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Por Gen Bda Luiz Eduardo Rocha Paiva*

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Escola Superior de Guerra

800px-Ass_Diplomados_da_Escola_Superior_de_Guerra.pngO General-de Brigada Rocha Paiva foi convidado para ser o Paraninfo da turma de formandos de 2019 da ADESG (Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra). Este foi seu discurso, que o Blog Velho General tem a honra de reproduzir.


Senhor Reitor da Universidade Federal do Triangulo Mineiro, Professor Doutor Luiz Fernando Resende dos Santos Anjo

Na pessoa de quem saúdo as demais autoridades presentes.

Caros formandos e formandas da ADESG 2019.

Senhoras e senhores.

No final de setembro deste ano, estive nesta ADESG para ministrar duas palestras durante o ano letivo de 2019. Ao final da segunda jornada fui surpreendido e honrado com o convite para ser paraninfo da desta turma de formandos.

Foi um momento de pura realização pessoal, como bem podem avaliar os que tiveram, ou ainda têm, a alegria e a vibração de se dedicar às atividades de ensino. Assim me senti pois, dos meus 38 anos na ativa do Exército, passei treze como instrutor, três dos quais, sendo Diretor de Ensino e Comandante da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército.

Cumprimento os formandos da ADESG 2019 pela relevante conquista. Vocês constituem um universo de cidadãs e cidadãos que têm consciência da importância de construirmos um país ciente da dimensão que precisa ter no concerto global e dos desafios, internos e externos, que se apresentarão para alcançar tal status.

Alguns desafios precisam ser destacados, pelas ameaças que representam e, todos nós, inclusive os formandos e formandas, terão um papel relevante no seu enfrentamento, pois as atitudes de cada um contribuirão para construirmos o futuro que ansiamos para o Brasil.

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Anotações sobre um Centro de Excelência na Memória do Brasil: Escola Superior de Guerra

  • José Amaral Argolo (Autor)
  • Em português
  • Capa Comum

Se todos deixarmos para outros assentarem os pequenos tijolos do Castelo Brasil, ele jamais ficará pronto. A missão é de todos nós.

Vivemos um mundo de conflitos e a globalização, tornando o mundo pequeno, os trouxe para o entorno estratégico brasileiro. As potências mundiais, enfrentando-se nesse entorno, potencializarão os desafios. Isso indica a premência de tempo para o Brasil se tornar uma potência com capacidade de dissuasão extra regional, isto é, respeitada pelas principais potências mundiais. Em todas regiões onde elas disputam poder, os países locais sofrem as consequências quando não têm poder de dissuasão.

O conflito de ideologias radicais entre si polarizou a sociedade, com prejuízo da coesão nacional pois, além de não aceitarem o contraditório, negam, muitas vezes, a própria existência do adversário político. Desprezam a democracia e as liberdades fundamentais do ser humano. A sociedade precisa, com firmeza e urgência, disciplinar e neutralizar esses grupos radicais pois, com eles no poder, mesmo alternando-se, a nação ficará andando de lado e jamais seguirá adiante. Enfrentem esse desafio!

Talvez o mais significativo desafio seja a moralização da vida política e social do país. A nação, todos nós, temos que mostrar firmeza e perseverança, exigindo das autoridades dos três Poderes, que preservem as conquistas da Operação Lava Jato e não impeçam a sua continuidade. É preciso neutralizar o poder político e social de lideranças corruptas, fisiológicas e patrimonialistas, que tanto mal vêm causando ao Brasil.

O Brasil sofre um processo permanente de revolução socialista de linha marxista e gramcista. Importantes segmentos da sociedade estão sob controle de lideranças e militantes dessa ideologia radical, hoje empenhada numa revolução de viés prioritariamente cultural, para substituir princípios e valores morais da civilização cristã ocidental; atomizar a família tradicional; enfraquecer o aparato de segurança do Estado – OSP, Justiça e Forças Armadas – a fim de agravar o conflito interno e a insegurança pública, controlar a sociedade, tomar o poder e implantar a ditadura socialista.

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Assista ao Vídeo do Canal Arte da Guerra:

O êxito das reformas econômicas será a base para toda essa gama de feitos que permitirão ao Brasil superar os desafios aqui resumidos.

Em síntese, o Brasil que sonhamos seria:

Um país reconhecido globalmente como defensor da paz e dos direitos humanos, mas com poder nacional para defender os interesses vitais da nação, interna e externamente; capaz de manter o desenvolvimento contínuo, com responsabilidade ambiental; e cuja gestão estratégica proporcione bem-estar econômico e social a toda a população. Que seja uma democracia, de fato, preservando as liberdades fundamentais e os direitos humanos, e onde a justiça seja escorada em uma legalidade honrada pela legitimidade do arcabouço jurídico.

Que o Estado seja um facilitador do processo econômico e não um interventor, que prevaleça a descentralização, a liberdade econômica com responsabilidade social, que confira oportunidades efetivas aos mais necessitados. Que uma reforma educacional calcada em cultura, conhecimento e em civismo, sem ideologias, recupere princípios e valores garantes da paz social e da evolução equilibrada dos costumes e tradições.

Senhores e senhoras, caros formandos e formandas, esta é a mensagem que desejava deixar, na condição de paraninfo da turma da ADESG de 2019.

Confiemos no Brasil, pois nosso povo é patriota, trabalhador e solidário. Só quer uma liderança com integridade moral e espírito cívico para confiar. O país precisa é de todos nós! Parabéns e sejam felizes. Brasil acima de tudo!


Conheça mais sobre a ADESG, visite: adesg.org.br



*Luiz Eduardo Rocha Paiva é general-de-brigada. Formado aspirante a oficial pela AMAN em 1973, entre seus muitos altos estudos possui doutorado, mestrado e pós-graduação pela ECEME, ESAO e FGV. Estagiou na 101ª Air Assault Division, do Exército dos EUA, foi Observador Militar da ONU em El Salvador e fez o Curso de Estado-Maior na Escola Superior de Guerra do Exército Argentino. Comandou o 5º Batalhão de Infantaria Leve (Regimento Itororó), em Lorena/SP, quando cumpriu missão de pacificação em conflito entre o MST e fazendeiros no sul do Pará, em 1998. Foi Chefe da Assessoria Especial do Gabinete do Comandante do Exército, comandou a ECEME e foi Secretário-Geral do Exército. É Professor Emérito da ECEME, membro da Academia de História Militar Terrestre do Brasil e colaborador do Centro de Estudos Estratégicos do Exército. Recebeu diversas condecorações e medalhas nacionais e estrangeiras e publica artigos sobre temas políticos e estratégicos em jornais e revistas nacionais e estrangeiras.


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