Explosão em Beirute (atualizações)

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Albert-VF1 Por Albert Caballé Marimón*

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Bombeiros combatem um incêndio após a maciça explosão em Beirute, Líbano, em 4 de agosto de 2020 (Foto: Reuters/Mohamed Azakir).

Duas explosões atingiram a capital libanesa de Beirute ontem às 18h00 (horário local). Ainda não há confirmação do total de vítimas e danos, mas as estimativas mostram prejuízos gigantescos em vidas e perdas materiais. Tampouco há ainda indicações seguras sobre as causas; o foco neste momento é nos trabalhos de resgate às vítimas e combate às chamas.


Conforme informado ontem, ocorreram duas explosões, sendo a segunda muito mais violenta que a primeira. Dados coletados pelo United States Geological Survey indicam que a segunda explosão criou uma onda sísmica equivalente a um terremoto de magnitude 3.3 na escala Richter; segundo o centro de geociências alemão GFZ, alcançou a força de um terremoto de magnitude 3,5; e de acordo com o Observatório Sismológico Jordaniano a explosão foi equivalente a um terremoto de magnitude 4.5. Qualquer que seja o dado correto, foi uma explosão violentíssima.

Ainda não há informação oficial sobre as causas. A agência de notícias estatal libanesa NNA informou que as explosões foram causadas por um incêndio em um armazém com produtos inflamáveis na área portuária, mas não há maiores esclarecimentos até este momento. Relatos iniciais indicam que o produto armazenado seria nitrato de amônia. O material teria sido confiscado e estaria no depósito desde 2014.

Devido às crescentes tensões no Sul do Líbano entre Israel e o Hezbollah, foi aventada a hipótese de que as explosões poderiam ter sido causadas pelos israelenses. No entanto ambos negaram qualquer envolvimento. O primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, afirmou que os culpados serão punidos assim que forem identificados.

As explosões aconteceram poucos dias antes de o Tribunal Especial do Líbano, com sede na Holanda, emitir, nesta sexta-feira 7 de agosto, o veredito do julgamento de quatro acusados de participar do assassinato do ex-primeiro-ministro Rafiq Hariri, há 15 anos. Os quatro acusados seriam membros do Hezbollah.

Além dos bombeiros, militares libaneses também estão atuando nos resgates e controle dos focos de incêndio. Diversos países, entre eles França, Rússia, Iraque, Qatar e Kuwait estão enviando ajuda na forma de equipamentos e suprimentos. Informações indicam pelo menos 100 mortos e mais de 4.000 feridos. Além das perdas humanas, o governador de Beirute, Marwan Abboud, estima que os prejuízos materiais estão entre 3 e 5 bilhões de dólares. O Líbano já atravessa uma grave crise econômica, agravada pelo COVID-19.

Fragata Independência

Informações dão conta de que a fragata Independência, participando da UNIFIL, suspendeu do porto de Beirute ontem às 10h00. A explosão ocorreu por volta de 18h00, portanto oito horas depois. A Independência estava patrulhando à uma distância de 7 milhas (cerca de 13 km) do porto. Ainda assim, a onda de choque foi sentida no navio com grande intensidade. Não há danos nem feridos na embarcação brasileira, que após a explosão seguiu ao porto para prestar assistência.

Análises mais detalhadas serão publicadas assim que houverem informações mais conclusivas.


ASSISTA AO VÍDEO 1.345 (MINI-LIVE) DO CANAL ARTE DA GUERRA: EXPLOSÃO EM DEPÓSITO DE NITRATO DE AMÔNIA NO LÍBANO DEIXA 78 MORTOS


*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing. Depois de atuar vários anos em empresas nacionais e multinacionais, tornou-se fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX e a Operação Acolhida e proferiu palestras na Academia da Força Aérea. É colaborador da revista Tecnologia & Defesa e do Canal Arte da Guerra. Pode ser contatado através do e-mail caballe@gmail.com.


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2 comentários

  1. É triste toda essa situação, tenho muitos amigos árabes, meu professor de Árabe era da Síria, mas é um ser humano fora do comum. Recentemente houve uma explosão semelhante em Cubatão/SP com esse mesmo material, e o controle é muito difícil e demorado até mesmo por falta de recursos especializados por parte dos Bombeiros, ele já é armazenado separadamente antes da produção justamente para evitar o contato, já exportei muito esse tipo de material e o cuidado com ele é muito grande, geralmente cada produto ia em um veículo separado. Que Deus abençoe esse povo.

    1. Allan, muito obrigado pelo depoimento. Neste momento nos solidarizamos com o povo libanês e aguardamos que tudo seja esclarecido brevemente e da melhor forma possível. Forte abraço!

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