essas belonaves empregam mísseis Sea Sparrow e sistemas Phalanx CIWS (Close-In Weapons System, sistema de defesa aérea de ponto) e contam com uma grande variedade de radares e sensores avançados.

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O Nimitz traz embarcada a Ala Aérea 17, composta por nove esquadrões de aeronaves de asa fixa e rotativa e seu grupo de ataque é composto também pelo cruzador USS Princeton e pelos destroieres USS John Paul Jones, USS Sterett e pelo USS Ralph Johnson.

O Nimitz estava operando na costa da Somália com o ARG (Amphibious Ready Group, Grupo Anfíbio de Prontidão) do USS Makin Island apoiando o reposicionamento de militares americanos a outros países da África Oriental. O ARG do Makin Island consiste, além do próprio, nos navios de transporte anfíbio USS Somerset e USS San Diego. Um total de 2.500 fuzileiros da 15ª MEU (Marine Expeditionary Unit, Unidade Expedicionária de Fuzileiros Navais) estão embarcados nos três navios. O Makin Island também opera um esquadrão de caças F-35B dos Marines.

Além de um breve exercício com a marinha indiana e a recente missão ao largo do Chifre da África, o Nimitz tem operado no Golfo Pérsico, no Mar da Arábia e no Golfo de Omã desde julho, como parte da presença quase constante de porta-aviões dos EUA na região desde maio de 2019. Recentemente o SSGN (Ship, Submersible, Guided-Missile, Nuclear, submarino nuclear de mísseis guiados) USS Georgia, acompanhado pelos cruzadores USS Port Royal e Philippine Sea, cruzaram o Estreito de Ormuz. Os SSGN são plataformas versáteis, equipadas com recursos avançados de comunicação e capacidade para transportar até 154 mísseis Tomahawk. Também podem ser configurados para hospedar até 66 militares de Forças de Operações Especiais.


*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing. Depois de atuar trinta e sete anos em empresas nacionais e multinacionais, há cinco anos dedica-se à atividade de pesquisador nas áreas de História Militar, Defesa e Geopolítica. É fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX, a Operação Acolhida, o Exercício Treme Cerrado e proferiu palestras na AFA, Academia da Força Aérea. É colaborador da revista Tecnologia & Defesa e do Canal Arte da Guerra. E-mail caballe@gmail.com.

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3 comentários

  1. É o bom e velho “melhor prevenir do que remediar”. Negligenciar potenciais ameaças aos interesses nacionais (norte-americanos, neste caso) seria um erro, ainda mais com os fatores extras (exercícios militares conjuntos na Palestina, coordenados pelo Irã, o discurso de vingança pelas eliminações de figuras importantes na hierarquia militar iraniana) no atual momento. Aguardemos para ver o que vem literalmente à tona. Forte abraço!

  2. Otimo, como dizia o Presidente americano Theodore Roosevel Jr, “Fale com suavidade, mas tenha um porrete grande”.

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