Documentos da Guerra Fria: Reação Mundial à Invasão Soviética do Afeganistão

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Traduzido e adaptado para o idioma português por Albert Caballé Marimón*

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Paraquedistas soviéticos em Cabul, Afeganistão, 25 de março de 1986 (Foto: US DoD/Domínio Público)

Este Memorando de Inteligência foi produzido em fevereiro de 1980, após a Sexta Sessão Especial de Emergência da Assembleia Geral da ONU, que tratou da invasão do Afeganistão pela URSS. O memorando analisa a posição, tendências e motivações dos diversos países em relação à questão.


Sumário1

A reação pública internacional à invasão soviética do Afeganistão tem sido extremamente negativa, embora em variados tons de intensidade.

No caso de vários estados, a reação negativa em privado entre os líderes do governo foi mascarada pelo silêncio ou, em alguns casos, pelo apoio público morno à invasão. Algum apoio público a Moscou, particularmente por estados árabes radicais, ocultou apreensões privadas sobre os objetivos futuros dos soviéticos.

Como esperado, a aprovação total veio somente daqueles países que mantêm relações bem estabelecidas com ou dependem da URSS, como os estados do Pacto de Varsóvia, Cuba, Etiópia e Angola. E a Hungria, a Polônia e a Bulgária, embora prestem apoio oficial, expressaram temores particulares aos diplomatas americanos de que a invasão prejudicaria suas crescentes relações econômicas com os Estados Unidos.

A natureza das reações e as razões por trás delas variaram com as preocupações geopolíticas, econômicas, militares e religiosas de cada país:

  • A maioria dos dezoito votos contra a resolução da Assembleia Geral da ONU que pedia a remoção de todas as tropas estrangeiras do Afeganistão vieram de países comunistas ou marxistas ou de estados fortemente dependentes de Moscou para apoio econômico e militar.
  • Muitos países do Oriente Próximo e do sul da Ásia veem a situação afegã como um problema entre as superpotências no qual elas não deveriam se envolver.
  • Muitos outros países em desenvolvimento veem a crise em termos de “Superpotências versus Terceiro Mundo”.
  • Partidos e grupos políticos religiosos islâmicos em todo o mundo têm sido hostis à intervenção soviética.

Sobre a questão de sanções e represálias contra a União Soviética, poucos estados estão agindo por conta própria. Aqueles que o fazem geralmente têm recursos financeiros e militares por causa de sólidas relações com os EUA.

Alguns estados, como Egito e China, prometeram publicamente ajuda aos guerrilheiros afegãos. A maioria das nações pequenas e em desenvolvimento, no entanto, provavelmente prefere uma ação coletiva, se houver, e não irão além do voto na resolução da ONU.

Algumas das nações africanas menores parecem ter se abstido na votação para evitar pôr em risco seu acesso à ajuda tanto do bloco ocidental como do comunista. No entanto, alguns que buscaram ajuda soviética, como a Jamaica, votaram a favor da resolução da ONU, possivelmente com algum custo para si mesmos.

Estados Árabes

Os estados árabes moderados geralmente condenaram a invasão soviética do Afeganistão. Dos árabes radicais, apenas o Iraque criticou os soviéticos. Os outros estados radicais e os palestinos ofereceram vários graus de apoio público a Moscou, embora alguns sejam críticos e apreensivos em relação aos objetivos soviéticos na região.

Dentro das fileiras moderadas, apenas o Egito tomou medidas concretas para penalizar a URSS. A recente tentativa de melhora nas relações egípcio-soviéticas quase desmoronou. O Cairo cancelou seus planos de enviar um embaixador a Moscou e ordenou uma forte redução na presença diplomática soviética no Egito. O Cairo repetiu sua oferta de instalações militares para uso dos EUA no enfrentamento de crises no Oriente Médio e apelou a outros estados islâmicos para que se unissem em uma campanha antissoviética. Autoridades egípcias de alto escalão se encontraram – e prometeram assistência militar – a líderes afegãos exilados.

Arábia Saudita e Marrocos, que não sofrem com o isolamento diplomático do Egito no mundo árabe, trabalharam com o Paquistão para convocar uma reunião de Ministros Islâmicos das Relações Exteriores. Este encontro foi lembrado em um pedido de maior assistência ao Paquistão, Irã e insurgentes no Afeganistão, condenação adicional dos soviéticos e suspensão da participação afegã na conferência islâmica. O único membro árabe do Conselho de Segurança da ONU, a Tunísia, se uniu a membros islâmicos não árabes no patrocínio da resolução vetada pelos soviéticos, pedindo o fim do envolvimento militar estrangeiro no Afeganistão. Todos os árabes moderados votaram a favor da resolução da Assembleia Geral.

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Dos estados árabes radicais, o Iêmen do Sul defendeu vigorosamente os soviéticos por causa de sua relação de fornecimento de armas da URSS e porque os dois países recentemente assinaram um tratado de amizade. A Síria e a Organização de Libertação da Palestina também apoiaram os soviéticos publicamente, mas com muito menos entusiasmo. Membros da “Frente Firme” Árabe – Síria, Argélia, Líbia, Iêmen do Sul e OLP2 – reuniram-se em Damasco em dezesseis de janeiro, na tentativa de obter um apoio árabe renovado para sua campanha anti-Egito e anti-EUA. Todas as referências em sua declaração conjunta de conclusão que pertencia à URSS eram positivas e elogiaram as políticas e a orientação do novo governo no Afeganistão. No entanto, a Argélia, a Líbia e a OLP decidiram participar da reunião de Ministros Islâmicos do Exterior sobre o Afeganistão. O presidente iraquiano Saddam Hussein condenou pessoalmente os soviéticos, alimentando especulações de que as apreensões de Bagdá sobre os objetivos soviéticos na região poderiam levar o Iraque a revogar seu tratado de amizade com a URSS.

Os comentários da mídia árabe sobre a situação afegã deixaram claro que muitos árabes, mesmo os pequenos estados moderados do Golfo Pérsico, veem a crise principalmente como um problema entre as superpotências que os árabes deveriam evitar. Essa atitude reduz a probabilidade de os árabes cooperarem com os EUA em qualquer ação antissoviética que acarrete riscos ou custos para eles. Alguns porta-vozes árabes complementaram a seus ataques à URSS com avisos contra uma possível ação militar dos EUA na região do Golfo Pérsico.

Alguns árabes têm defendido suas respostas moderadas à invasão soviética como estando de acordo com suas políticas relativas à ocupação de terras árabes por um proxy (entenda-se “procurador”) americano – Israel. Os árabes acreditam claramente que a questão palestina não resolvida, e não o expansionismo soviético, é a ameaça mais séria à estabilidade política no Oriente Médio.

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Israel

Previsivelmente, os israelenses interpretam os eventos recentes no Irã e no Afeganistão como sustentação de sua antiga afirmação de que o fator desestabilizador central na região não é o conflito árabe-israelense, mas uma combinação de expansionismo soviético, crescente instabilidade doméstica nos estados muçulmanos e o renascimento islâmico. Dada a sua percepção de agravamento rápido da estabilidade regional, o governo Begin3 está ainda menos disposto a considerar grandes concessões sobre a autonomia palestina. Em vez disso, Begin enfatizará cada vez mais a necessidade “maior” da cooperação crítica em segurança regional entre os EUA, Egito e Israel.

Irã

O Irã condenou oficialmente a invasão soviética do Afeganistão, e muitas autoridades iranianas, tanto seculares quanto clericais, criticaram fortemente os soviéticos. A embaixada soviética em Teerã foi atacada duas vezes por multidões afegãs e iranianas. As relações já tensas entre Teerã e Cabul se deterioraram ainda mais. Pelos padrões iranianos recentes, no entanto, a reação foi contida. O aiatolá Khomeini não comentou publicamente diretamente o movimento soviético e o Irã assumiu uma posição discreta na ONU. Em parte, isso refletiu a preocupação do Irã com a crise dos reféns4 e sua necessidade de apoio soviético no Conselho de Segurança da ONU. Além disso, os iranianos conhecem bem o poder militar soviético e não querem provocar seu vizinho do norte.

Sul da Ásia

Entre os países do sul da Ásia, a reação da Índia aos eventos no Afeganistão foi a mais moderada. As respostas dos outros quatro países foram muito mais negativas e todas foram temperadas por considerações regionais e domésticas. Apenas um estado, o Paquistão, é diretamente afetado pela invasão soviética, mas tende a ver a situação tanto como uma oportunidade quanto como uma ameaça a longo prazo.

Forte crítico da intervenção soviética, o Paquistão organizou uma conferência de ministros islâmicos das relações exteriores, que começou em Islamabad em vinte e sete de janeiro. [TRECHO SUPRIMIDO] condenam a URSS, pedem a retirada imediata de suas tropas do Afeganistão, recusam o reconhecimento do regime de marionetes em Cabul, prometem apoio ao movimento de resistência afegão e estudam a possibilidade de impor sanções econômicas à URSS. Essas ações seriam consistentes com a veemente denúncia pública do Paquistão à ação soviética, baseada em medos reais sobre as intenções soviéticas em relação ao Paquistão, particularmente na província do Baluquistão, bem como o efeito a longo prazo de uma presença militar soviética nas fronteiras do Paquistão.

A convocação dos ministros islâmicos das Relações Exteriores, no entanto, é apenas uma das táticas de Islamabad para alinhar apoio à sua posição. As negociações com os EUA e a China levarão a outras possibilidades. [TRECHO SUPRIMIDO] ajuda militar [TRECHO SUPRIMIDO].

A Índia, cujas políticas externas e de defesa são decididas pela primeira-ministra Indira Gandhi5, acentuou a invasão soviética. Embora não [TRECHO SUPRIMIDO]

[PARÁGRAFO SUPRIMIDO]

[PARÁGRAFO SUPRIMIDO]

Bangladesh, Nepal e Sri Lanka condenaram fortemente a invasão soviética. No final de dezembro e início de janeiro, Bangladesh participou ativamente da ação do Conselho de Segurança no Afeganistão e foi um dos primeiros a apoiar a convocação da conferência de ministros islâmicos das relações exteriores. Manifestações de grupos islâmicos ocorreram em frente à embaixada soviética em Dacca, e houve relatos de que alguns centros culturais e comerciais soviéticos teriam sido queimados e destruídos, supostamente com a aprovação tácita do governo de Bangladesh.

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Os líderes de Bangladesh ainda condenam a invasão em privado, mas começaram a silenciar suas críticas públicas sob crescente pressão soviética e a minimizar seu papel na defesa da conferência islâmica. O presidente Ziaur Rahman6 teria declarado que, diante da opção de alienar os EUA ou a URSS, ele não hesitaria em alienar os EUA primeiro. Bangladesh está inclinado a seguir outros estados islâmicos, principalmente a Arábia Saudita, em vez de seguir sua própria iniciativa na questão da invasão para evitar se expor a mais pressão soviética.

O Nepal apoiou a resolução da ONU pedindo a retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão, mas provavelmente não terá um papel ativo em nenhum esforço para implementá-la. Por fim, a reação do Nepal será amplamente ditada por sua localização geográfica entre dois gigantes, Índia e China, que adotaram respostas significativamente diferentes à crise. O Sri Lanka também apoiou a resolução da ONU, mas posteriormente adotou uma atitude mais calma de “esperar para ver”.

Leste e Sudeste Asiático

A reação pública de Pequim à invasão soviética combinou uma série de críticas com pedidos de uma ação não especificada de anti-hegemonistas para impedir a ação soviética. [SUPRIMIDO]

[PARÁGRAFO SUPRIMIDO]

A denúncia do Japão à invasão soviética foi rapidamente apoiada por medidas públicas e claras, como a decisão de apoiar qualquer decisão do COCOM de restringir as exportações de alta tecnologia para a URSS, adiando a visita de uma delegação parlamentar soviética, travando as relações culturais e políticas com Moscou, cortando a ajuda futura ao Afeganistão e aumentando a ajuda ao Paquistão em 50%. Ao mesmo tempo em que está inclinado a aceitar sanções econômicas mais duras contra a URSS, o primeiro-ministro Ohira7 teve que agir com cautela. Politicamente, ele precisa de apoio comercial e está sob pressão substancial do setor empresarial para não atrapalhar as relações comerciais com a URSS. Ohira, portanto, procura forte apoio da Europa Ocidental – em particular da Alemanha Ocidental – para sanções antes de tomar uma decisão final.

A Coréia do Sul está profundamente preocupada com a situação afegã e quer uma resposta firme dos EUA. Comentários editoriais chamaram a medida soviética de “um completo ato de agressão”. Comentaristas também observaram que a reputação dos EUA como “protetor credível” de seus aliados está em jogo e que apoiam medidas de retaliação do presidente Carter. Em sete de janeiro, o presidente sul-coreano Choi Kyu-hah8 alertou que a Coréia do Sul não deve considerar a situação afegã como “um incêndio do outro lado do rio”, porque isso afetaria as questões econômicas e de segurança coreanas. A Coréia do Norte, de acordo com sua prática de não tomar partido na rivalidade sino-soviética, não comentou publicamente o movimento soviético.

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Em geral, a reação do Sudeste Asiático à agressão soviética no Afeganistão tem sido altamente condenatória, principalmente em estados muçulmanos como a Indonésia. Todos os níveis da sociedade indonésia expressaram forte desaprovação pública e, em seis de janeiro, o presidente Suharto9, em uma mensagem na televisão, pediu a “retirada de todas as forças estrangeiras do território do Afeganistão”, dizendo também que a intervenção militar “abala as fundações da paz mundial”. Os estudantes indonésios realizaram várias manifestações pacíficas em Jacarta e em outras três grandes cidades. Eles também exigiram a retirada do embaixador soviético por causa das observações que ele fez a uma delegação estudantil em quatro de janeiro e pediram o rompimento das relações soviético-indonésias.

O governo da Malásia emitiu uma declaração em três de janeiro pedindo a retirada das forças soviéticas do Afeganistão, e organizações políticas e religiosas apoiaram o governo com declarações de protesto. Em Singapura, uma declaração do Ministério das Relações Exteriores em trinta e um de dezembro chamou a ação soviética de “um claro sinal para a Ásia de que, na década de 1980, será alvo de ambições soviéticas” e “um claro aviso de que o imperialismo ocidental, agora amplamente extinto, tem um sucessor”.

A mídia predominantemente influenciada pelo governo nas Filipinas registrou forte desaprovação à invasão soviética. Embora as declarações oficiais tenham sido escassas, em grande parte devido à preocupação com as eleições locais marcadas para trinta de janeiro, as Filipinas apoiaram a resolução “União pela Paz” no Conselho de Segurança da ONU, que levou a questão do Afeganistão à Assembleia Geral. Além disso, o presidente Marcos10 confidenciou em particular sua preocupação com as ações soviéticas, acrescentando que, apesar das diferenças políticas com os EUA, o acesso americano contínuo às bases das Filipinas é essencial para a estabilidade na região.

O primeiro ministro tailandês Kriangsak Chamanan11 denunciou publicamente a invasão soviética como interferência nos assuntos internos de uma nação e como ameaça à paz regional e mundial. O governo tailandês apoia as sanções dos EUA contra a URSS e expressou em particular sua disposição de não vender à URSS nenhum produto em grão no futuro próximo. Muçulmanos tailandeses se manifestaram em frente à embaixada soviética em Bangcoc. O governo birmanês não se pronunciou oficialmente – de acordo com sua habitual postura discreta –, mas as autoridades birmanesas expressaram consternação.

A Austrália e a Nova Zelândia apoiaram suas fortes condenações à URSS com várias ações concretas. A Austrália anunciou que não compensará o déficit nas vendas de grãos dos EUA para a URSS; suspendeu as negociações sobre a pesca soviética nas águas australianas, além de todas as outras negociações, visitas e intercâmbios; suspendeu as escalas de navios científicos soviéticos; e deixou de considerar os voos da Aeroflot para a Austrália.

A Nova Zelândia está revendo suas relações com Moscou. Em vinte e dois de janeiro, Wellington cortou a cota de pesca soviética nas águas da Nova Zelândia para o ano da licença que começa em primeiro de abril. As visitas oficiais à URSS foram canceladas e as negociações comerciais foram suspensas. Um correspondente soviético também foi expulso. A Nova Zelândia, no entanto, cortou pouco suas exportações agrícolas para os soviéticos, alegando que um embargo prejudicaria ainda mais a sua já abatida economia e prejudicaria mais a Nova Zelândia do que a URSS.

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África

Vinte e três dos cento e quatro membros da ONU que votaram a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU que pedia a remoção de tropas estrangeiras do Afeganistão eram estados da África Subsaariana. Esses países são pró-ocidentais ou genuinamente não alinhados. Alguns deles – principalmente estados pequenos e fracos que podem ter se sentido protegidos pelo guarda-chuva da ONU – aproveitaram a oportunidade para fazer declarações públicas adicionais condenando a interferência das superpotências no Terceiro Mundo. O presidente liberiano Tolbert12, na qualidade de presidente da Organização da Unidade Africana, apelou a Fidel Castro13, presidente do movimento não-alinhado, para condenar as ações soviéticas no Afeganistão. Os três países africanos que votaram contra a resolução – Angola, Etiópia e Moçambique – têm laços estreitos com a URSS e até certo ponto dependem dela. Eles poderiam apoiar os soviéticos em quase qualquer questão.

Dos dezessete estados restantes, onze se abstiveram e seis estavam ausentes ou não votaram –por uma variedade de razões. Alguns dos abstinentes eram estados de esquerda e alguns eram casos especiais. Provavelmente se abstiveram a fim de evitar pôr em risco seu acesso à ajuda que recebem tanto do Ocidente como dos comunistas. Por exemplo, Uganda e Guiné Equatorial, que recentemente instauraram novos regimes pró-ocidentais, abstiveram-se devido à desorganização ou ao desejo de manter suas opções em aberto. A abstenção da Zâmbia e a falta de qualquer declaração oficial provavelmente representam uma tentativa de proteger seus laços bilaterais com a URSS. Mas votou com os EUA na moção referente à questão soviético-afegã na Assembleia Geral, seu Ministro das Relações Exteriores repreendeu embaixador soviético em privado e sua imprensa influenciada pelo governo posteriormente denunciou a intervenção soviética.

Os seis estados sem votação incluíram alguns, como a África do Sul, que raramente participam das votações da ONU. A República Centro-Africana provavelmente acreditava que não poderia votar nesta questão em vista das recentes operações francesas em seu território. O novo governo do Chade se opõe fortemente à intervenção estrangeira, mas provavelmente acredita que sua própria situação é muito frágil para criticar alguém.

América Latina

A reação latino-americana à invasão soviética do Afeganistão tem sido quase universalmente crítica. Os países do Caribe e da América Central – com exceção de Cuba e, surpreendentemente, Granada – votaram a favor da resolução da Assembleia Geral da ONU que pedia a remoção de tropas estrangeiras do Afeganistão. A Nicarágua se absteve e apenas Dominica, cujo governo pró-EUA não tem nenhum representante credenciado na ONU, não conseguiu votar. Em suma, a votação confirmou outras evidências de que a ação soviética melhorou a posição dos EUA e prejudicou seriamente a URSS na região.

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A URSS causou danos especificamente em suas relações com a Costa Rica – e possivelmente também com a Jamaica e o Panamá. Os líderes costa-riquenhos estabeleceram um vínculo direto entre a invasão e a ameaça representada por conflitos trabalhistas domésticos – supostamente encorajados pelo envolvimento comunista. A ação contra diplomatas soviéticos e cubanos é bem possível. A Jamaica, que há muito tempo tenta dedicar-se os soviéticos, apoiou a resolução primeiro no Conselho de Segurança e depois na Assembleia Geral. O primeiro ministro Michael Manley14 tentou tranquilizar seus partidários pró-soviéticos, mas adotou uma posição pública fortemente crítica à URSS. As autoridades panamenhas não fizeram comentários sobre se a medida soviética poderia causar um atraso nos planos – programados para o meio do ano – de estabelecer relações com os soviéticos.

O aliado socialista da Jamaica, a Guiana, votou a favor da resolução da ONU, mas emitiu uma declaração pública muito moderada – atribuível em parte a sua atual busca desesperada por ajuda real e seu aparente desejo de não causar a menor ofensa à qualquer das partes.

O México co-patrocinou e votou a resolução do Conselho de Segurança que solicita a sessão de emergência da Assembleia Geral e votou a resolução resultante. O representante do México no Conselho de Segurança, o ministro das relações exteriores Castañeda15, caracterizou as ações soviéticas como “invasão, intervenção armada”. Os mexicanos também tentaram incentivar o representante nicaraguense a se manifestar contra a ação soviética. No México, no entanto, funcionários do governo e do partido no poder não fizeram comentários e estão tentando permanecer discretos. A Nicarágua, apesar de algumas divergências internas relatadas, escolheu a abstenção como a melhor maneira de demonstrar seu desalinhamento. Aparentemente, os nicaraguenses ficaram surpresos com o fato de a maioria das nações não-alinhadas ter votado para condenar a invasão.

A surpreendente decisão de Granada de se juntar aos dezoito países amplamente comunistas que se opõem à resolução provavelmente reflete o entusiasmo do primeiro-ministro Maurice Bishop16 pelo presidente cubano Fidel Castro.

Na América do Sul, todos os governos criticaram a invasão soviética. Os dois países exportadores de grãos, Argentina e Brasil, no entanto, deixaram claro que pretendem deixar que as forças do mercado controlem suas vendas a Moscou. A URSS se tornou um mercado importante para os produtos agrícolas argentinos, e, apenas por razões econômicas, Buenos Aires acolhe uma oportunidade de expandir esse mercado. Uma ampla variedade de relatórios indica que a Argentina ignorará os apelos dos EUA para reduzir vendas de grãos para a URSS. As políticas dos EUA sobre direitos humanos, proliferação nuclear e cooperação militar exasperaram os líderes argentinos, que aparentemente veem a atual situação dos grãos como uma oportunidade de retaliação.

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Os brasileiros também continuarão a vender soja e derivados aos soviéticos por muitas das mesmas razões. No passado, no entanto, os soviéticos relutavam em comprar farelo de soja brasileiro – que é a maior parte do que o Brasil tem para vender – com medo de estar contaminado com a peste suína. As perspectivas de qualquer aumento significativo nas exportações brasileiras para a URSS, portanto, podem ser limitadas.

Aparentemente, o governo peruano decidiu renunciar ao financiamento soviético do projeto hidrelétrico e de irrigação economicamente importante do distrito de Olmos. Os soviéticos, que deram a impressão de estarem dispostos a financiar o primeiro estágio de Olmos, ficaram satisfeitos com o comunicado “prudente” do Ministério das Relações Exteriores do Peru de três de janeiro sobre a invasão soviética no Afeganistão e acreditavam que a “visão positiva do Peru sobre sua conduta” indicava um desejo peruano de boas relações com a URSS. Aparentemente, os soviéticos também contaram com sua influência no projeto Olmos como um meio de manter o governo peruano na linha. O ministro das Finanças, no entanto, com a concordância do presidente, cancelou repentinamente uma viagem planejada a Moscou para negociar o financiamento – efetivamente menosprezando o acordo – porque uma visita naquele momento não estaria de acordo com os princípios da política externa peruana. A decisão parece ter sido fortemente influenciada pelo crescente consenso mundial contra a invasão.

A invasão soviética colocou um dilema para o governo cubano. Castro, como líder nominal do movimento não-alinhado, sem dúvida sentiu alguma obrigação de tomar uma posição contra a ação soviética, mas a esmagadora dependência de Cuba da URSS trouxe forte pressão de Moscou. A dificuldade de Cuba se refletiu na relutância de Havana em oferecer apoio imediato e inequívoco à posição soviética. A natureza vital dos vínculos econômicos e militares de Cuba, no entanto, determinou decisivamente a posição de Havana. A mídia cubana acabou saindo do lado dos soviéticos, e Cuba votou contra a resolução da ONU que condenava a intervenção. Uma longa ação militar soviética poderia minar os esforços de Cuba para conquistar os estados árabes ricos, bem como as pretensões de liderança mundial de Castro por meio do movimento não-alinhado. A ação soviética pode colocar algumas tensões temporárias no relacionamento de Cuba com Moscou, mas é improvável que ela – por si só – possa produzir tensões sérias.

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Europa Ocidental

Previsivelmente, os países da Europa Ocidental condenaram a invasão soviética, e a imprensa europeia, em sua maior parte, criticou os soviéticos mais do que os governos individualmente. Muitos artigos comparam a situação aos anos 1930 e repreendem os europeus por não responderem à agressão soviética de maneira prática. Enquanto governos individuais estão unidos em amplos conceitos políticos, eles estão divididos em quais ações específicas a serem tomadas contra os soviéticos. A maioria dos países acolhe com agrado a reação mais forte dos EUA à situação do Afeganistão, mas seus próprios passos concretos para estreitar as relações com a URSS serão cuidadosamente medidos de acordo com os requisitos individuais de cada país e serão ocultados o máximo possível pela ONU e por outros meios internacionais.

Todos os membros da OTAN condenaram a intervenção soviética, mas posições nacionais divergentes e restrições domésticas os impedem de forjar uma forte reação da Aliança à invasão. Os britânicos têm sido os mais fortes defensores das sanções dos EUA e pediram uma reunião especial do Conselho do Atlântico Norte para endossar sanções específicas. A política francesa em relação aos soviéticos endureceu, mas os franceses ainda veem o Afeganistão como uma questão leste-sul, em vez de leste-oeste. O governo francês emitiu uma declaração em vinte e três de janeiro que classificou a invasão soviética “inaceitável”. Mas a França gostaria de preservar seu relacionamento especial com Moscou e provavelmente insistirá em que os aliados respondam individualmente às ações soviéticas. Os alemães ocidentais veem a invasão principalmente como um desafio para os países do Terceiro Mundo ao redor do Afeganistão e acreditam que esses estados deveriam assumir a liderança na condenação da invasão soviética. Todos os aliados concordam que as negociações de controle de armas com a URSS devem prosseguir. Poucos europeus ocidentais de qualquer orientação política acreditam que a crise deve marcar o fim do conflito. Os alemães ocidentais, especialmente com ênfase na Ostpolitik17, desejam manter abertas as linhas de comunicação leste-oeste.

Os estados membros da Comunidade Europeia querem claramente que a CE, e não a OTAN, lidere a resposta da Europa Ocidental à intervenção soviética. Acreditam que uma resposta da CE pode ser mais palatável aos países não ocidentais do que da OTAN ou outras ações lideradas pelos EUA. Os europeus ocidentais querem agir juntos em questões com possíveis implicações para sua própria segurança e se sentem mais confortáveis ​​em apoiar a política dos EUA em um fórum como o da CE, que não é dominado pelos EUA. Na reunião de Ministros das Relações Exteriores da CE em quinze de janeiro, os ministros votaram para desviar a ajuda do Afeganistão para os refugiados afegãos no Paquistão e impedir que os fornecedores da Europa Ocidental diminuíssem o corte americano das exportações agrícolas para a URSS. Interesses nacionais divergentes, no entanto, dificultam o apoio a outras medidas econômicas específicas. A detenção soviética do dissidente Andrei Sakharov18, no entanto, pode levar a um maior apoio da Europa Ocidental a um boicote às Olimpíadas de Moscou.

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A reação dos comunistas da Europa Ocidental foi dura. Eles estão agora menos contidos do que inicialmente em suas críticas a Moscou. Em particular, o Partido Comunista Italiano endureceu suas críticas às ações soviéticas, enquanto alerta contra a reação exagerada dos EUA. O Partido Comunista Espanhol, assim como partidos menores, também consideram as ações soviéticas uma violação da soberania nacional, apesar de colocarem seus comentários no contexto de “provocações” ocidentais como a decisão de dezembro de implantar novas armas nucleares no teatro europeu. O Partido Comunista Francês se destaca, não inesperadamente, como o mais favorável à ação soviética, conforme refletido em conversas recentes – altamente divulgadas pelos soviéticos – entre os chefes do partido Marchais19 e Brezhnev20 em Moscou. O menos expressivo Partido Comunista Português, de acordo com sua forte tendência pró-Moscou, também apoiou completamente a invasão soviética.

Europa Oriental

Os países do Pacto de Varsóvia variaram na cobertura da imprensa sobre a crise afegã durante os primeiros dias da invasão. Os comentários da Bulgária, da Checoslováquia e da Alemanha Oriental foram os mais firmes no apoio à invasão, enquanto a Hungria e a Polônia permaneceram relativamente contidas. Posteriormente, com exceção da Romênia, a cobertura da mídia assumiu um tom uniformemente militante, defendendo a ação soviética e condenando o suposto apoio dos rebeldes afegãos por “forças externas”, geralmente identificadas como EUA e China. Por baixo das atitudes públicas previsíveis, no entanto, os sentimentos privados variam. Parece que todos os regimes da Europa Oriental são profundamente perturbados pelas implicações do movimento soviético e preocupados com o fato de que qualquer revés a longo prazo na relação leste-oeste piorasse suas dificuldades econômicas e reduzisse sua latitude política.


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Votação da Assembleia Geral da ONU sobre a resolução do Afeganistão (Imagem: documento original)

A Hungria, onde a reação popular é relatada como extremamente negativa, expressou a esperança de que as relações bilaterais com os EUA sejam o menos afetadas possível. As autoridades búlgaras declararam em particular que esperam que as relações bilaterais sejam mantidas separadas das questões de propaganda e continuem melhorando. A imprensa checoslovaca aderiu à sua linha pró-soviética e antiamericana; talvez por preocupação com a reação popular, no entanto, os comentários oficiais foram escassos.

Embora o apoio público da Alemanha Oriental à URSS permaneça desqualificado, a liderança aparentemente ficou surpresa com a veemência da reação ocidental. Discursos recentes e reportagens da imprensa minimizaram a situação afegã e dedicaram mais espaço à necessidade de calma, negociações de controle de armas e “business as usual”. Os poloneses provavelmente temem que o esfriamento das relações EUA-URSS afete as relações EUA-Polônia ou, ainda mais importante, as relações gerais leste-oeste. Mais do que qualquer outro país do leste europeu, a Polônia se beneficiou do afastamento e precisa de assistência econômica do ocidente. De acordo com diplomatas dos EUA em Varsóvia, as autoridades polonesas têm vergonha de defender os soviéticos e expressaram pessimismo sobre o curso futuro das relações polaco-americanas, apesar das garantias americanas de que os EUA procurarão seguir uma política “diferenciada” em relação à Europa Oriental.

A Romênia, previsivelmente, se separou de seus aliados da Europa Oriental; absteve-se de reconhecer o novo governo afegão e o presidente Ceausescu21 condenou implicitamente a invasão soviética. Privadamente, as autoridades romenas deixaram claro seu alarme sobre as implicações do ato soviético e solicitaram apoio dos EUA. Ao mesmo tempo, porém, eles evitaram críticas públicas diretas a Moscou e vincularam a retirada de tropas estrangeiras do Afeganistão à cessação da assistência externa aos rebeldes afegãos. Em um discurso recente, Ceausescu descreveu de maneira pessimista a atual situação internacional como a mais tensa desde a Segunda Guerra Mundial, alertou que havia ameaça de “um confronto militar em larga escala” e exortou seus compatriotas a estarem preparados para defender a Romênia. Ceausescu também parece temeroso que um calafrio nas relações leste-oeste reduza drasticamente a latitude da Romênia em seguir sua política externa autônoma e apreensivo pelo fato de que os soviéticos podem estar inclinados a se meter na vizinha Iugoslávia depois que o presidente Tito22 morrer.

O governo iugoslavo condenou oficialmente a intervenção soviética e expressou “espanto” e “profunda preocupação” com os acontecimentos no Afeganistão. A mídia iugoslava contestou a afirmação soviética de que a URSS se movia a convite das autoridades em Cabul, e a imprensa relatou com velocidade sem precedentes o fato de o presidente Carter23 ter enviado uma carta a Tito. A intervenção soviética aumentou a ansiedade iugoslava sobre as intenções soviéticas no período pós-Tito. Um alto funcionário iugoslavo disse a um grupo de associados que ele vê a ação soviética no Afeganistão como um “plano” do que poderia acontecer na Iugoslávia após a morte de Tito.

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Notas

Nota do documento original: O autor deste artigo, [TRECHO SUPRIMIDO] Divisão Sudeste Asiático, Escritório de Análise Política. Foi coordenado com o Oficial Nacional de Inteligência do Oriente Próximo e Sul da Ásia e com o Escritório de Pesquisa Econômica. A pesquisa foi concluída em 23 de janeiro de 1980. Perguntas e comentários são bem-vindos e devem ser direcionados ao chefe da Força-Tarefa Afegã, [TRECHO SUPRIMIDO].

Nota do VG: a OLP, Organização para a Libertação da Palestina, entidade política e paramilitar fundada em 1964, apresenta-se como a “única representante legítima do povo palestino”.

Nota do VG: Menachem Begin (16/08/1913-09/03/1992), sexto primeiro-ministro de Israel, negociou os Acordos de Camp David com o presidente egípcio Anwar al-Sadat, pelo qual ambos receberam o Nobel da Paz em 1978.

Nota do VG: A crise dos reféns americanos no Irã foi um incidente diplomático entre o Irã e os EUA no qual 52 norte-americanos foram mantidos reféns por 444 dias, entre novembro de 1979 e janeiro de 1981, quando um grupo de militantes islâmicos tomou a embaixada americana em Teerã, em apoio à Revolução Iraniana.

Nota do VG: Indira Priyadarshini Gandhi (19/11/1917–31/10/1984) foi a primeira e, até hoje, a única primeira ministra da Índia, de janeiro de 1966 a março de 1977 e novamente de janeiro de 1980 até seu assassinato em outubro de 1984.

Nota do VG: Ziaur Rahman (19/01/1936–30/05/1981), foi presidente de Bangladesh de 21/04/1977 a 30/05/1981, quando foi assassinado num golpe de estado.

7 Nota do VG: Masayoshi Ohira (12/03/1910–12/06/1980) foi primeiro-ministro do Japão entre 07/12/1978 e 12/06/1980.

Nota do VG: Choi Kyu-hah (16/07/1919–22/10/2006) foi presidente da Coreia do Sul entre 1979 e 1980. Foi também ministro dos Negócios Estrangeiros de 1967 a 1971 e primeiro-ministro de 1975 a 1979.

Nota do VG: Hadji Mohamed Suharto (08/06/1921–27/01/2008) foi militar (general) e político indonésio. Foi o segundo presidente da Indonésia entre 1967 e 1998.

10 Nota do VG: Ferdinand Marcos (11/09/1917–28/09/1989), advogado filipino, foi presidente do país de 1965 a 1986.

11 Nota do VG: Kriangsak Chamanan (17/12/1917–23/12/2003) foi primeiro-ministro da Tailândia entre 1977 e 1980.

12 Nota do VG: William Richard Tolbert, Jr. (13/05/1913–12/04/1980) foi presidente da Libéria de 1971 até 1980, quando foi assassinado num golpe de estado.

13 Nota do VG: Fidel Alejandro Castro Ruz (13/08/1926–25/11/2016), revolucionário de orientação marxista-leninista, governou a República de Cuba de 1959 a 2008.

14 Nota do VG: Michael Norman Manley (10/12/1924–06/03/1997) foi o quinto primeiro-ministro da Jamaica.

15 Nota do VG: Jorge Castañeda y Álvarez de la Rosa (01/10/1921–11/12/1997) foi Secretário de Relações Exteriores do México de 1979 a 1982. É pai de Jorge Castañeda Gutman, que também foi secretário de Relações Exteriores de 2000 a 2003.

16 Nota do VG: Maurice Rupert Bishop (29/05/1944–19/10/1983) tornou-se primeiro-ministro de Granada num golpe de estado em 13/03/1979. Ele ocupou o cargo até 16/10/1983, quando foi demitido e fuzilado em outro golpe de estado.

17 Nota do VG: Ostpolitik foi um termo para referir-se aos esforços de normalização das relações entre a República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental) e a Europa Oriental, especialmente a República Democrática Alemã (Alemanha Oriental).

18 Nota do VG: Andrei Dmitrievich Sakharov (21/05/1921–14/12/1989) foi um físico nuclear russo dissidente e ativista pelo desarmamento, paz e direitos humanos. Recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 1975.

19 Nota do VG: Georges René Louis Marchais (07/06/1920–16/11/1997) foi líder do Partido Comunista Francês de 1972 a 1994 e candidato a presidente nas eleições francesas de 1981.

20 Nota do VG: Leonid Ilyich Brezhnev (19/12/1906–10/11/1982) foi o quinto líder da União Soviética, atuando como secretário geral do Comitê Central do Partido Comunista da União Soviética de 1964 até sua morte em 1982.

21 Nota do VG: Nicolae Ceaușescu (26/01/1918–25/12/1989) foi o líder da Romênia de 1967 até sua derrubada e execução na Revolução Romena, em dezembro de 1989.

22 Nota do VG: Josip Broz Tito (07/05/1892–04/05/1980) entre vários outros cargos, foi presidente da Iugoslávia de 14/01/1953 até sua morte em 04/05/1980.

23 Nota do VG: James Earl Carter Jr. (“Jimmy Carter”, 01/10/1924) foi presidente dos Estados Unidos de 1977 a 1981.


*Albert Caballé Marimón possui formação superior em marketing, é fotógrafo profissional e editor do blog Velho General. Já atuou na cobertura de eventos como a Feira LAAD, o Exercício CRUZEX e a Operação Acolhida. É colaborador do Canal Arte da Guerra e da revista Tecnologia & Defesa. Pode ser contatado através do e-mail caballe@gmail.com


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